segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

VIRTUDES CARDEAIS OU MORAIS - Bons Hábitos

 Humildade, cortesia, companheirismo, sinceridade, discrição, lealdade, amizade, paciência, tolerância, bons modos, agradável no falar e no agir.
Maria é o nosso grande exemplo de virtude.
As virtudes morais são adquiridas humanamente, pelos costumes, pela educação, ou por atos próprios. Elas vão crescendo e com o auxílio de Deus elas são purificadas e elevadas por Ele, que as transforma em graça (benefício). Elas sempre acompanham a graça santificante.
 As virtudes morais não são voltadas diretamente para Deus (como as teologais), mais sim para o nosso bom comportamento, que nos leva a viver retamente, praticando o bem e evitando o mal. Por isso, indiretamente ela nos leva a Deus.
Não é fácil ao homem manter o equilíbrio moral. Por isso devemos sempre recorrer aos sacramentos e pedir a Deus o Espírito Santo, para ter forças de amar o bem e evitar o mal.
As virtudes humanas são muito apreciadas na convivência e facilitam o bom relacionamento entre as pessoas.
Quando nós não praticamos o ato de virtude, acabamos adquirindo na alma a força má, que são chamadas VÍCIOS (repetição de pecados). Exemplo: A neve recém caída derrete com facilidade, mas se o sol não a atinge endurece. E, acumulando-se ano após ano, torna-se uma grande geleira. Algo parecido acontece com os pequenos pecados. Fáceis de eliminar no princípio, acumulando, vão endurecendo pouco a pouco. Conservados por muito tempo, torna-se incorrigíveis.
Os vícios também são muitos difíceis de desaparecer da alma. Por isso é preciso muito esforço para não deixar eles entrarem, pois nos leva a pecar.

Quatro virtudes morais têm um papel principal - chamadas também CARDEAIS (o ponto de apoio). As virtudes cardeais são as virtudes fundamentais em torno das quais gira o ser humano. Todas as outras virtudes se agrupam em torno delas.


01-VIRTUDE DA PRUDÊNCIA: É a virtude que nos ajuda a escolher. Não se trata de escolher coisas fúteis e bobas. A Prudência nos ajuda a escolher os meios adequados para realizar o bem e vencer o mal.  Vou estudar ou vou brincar? Depende da hora! Se for hora de estudar, vamos estudar, se for hora de brincar, vamos brincar. É a Prudência que nos ajuda a compreender essas coisas.  O homem prudente pensa antes de agir. Faz o que é certo, na hora certa, no lugar certo. A Prudência sabe escolher meios, ajeitá-los ao fim que pretende. É a virtude do reto agir. É racional e honesta. Justamente, é considerada como a "rainha das virtudes morais".
Virtudes morais que estão diretamente ligadas à virtude da prudência:
O BOM CONSELHO é a virtude que nos leva a nunca agir (nas coisas sérias) sem seguir o conselho dos mais velhos, dos pais, dos mestres, do padre. Quando estamos bem aconselhados, aproveitamos de toda a experiência que os mais velhos adquiriram ao longo da vida, e com isso evitamos tomar muitos caminhos errados. Praticamente todos os pecados poderiam ser evitados se tivéssemos ouvido um bom conselho.
O BOM SENSO é a virtude que nos ajuda a julgar as coisas do modo certo. O bom senso é o juízo certo nas coisas comuns, do dia a dia.
O DISCERNIMENTO é o juízo certo nas coisas mais importantes, mais elevadas. Por esse juízo vemos claramente toda a importância da coisa na sua realidade, como de fato ela é, e isso nos leva a agir corretamente.

Mas como o contrário da virtude é o VÍCIO, podemos pecar contra a prudência de dois modos: IMPRUDENCIA (precipitação)- Agimos sem refletir ou descuidado, refletimos no que vamos fazer, mas fazemos mal feitos. ASTÚCIA: (habilidade em enganar)
É sobre esta Prudência que Jesus fala no Evangelho: “Eis que vos mando como ovelhas no meio de lobos. Sede, pois, prudentes como a serpente e simples como as pombas” Mt 10, 16.
02- VIRTUDE DA JUSTIÇA:
Deus entregou a terra a Adão para que ele e seus filhos a plantassem e tirassem dela o seu sustento. O homem usou e usa as coisas da natureza para comer, para vestir, para fabricar objetos necessários à sua vida. Como filhos de Deus e tendo recebido a terra como herança, os homens podem possuir suas coisas, sua terra, sua casa, seus objetos, que lhe são necessários para viver e para alimentar sua família. É fácil compreender que nem sempre haverá um acordo entre os homens sobre a possessão desses bens materiais. 
Para ajudá-los a viver em paz e a possuir com boa medida o que lhes é necessário, Deus nos deu a virtude de justiça, pela qual nós queremos, com nossa boa vontade, dar aos outros o que lhes é devido, protegendo também o que nos pertence e, sobretudo, dar a Deus o que Ele nos pede, no seu amor por nós: amor, dedicação, louvor, etc.
Vamos ilustrar o que dissemos com alguns exemplos:
· Quando emprestamos um objeto, a virtude da justiça nos leva a querer devolvê-lo no tempo estipulado, pois sabemos que a pessoa que nos emprestou pode ficar prejudicada se não recebê-lo de volta.
· Quando compramos um objeto, é justo que paguemos o seu valor.
· Quando assinamos um contrato com alguém, devemos cumpri-lo (como o matrimônio é um contrato passado diante de Deus, a virtude da justiça nos impede de querer nos separar, pois no contrato do matrimônio aceitamos viver para sempre com a pessoa com quem casamos).
Porém, não basta que os homens tenham entre si esse relacionamento de justiça. A vida na sociedade é muito complicada e foi preciso se organizar um governo que ajudasse os homens a viverem juntos numa mesma cidade, num mesmo país. 
· Por isso, a virtude da justiça vai também atuar no relacionamento dos homens com o governo, quer ele seja um prefeito, um guarda de trânsito, o presidente ou um rei. Os homens devem obedecer às leis estabelecidas pelas autoridades, enquanto que a autoridade deve atuar de forma igual para com todos, ajudando os bons e castigando os maus.
· Não podemos furtar, nem levantar falso testemunho, nem cobiçar as coisas alheias, pois todos esses atos ferem a virtude da justiça, entre outras.
Devemos também considerar que quando cometemos um pecado contra a virtude da justiça, em certos casos, não basta o arrependimento e a confissão. Nós lesamos o próximo tirando dele um bem material que lhe pertence. Devemos, então, fazer o possível para devolver aquele bem, de modo a restabelecer a justiça ferida pelo nosso ato.  É o que se chama de restituição. Igualmente, quando pecamos contra o 8° mandamento, devemos retratar a reputação do próximo, ferida por nossa mentira, calúnia ou maledicência.


Virtudes morais que estão diretamente ligadas à virtude da justiça:

RELIGIÃO (A virtude de Religião é o laço que religa o homem a Deus);
PIEDADE FILIAL (A piedade filial é a virtude que nos leva a venerar nossos pais, devido ao fato de termos recebido deles a vida e todos os bens que a acompanham. Após os deveres para com Deus, não há nenhum outro que seja mais santo do que este. Por isso Deus escreveu nas tábuas da lei o quarto Mandamento, logo após os Mandamentos referentes a Deus. A virtude de piedade filial nos obriga ao respeito e obediência aos pais, assim como a assisti-los e ajudá-los em sua velhice e nas doenças.);
OBÊDIENCIA: A obediência é a virtude que regula o relacionamento entre superiores e subordinados. É a obediência que leva o aluno a obedecer e respeitar seus professores, que leva os empregados a obedecerem e respeitarem seus patrões, os fiéis a obedecerem aos sacerdotes;
GRATIDÃO: A gratidão ou reconhecimento é a virtude que nos ajuda a agradecer, não com palavras, mas com atos, todas as ajudas e bens que recebemos dos outros. Não somente a ingratidão é coisa muito feia, mas também devemos nos aplicar a devolver o bem que recebemos em medida ainda maior do que a que recebemos;
VERDADE: A virtude da verdade é a virtude pela qual, em qualquer situação, somos aquilo que somos, nos nossos atos, nas nossas palavras, nos nossos pensamentos;
AMIZADE: A virtude da amizade é mais um dever que temos para com o próximo. Ela consiste em tratar os outros sempre com bons modos, sendo agradável no falar e no agir. É a virtude que forma a sociedade nos seus costumes de convivência social. O quinto mandamento nos obriga a viver em paz com nossos semelhantes;
LIBERALIDADE: É a virtude que harmoniza, em nossas almas, a possessão dos bens terrenos, principalmente do dinheiro. A liberalidade nos traz o desapego pelas coisas materiais junto com a generosidade ao saber dar nossas coisas aos mais necessitados.

Existem os VÍCIOS opostos a virtude da Justiça (religião): SUPERSTIÇÃO (Todos os atos de culto não dirigido a Deus). IRRELIGIÃO (Consiste em desrespeitar as coisas de Deus e da Igreja Católica, negligência dos nossos deveres religiosos).

03- VIRTUDE DA FORÇA: É que nos dá a vontade e a energia necessária para vencer os obstáculos que nos atrapalham na pratica do bem.
As virtudes anexas à força são:

GRANDEZA: É a virtude que nos dá a maior esperança de conseguir as grandes ações, é a virtude própria dos grandes realizadores, como mártires, santos etc.
GENEROSIDADE: Saber gastar o que é seu para ajudar os outros e as obras que necessitam ser realizadas para um mundo melhor.
PACIÊNCIA: Virtude que nos leva a saber sofrer, suportar as tristezas e contrariedades da vida.

VÍCIOS opostos a Virtude da Força: PRESUNÇÃO - leva a pessoa a uma ação acima de suas forças; AMBIÇÃO - procura honras e posição acima dos próprios méritos; VANGLÓRIA - procura elogios e glória sem valor, desordenada, desviada da glória de Deus e do bem dos homens; GASTAR MENOS - não querer gastar o que é devido; GASTAR MAIS - esbanjar dinheiro que não tem; PERTINÁCIA - é a obsessão de não ceder, não cessar uma ação, quando tudo indica que seria o caso de parar e a MOLEZA - que é a fraqueza exagerada diante das dificuldades.

04- VIRTUDE DA TEMPERANÇA: Ela é o freio da nossa alma, é a virtude pela qual usamos com moderação dos bens temporais, ajuda a vencer os maus pensamentos e os maus desejos.
Virtudes anexas à temperança:
ABSTINÊNCIA: Equilibra o uso do comer e do beber.
SOBRIEDADE: Equilibra o uso da bebida.
CASTIDADE: Equilibra a capacidade que o homem tem de se reproduzir.
HUMILDADE: O homem regra tudo o que toca sua própria excelência de acordo com o soberano Domínio de Deus, de modo que ele não queira ser mais do que é ou do que lhe convém, segundo o lugar e o grau determinados por Deus.
ESTUDIOSIDADE: Virtude que regula na nossa alma humana o desejo de aprender e conhecer.
MODÈSTIA EXTERIOR: Nos leva a manter sempre uma atitude correta e harmoniosa em tudo que fazemos. Essa atitude aprece na POSIÇÃO do CORPO (saber se sentar direito, saber ficar de pé sem se esparramar pelas paredes, etc.) na VOZ (não ficar gritando à toa), nas ROUPAS (não usar roupas que ofendem a Deus), nas DIVERSÕES, etc.

 VÍCIOS contrários à temperança: LUXÚRIA: Nos leva a cometer os pecados contra a castidade. ORGULHO: Pelo orgulho desprezamos a Deus e a ordem estabelecida por Deus na criação. CURIOSIDADE: Que é um desejo desordenado de conhecer ou saber o que não é da nossa conta ou algo que seja para nós ocasião de pecado. AVAREZA.

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