Maria é o nosso grande exemplo de virtude.
As virtudes morais
são adquiridas humanamente, pelos costumes, pela educação, ou por atos
próprios. Elas vão crescendo e com o auxílio de Deus elas são purificadas e
elevadas por Ele, que as transforma em graça (benefício). Elas sempre
acompanham a graça santificante.
As virtudes
morais não são voltadas diretamente para Deus (como as teologais), mais sim
para o nosso bom comportamento, que nos leva a viver retamente, praticando o
bem e evitando o mal. Por isso, indiretamente ela nos leva a Deus.
Não é fácil ao
homem manter o equilíbrio moral. Por isso devemos sempre recorrer aos
sacramentos e pedir a Deus o Espírito Santo, para ter forças de amar o bem e
evitar o mal.
As virtudes humanas
são muito apreciadas na convivência e facilitam o bom relacionamento entre as
pessoas.
Quando nós não
praticamos o ato de virtude, acabamos adquirindo na alma a força má, que são
chamadas VÍCIOS (repetição de pecados). Exemplo: A neve recém caída
derrete com facilidade, mas se o sol não a atinge endurece. E, acumulando-se
ano após ano, torna-se uma grande geleira. Algo parecido acontece com os
pequenos pecados. Fáceis de eliminar no princípio, acumulando, vão endurecendo
pouco a pouco. Conservados por muito tempo, torna-se incorrigíveis.
Os vícios também
são muitos difíceis de desaparecer da alma. Por isso é preciso muito esforço
para não deixar eles entrarem, pois nos leva a pecar.
Quatro virtudes morais têm um papel
principal - chamadas também CARDEAIS
(o ponto de apoio). As virtudes cardeais são as virtudes fundamentais em torno
das quais gira o ser humano. Todas as outras virtudes se agrupam em torno
delas.
01-VIRTUDE DA PRUDÊNCIA: É a virtude que
nos ajuda a escolher. Não se trata de escolher coisas
fúteis e bobas. A Prudência nos ajuda a escolher os meios adequados para
realizar o bem e vencer o mal. Vou estudar ou vou brincar?
Depende da hora! Se for hora de estudar, vamos estudar, se for hora de brincar,
vamos brincar. É a Prudência que nos ajuda a compreender
essas coisas. O homem prudente pensa antes de agir. Faz o
que é certo, na hora certa, no lugar certo. A Prudência
sabe escolher meios, ajeitá-los ao fim que pretende. É a virtude do reto agir.
É racional e honesta. Justamente, é considerada como a "rainha das virtudes
morais".
Virtudes morais que
estão diretamente ligadas à virtude da prudência:
O BOM CONSELHO é a virtude que nos leva a nunca agir (nas coisas sérias)
sem seguir o conselho dos mais velhos, dos pais, dos mestres, do padre.
Quando estamos bem aconselhados, aproveitamos de toda a experiência que os mais
velhos adquiriram ao longo da vida, e com isso evitamos tomar muitos caminhos
errados. Praticamente todos os pecados poderiam ser evitados se tivéssemos
ouvido um bom conselho.
O BOM SENSO é a
virtude que nos ajuda a julgar as coisas do modo certo. O bom senso é o
juízo certo nas coisas comuns, do dia a dia.
O DISCERNIMENTO é o juízo certo nas coisas mais importantes, mais
elevadas. Por esse juízo vemos claramente toda a importância da coisa na
sua realidade, como de fato ela é, e isso nos leva a agir corretamente.
Mas como o
contrário da virtude é o VÍCIO, podemos pecar contra a prudência de dois modos: IMPRUDENCIA
(precipitação)- Agimos sem refletir ou descuidado, refletimos no que vamos
fazer, mas fazemos mal feitos. ASTÚCIA: (habilidade em enganar)
É sobre esta Prudência que Jesus fala
no Evangelho: “Eis que vos mando como ovelhas no meio de lobos. Sede, pois,
prudentes como a serpente e simples como as pombas” Mt 10, 16.
02- VIRTUDE DA JUSTIÇA:
Deus entregou a terra a Adão para que
ele e seus filhos a plantassem e tirassem dela o seu sustento. O homem usou e
usa as coisas da natureza para comer, para vestir, para fabricar objetos
necessários à sua vida. Como filhos de Deus e tendo recebido a terra como
herança, os homens podem possuir suas coisas, sua terra, sua casa, seus
objetos, que lhe são necessários para viver e para alimentar sua família. É
fácil compreender que nem sempre haverá um acordo entre os homens sobre a
possessão desses bens materiais.
Para
ajudá-los a viver em paz e a possuir com boa medida o que lhes é necessário,
Deus nos deu a virtude de justiça, pela qual nós queremos, com nossa boa
vontade, dar aos outros o que lhes é devido, protegendo também o que nos
pertence e, sobretudo, dar a Deus o que Ele nos pede, no seu amor por nós: amor,
dedicação, louvor, etc.
Vamos ilustrar o que dissemos com alguns exemplos:
·
Quando emprestamos um objeto, a virtude da justiça nos leva a querer devolvê-lo
no tempo estipulado, pois sabemos que a pessoa que nos emprestou pode ficar
prejudicada se não recebê-lo de volta.
·
Quando compramos um objeto, é justo que paguemos o seu valor.
· Quando
assinamos um contrato com alguém, devemos cumpri-lo (como o matrimônio
é um contrato passado diante de Deus, a virtude da justiça nos
impede de querer nos separar, pois no contrato do matrimônio aceitamos viver
para sempre com a pessoa com quem casamos).
Porém, não basta que os homens tenham entre si esse
relacionamento de justiça. A vida na sociedade é muito complicada e foi preciso
se organizar um governo que ajudasse os homens a viverem juntos numa mesma
cidade, num mesmo país.
·
Por isso, a virtude da justiça vai também atuar no relacionamento dos homens
com o governo, quer ele seja um prefeito, um guarda de trânsito, o presidente
ou um rei. Os homens devem obedecer às leis estabelecidas pelas
autoridades, enquanto que a autoridade deve atuar de forma igual
para com todos, ajudando os bons e castigando os maus.
·
Não podemos furtar, nem levantar falso testemunho, nem cobiçar as coisas
alheias, pois todos esses atos ferem a virtude da justiça, entre outras.
Devemos
também considerar que quando cometemos um pecado contra a virtude da justiça,
em certos casos, não basta o arrependimento e a confissão. Nós lesamos o
próximo tirando dele um bem material que lhe pertence. Devemos, então, fazer o
possível para devolver aquele bem, de modo a restabelecer a justiça ferida
pelo nosso ato. É o que se chama de restituição. Igualmente, quando pecamos
contra o 8°
mandamento, devemos retratar a reputação do próximo, ferida por nossa
mentira, calúnia ou maledicência.
Virtudes morais que estão diretamente ligadas à virtude da justiça:
RELIGIÃO
(A virtude de Religião é
o laço que religa o homem a Deus);
PIEDADE FILIAL
(A piedade filial é a
virtude que nos leva a venerar nossos pais, devido ao fato de termos recebido
deles a vida e todos os bens que a acompanham. Após os deveres para com Deus,
não há nenhum outro que seja mais santo do que este. Por isso Deus escreveu nas
tábuas da lei o quarto Mandamento, logo após os Mandamentos referentes a Deus. A
virtude de piedade filial nos obriga ao respeito e obediência aos pais, assim
como a assisti-los e ajudá-los em sua velhice e nas doenças.);
OBÊDIENCIA:
A obediência é a virtude
que regula o relacionamento entre superiores e subordinados. É a
obediência que leva o aluno a obedecer e respeitar seus professores, que
leva os empregados a obedecerem e respeitarem seus patrões, os fiéis a
obedecerem aos sacerdotes;
GRATIDÃO:
A gratidão ou
reconhecimento é a virtude que nos ajuda a agradecer, não com palavras, mas
com atos, todas as ajudas e bens que recebemos dos outros. Não somente a
ingratidão é coisa muito feia, mas também devemos nos aplicar a devolver o bem
que recebemos em medida ainda maior do que a que recebemos;
VERDADE:
A virtude da verdade é a
virtude pela qual, em qualquer situação, somos aquilo que somos, nos nossos
atos, nas nossas palavras, nos nossos pensamentos;
AMIZADE:
A virtude da amizade é
mais um dever que temos para com o próximo. Ela consiste em tratar os outros
sempre com bons modos, sendo agradável no falar e no agir. É a virtude que
forma a sociedade nos seus costumes de convivência social. O quinto mandamento
nos obriga a viver em paz com nossos semelhantes;
LIBERALIDADE: É a virtude que harmoniza, em nossas almas, a possessão
dos bens terrenos, principalmente do dinheiro. A liberalidade nos traz o
desapego pelas coisas materiais junto com a generosidade ao saber dar
nossas coisas aos mais necessitados.
Existem os VÍCIOS opostos a virtude da Justiça (religião): SUPERSTIÇÃO
(Todos os atos de culto não dirigido a Deus). IRRELIGIÃO (Consiste
em desrespeitar as coisas de Deus e da Igreja Católica, negligência dos nossos
deveres religiosos).
03- VIRTUDE DA FORÇA: É que nos dá a vontade
e a energia necessária para vencer os obstáculos que nos atrapalham na
pratica do bem.
As virtudes anexas à força são:
GRANDEZA: É a virtude
que nos dá a maior esperança de conseguir as grandes ações, é a virtude
própria dos grandes realizadores, como mártires, santos etc.
GENEROSIDADE: Saber
gastar o que é seu para ajudar os outros e as obras que necessitam ser
realizadas para um mundo melhor.
PACIÊNCIA: Virtude
que nos leva a saber sofrer, suportar as tristezas e contrariedades da vida.
VÍCIOS opostos
a Virtude da Força: PRESUNÇÃO - leva a pessoa a uma ação acima de suas forças;
AMBIÇÃO - procura honras e
posição acima dos próprios méritos; VANGLÓRIA -
procura elogios e glória sem valor, desordenada, desviada
da glória de Deus e do bem dos homens; GASTAR MENOS
- não querer gastar
o que é devido; GASTAR MAIS - esbanjar dinheiro que não tem;
PERTINÁCIA - é a obsessão de
não ceder, não cessar uma ação, quando tudo indica que seria o caso de parar
e a MOLEZA - que é a fraqueza
exagerada diante das dificuldades.
04- VIRTUDE DA TEMPERANÇA: Ela é o freio da
nossa alma, é a virtude pela qual usamos com moderação dos bens temporais,
ajuda a vencer os maus pensamentos e os maus desejos.
Virtudes anexas à temperança:
ABSTINÊNCIA:
Equilibra o uso do comer e do beber.
SOBRIEDADE:
Equilibra o uso da bebida.
CASTIDADE:
Equilibra a capacidade que o homem tem de se reproduzir.
HUMILDADE:
O homem regra tudo o que toca sua própria excelência de acordo com o soberano
Domínio de Deus, de modo que ele não queira ser mais do que é ou do que lhe
convém, segundo o lugar e o grau determinados por Deus.
ESTUDIOSIDADE:
Virtude que regula na nossa alma humana o desejo de aprender e conhecer.
MODÈSTIA EXTERIOR:
Nos leva a manter sempre uma atitude correta e harmoniosa em tudo que fazemos. Essa
atitude aprece na POSIÇÃO do CORPO (saber se sentar direito, saber ficar
de pé sem se esparramar pelas paredes, etc.) na VOZ (não ficar gritando
à toa), nas ROUPAS (não usar roupas que ofendem a Deus), nas DIVERSÕES,
etc.
VÍCIOS contrários à
temperança: LUXÚRIA: Nos leva a cometer os pecados contra a castidade.
ORGULHO: Pelo orgulho desprezamos a Deus e a ordem estabelecida
por Deus na criação. CURIOSIDADE: Que é um desejo desordenado de
conhecer ou saber o que não é da nossa conta ou algo que seja para nós
ocasião de pecado. AVAREZA.
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