sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

OS 7 PECADOS CAPITAIS E AS 7 VIRTUDES OPOSTAS

Embora o Batismo elimine o pecado original, as suas sequelas continuam em nós: os sofrimentos, a doença, a morte, a propensão ao pecado (concupiscência).
Santo Agostinho entendia que a permanência da concupiscência em nós, mesmo após o Batismo, é uma oportunidade que temos de “provar” a Deus o nosso amor, lutando contra o pecado, por amor ao Senhor. “Se me amais, guardarei os meus mandamentos” Jo 14,15. Dizia também que as duas asas que Deus nos deu para voar alto e chegar aos céus são: o amor a Deus e o amor ao próximo.
São Basílio Magno ensina que há três formas de amar a Deus: a primeira é como mercenário, que espera a retribuição; a segunda é como escravo que obedece por medo do chicote, o castigo de Deus; e o terceiro é o amor filial, daquele que obedece porque de fato ama o Pai.
A Igreja ensina que os piores pecados são aqueles que ela chama de “capitais”. Capital vem do latim “caput”, que quer dizer cabeça. São pecados “cabeças”, isto é, que geram muitos outros. Assim como, por exemplo, a capital de um Estado ou de um país é de onde procedem as ordens, as decisões e comandos, assim também desses pecados “cabeças” nascem muitos outros.
Vale à pena refletir sobre eles, a fim de rejeitá-los, com o auxílio da graça de Deus e de nossa vontade.
Precisamos lutar contra essas ervas daninhas que querem tomar a nossa alma. Um sábio provérbio chinês garante que “não é a erva daninha que mata a planta, mas a preguiça do agricultor”. Precisamos fazer a limpeza, mas esta não deve provocar em nós remorso, e sim arrependimento. O remorso gera na pessoa a angústia e o desespero; não é o que Deus quer. Ele deseja o arrependimento e o propósito de mudança.

Judas e Pedro pecaram gravemente; Judas abrigou na alma o remorso e se matou; Pedro, pela graça de Deus, arrependeu-se amargamente e chorou. Foi perdoado por Jesus, e continuou sendo o escolhido para ser o primeiro chefe da Igreja do Senhor.
O pecado mortal – com conhecimento e consentimento – leva o pecador a perder a graça santificante CIC 1861. Mas é bom lembrar que todo ser humano é, em essência, bom. Todos nós trazemos inscritas em nossa mente e na nossa consciência a moral e as leis de Deus.
A gravidade dos pecados pode ser maior ou menor, conforme o dano provocado pelo mesmo. Também a qualidade da pessoa ofendida entra em consideração. Ofender ao pai é mais grave que ofender um estranho.

OS 7 PECADOS CAPITAIS E AS 7 VIRTUDES OPOSTAS

ORGULHO OU SOBERBA: O Princípio de todo pecado é o orgulho (normalmente é ligado à vaidade), pois é a tentativa de se igualar a Deus de ser auto-suficiente senhor de si, passando por cima da autoridade de Deus. É o que levou os anjos maus a se rebelarem contra Deus e, levou Adão e Eva à desobediência mortal para toda a humanidade.
O Orgulho caracteriza-se por acharmos que os dons de Deus vêm de nós mesmos.
Leva aos pecados da presunção, da vanglória (Gn 11 – O episódio de Babel).
Nós passamos a procurar sempre reconhecimento, elogios, por nossos atos e acabamos nos gabando das coisas que fazemos.
Com orgulho, a pessoa desanima no fracasso, pois acha-o impossível.
Humildade: É o reconhecimento de nossa pequenez. No final das contas. É a verdade sobre nós mesmos, sabendo que tudo é Dom de Deus. Devemos recorrer a Jesus, a Nossa Senhora e aos santos, que foram exemplo de humildade, para pedir essa virtude.
SOBERBA OU ORGULHO = BASTO-ME, NÃO DEPENDO DE NINGUÉM!

AVAREZA: Desejo desordenado dos bens deste mundo.
Os bens deste mundo foram feitos pra suprir nossas necessidades e a de nossos irmãos.
A avareza é a síndrome de acumular, juntar, empilhar coisas. É o culto ao dinheiro.
Leva a fraudes, roubos, mesquinharia e ambição – passar por cima dos outros.
Em vez de senhores das coisas passamos a ser escravos delas (Mt 6, 23-34 ).
Generosidade ou desprendimento: É o despojamento quanto aos bens materiais, compartilhando-os com aqueles que necessitam. Daí e vos será dado-disse Jesus. Deus ama o que dá com alegria. Deus é generoso com seus filhos, portanto, todo cristão deve ser generoso com seu próximo.
Na parábola do homem rico: Lc 12,16-21, Jesus não condena a posse dos bens, mas o seu mau uso, egoísta. Ser pobre não é ser mendigo. O cristão não ama a pobreza, pela própria pobreza, isto seria miséria; mas ama a pobreza por amor à liberdade que o desapego proporciona. O remédio contra avareza é o “abrir as mãos”, não para receber, mas para dar. (quanto mais apegado você for ao dinheiro, mais faça o exercício de dar boas e generosas esmolas... até que as suas mãos aprendam a se abrir sem que o seu coração chore).
AVAREZA = QUANTO MAIS TENHO, MAIS  QUERO.

LUXÚRIA OU IMPUREZA: É a erotização exacerbada e o mau uso da sexualidade.
Vivemos num mundo altamente erotizado. A moda, os espetáculos, os shows, os programas televisivos tem sempre apelo sexual.
“Não sabeis que vossos corpos são membros de Cristo?” Somos templo da Santíssima Trindade. A sexualidade deve ser governada pelo amor.
O sexo, o amor e a transmissão da vida são três coisas que estão intimamente ligadas, mas forram separadas de forma lastimável pelo homem moderno.
Castidade: É o respeito de nosso corpo e ao corpo do próximo. É o 6º mandamento da Lei de Deus.
Ora, vós sois o corpo de Cristo e cada um de sua parte, é um dos seus membros. (1Cor 12,27). Quando eu cometo um pecado de impureza, não sujo apenas a mim mesmo, mas também ao Corpo de Cristo, do qual sou membro. Não sabeis que vossos corpos são membros de Cristo? (1 Cor 6,15). E o Apóstolo, mostra que o Espírito Santo não habita apenas a nossa alma, mas também o nosso corpo; e daí a gravidade da sua profanação.  Ou não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo que habita em vós, o qual recebestes de Deus, e que, por isso mesmo, já não vos pertenceis? Porque fostes comprados por um grande preço (1 Cor 6,19)
Glorificai, pois, a Deus no vosso corpo (1 Cor 6,20). Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá. Porque o templo de Deus é sagrado e isto sois vós (1 Cor 3,16´17). Para viver a pureza há, então, que estarmos em alerta o tempo todo, como recomendou o Senhor: vigiai e orai para que não entreis em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca (Mt 26,41).
Após o pecado de Adão não nos resta outro remédio: vigiar os nossos sentidos, pensamentos, olhares, gestos, palavras, atitudes, comportamentos, etc., e buscar na oração e nos sacramentos, o remédio e o alimento para vencer a nossa fraqueza.
Nunca, como em nossos dias, foi tão grande o pecado de impureza. De forma acintosa ele aparece nas músicas, nas TVs, nas revistas, jornais, filmes, cinemas, teatros, etc. Estamos sendo invadidos por um verdadeiro mar de lama que traz a imoralidade para dentro dos nossos lares, sem respeitar nem mesmo crianças e velhos. A exploração comercial do sexo atingiu níveis assustadores, e que põe o ser humano, especialmente a mulher, no mais baixo nível de indignidade. Será que Deus pode ficar indiferente a uma situação desta? Será que a própria natureza humana pode deixar de reagir contra tanta bestialidade que hoje se pratica, sob as câmeras de TVs? É difícil dizer não.
Desgraçadamente a nossa sociedade promove o sexo acintoso, sujo, sem responsabilidade e sem compromisso, e depois se assusta com milhões de meninas grávidas, estupros, separações, adultérios, etc. É claro, quem planta ventos, colhe tempestades.
Vemos hoje, por exemplo, esta triste campanha de prevenção à AIDS, através do uso da camisinha. De maneira clara se passa esta mensagem aos jovens: pratiquem sexo à vontade, mas usem o preservativo. Isto é imoral e decadente.
Também sobre o homossexualismo, infelizmente hoje tão defendido por muitos, a condenação da Bíblia e da Igreja é expressa. Não te deitarás com um homem como se fosse uma mulher: isto é uma abominação (Lev 18,22). Se um homem dormir com outro homem, como se fosse mulher, ambos cometeram uma coisa abominável (Lev 20,13).
São palavras claras, pelas quais Deus classifica a prática do homossexualismo como uma abominação. Deus ama o pecador, mas abomina o pecado. Deus ama o homossexual, mas não quer a homossexualidade. O N.T., como também o A. T., é muito explícito na condenação do homossexualismo. Tenha-se em vista os seguintes textos: Rm 1,26s; 1Cor 6,9s; 1 Tm 1,9-11

Muitos são os atos contra a pureza: luxúria, masturbação, fornicação, pornografia, prostituição, estupro, adultério, etc.
A luxúria é definida como a busca do prazer sexual por si mesmo, isolado das finalidades de procriação e de união do casal. Pornografia é Toda exibição sexual, fora da intimidade dos parceiros, real ou simulada. Ela acontece hoje através de todos os meios de comunicação, agora até mesmo pelo telefone e computador. A prostituição é hoje um verdadeiro flagelo social (CIC, 2355), que envolve crianças, jovens, homens, mulheres, muitas vezes levados a isto por causa da miséria, chantagens e pressões diversas. Adultério "Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério". (Mt 5,27) "Ora, eu vos declaro que todo aquele que rejeita sua mulher, exceto no caso de matrimônio falso, e desposa uma outra, comete adultério. E aquele que desposa uma mulher rejeitada, comete também adultério". (Mt 19,9) "E ele disse-lhes: Quem repudia sua mulher e se casa com outra, comete adultério contra a primeira". "E se a mulher repudia o marido e se casa com outro, comete adultério". (Mc 10,11-12) "Todo o que abandonar sua mulher e casar com outra, comete adultério; e quem se casar com a mulher rejeitada, comete adultério também". (Lc 16,18)
Quando falamos dos pecados contra a castidade, que ferem o 6º e 9º mandamentos, precisamos dizer que, muito pior e muito mais grave do que o pecado daquele que cai por fraqueza, é o daquele que ´explora o sexo´ comercialmente. Este, mais do que o primeiro, comete um pecado gravíssimo, já que pratica uma ação imoral, que destrói a dignidade da pessoa, de maneira premeditada, querida, calcando aos pés, por causa do amor ao dinheiro, o próprio templo do Espírito Santo, que é a pessoa.
Lamentavelmente, esses casos são muitos, e bradam justiça aos céus: motéis, exploração da prostituição, tele-sexo, ´casas de massagens´, filmes eróticos, exploração acintosa do sexo na TV, revistas e propagandas eróticas, etc.
Aqueles que promovem tais coisas terão contas pesadas a acertar com Deus, pois fazem isto, não por fraqueza humana, mas por amor ao dinheiro.
LUXÚRIA OU IMPUREZA- SENSUALIDADE,  INCONTINÊNCIA SEXUAL.

GULA: vício em que há busca de um prazer desordenado na comida e na bebida.
* Comer excessivamente;
* Comer com os olhos;
* Comer se preocupando com gostos requintados;
* Vícios como o fumo, álcool, tranquilizantes, etc.
Perde-se a força de vontade de se livrar dos vícios.
Temperança: Consiste em conservar o nosso corpo, a paz interior, a saúde.
Por exemplo, ter uma alimentação balanceada, se livrar de substâncias que envenenem nosso organismo, etc. É preciso submeter o corpo à mortificação. Como remédio contra a gula a Igreja propõe o jejum (uma dolorosa oração, oração do corpo). É uma arma poderosa como um instrumento para dominar a paixão. Não é atoa que Jesus jejuou 40 dias no deserto, antes de enfrentar as ciladas terríveis do Tentador.
GULA = AMOR EXCESSIVO ÀS IGUARIAS.

IRA: Estado emocional desordenado. É a raiva excessiva.
A ira é um mal em si mesma, pois tira a paz do indivíduo. Leva à impaciência, furor, violência, ódio e assassinato. Devemos deixar bem claro que força é diferente de violência. Ser violento não significa que a pessoa seja forte. A paciência é a maior prova de força.
Mansidão ou perdão: É a força revestida de veludo. É a calma, a tranqüilidade, o equilíbrio emocional. A mansidão é necessária para agradar a Deus, para a convivência e para manter a paz.
Oração de Judite sobre a mansidão: "Não é na multidão, Senhor, que está o vosso poder, nem vos comprazeis na força dos cavalos; os soberbos nunca vos agradaram, mas sempre vos foram aceitas as preces dos mansos e humildes". (Jt 9,16)
IRA = DESCONTROLE  CEREBRAL,  POR PERDA  DO AUTODOMÍNIO.

INVEJA: É a tristeza diante do bem próximo.
O invejoso está sempre de olho nos outros, no bem dos outros.
O invejoso: Não valoriza seus bens; Desenvolve o espírito crítico, diminuindo o outro; Calunia aquele que inveja.
Histórias de inveja na Bíblia: Caim e Abel, José e seus irmãos, Saul e David. O caso mais triste que as Escrituras nos relata, por causa da inveja, é o da morte de Jesus Mt 27,18.
Na parábola dos operários da vinha, o Senhor repreende os trabalhadores da primeira hora por terem reclamado do patrão ter dado o  mesmo salário aos da ultima hora Mt 20, 9-15.
Benignidade, afabilidade ou benevolência: Honestidade, delicadeza, justiça. É o olhar bom para o próximo, o amor para o próximo. O desafio é se alegrar com o bem do irmão. Devemos amar nosso irmão com palavras e obras.
INVEJA = ELE TEM.  PORQUE NÃO TENHO?

PREGUIÇA: É a negação do esforço, é o comodismo:
* Fazer tudo de qualquer jeito; Não fazer as coisas com amor; Cansaço constante; Pelo fato de não poder fazer o excelente, não faz nada; Falta de Tempo.
Jesus nos deixou como modelo a sua vida de serviço: "Assim como o Filho do Homem veio, não para ser servido, mas para servir e dar sua vida em resgate por uma multidão". (Mt 20,28). Toda nossa vida é sagrada, tanto a espiritual quanto a profissional. Nada é profano em nossa vida.
Aos Colossenses São Paulo explica que tudo deve ser feio sem preguiça e sem lamúria: "Tudo o que fizerdes, fazei-o de bom coração, como para o Senhor e não para os homens," (Cl 3,23)
Diligência: A palavra diligência vem de diliger = amar. É não se cansar de fazer as coisas, valorizando-as sempre. Caracteriza-se pela garra, força e amor.
PREGUIÇA = LEVA  AO DESCONHECIMENTO DE DEUS E À PRÁTICA DE  BOAS OBRAS. NÃO A PATOLÓGICA (POR DOENÇA).



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