A Missa é simultaneamente Sacrifício de Louvor, de
Ação de Graças, de propiciação e de satisfação. Nela se encontra tanto o ápice
da ação pela qual Deus santificou o mundo em Cristo, como o do culto que os
homens oferecem ao Pai, adorando-o pelo Cristo, Filho de Deus.
A celebração da Eucaristia é uma ação de toda a
Igreja, onde cada um deve fazer tudo e só aquilo o que lhe compete, segundo o
lugar que ocupa no Povo de Deus.
Ritos Iniciais
Comentário Introdutório: O comentário é feito
pelo comentarista em uma estante, fora do presbitério. Ele convida a
participação coletiva dos fiéis e visa criar um ambiente propício para oração e
a fé. Em geral, o comentário situa os presentes num determinado “tema” que
será abordado mais profundamente nas leituras da Bíblia (lecionário semanal ou
dominical), durante o Rito da Palavra. Em algumas comunidades o comentário
é precedido pelo som do sininho, que indica aos fiéis presentes para que
interrompam suas orações particulares e se unam na Oração Oficial e Comum da Igreja.
A assembleia ouve o comentário da Missa
sentado, uma vez que a celebração, de fato, só tem inicio com o Canto de
Abertura (Entrada), quando o Sacerdote (Presidente) e demais
concelebrantes entram em procissão.
Canto de Abertura (Entrada): Tem a
função de abrir a celebração, promover a união da
assembleia, introduzir os fiéis no Mistério do tempo litúrgico celebrado.
O canto deve estar sempre em sintonia com a liturgia (leituras, tema proposto e
tempo litúrgico). Se houver uso de incenso, a música prossegue
até que o altar seja totalmente incensado.
Os instrumentos musicais terão a função de
unir, incentivar e apoiar o canto, tomando cuidado para não cobrir as
vozes. Este canto juntamente como a procissão de entrada, não deverão ser
demasiado longos, e após o Sacerdote beijar o altar, deve-se terminá-lo.
Quando não houver canto de abertura (entrada),
recita-se a antífona de entrada.
Antífona de Entrada: São breves palavras que o
sacerdote ou diácono citam para introduzir os fiéis na Missa. Em regra, costuma
ser um versículo bíblico com referência à liturgia do dia. Encontra-se na
página do Missal correspondente ao dia celebrado.
Invocação da Santíssima Trindade: Todos
juntos. Em nome do Pai, do filho, e do Espírito Santo. R. Amém!
Saudação: O sacerdote saúda a assembleia
dizendo: “A graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, o amor do Pai e a comunhão do
Espírito Santo estejam
convosco.”
Resposta da Assembleia: “Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo.”.
Resposta da Assembleia: “Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo.”.
Ato Penitencial, Kyrie
Eleison : Todos de pé. Somos convidados pelo Sacerdote a rever
nossas faltas, permanecendo em silêncio por um tempo. O
Ato Penitencial nos assegura o perdão dos
pecados Veniais (leves), cf. CIC 1447,1452 e 1458. Pode-se cantar ou
recitá-lo, conforme o convite do Presidente da Celebração. Se cantado, sua
melodia deve traduzir a contrição de quem pede perdão. Todo o povo
deve participar deste canto e os instrumentos devem acompanhá-lo de modo
suave, quase imperceptível.
Kyrie Eleison: Deve respeitar
a fórmula prevista. (Senhor tende piedade de nós, Cristo tende
piedade de nós e Senhor tende piedade de nós). Nele os fiéis clamam ao Senhor
implorando sua misericórdia e também louva ao Senhor Jesus Cristo,
pelo perdão alcançado.
Na Quarta feira de Cinzas, o Ato Penitencial é substituído pela imposição das cinzas.
No Domingo de Ramos, o Ato Penitencial pode ser substituído pela Procissão de Ramos.
Na Quarta feira de Cinzas, o Ato Penitencial é substituído pela imposição das cinzas.
No Domingo de Ramos, o Ato Penitencial pode ser substituído pela Procissão de Ramos.
Este Ato é introduzido pelo sacerdote e por ele é
concluído com a absolvição, na qual também se inclui para deixar claro que não
se trata do sacramento da Penitência.
Glória: Toda a assembleia de pé. É o hino
antiquíssimo (século II) pelo qual a Igreja congregada no Espírito Santo,
glorifica a Deus Pai e ao Cordeiro. É um louvor às três pessoas da Santíssima
Trindade. Deverá ser cantado nas nas Missas dominicais, solenidades
ou nas festas dos santos. Não se reza nem se canta o Glória nos dias de semana,
guardamos este tipo de solenidade para o Dies Domini, Domingo; o dia da
ressurreição de Cristo, sentido de união e unidade entre todos os Cristãos
Católicos. Cf. CIC 1163,1166 Também se omite esta oração
no tempo do Advento e Quaresma.
Frequentemente são cantados uns hinos com o texto
diferente do missal, porém “Há uma proibição explícita de se substituir o
texto do hino do Glória por outro texto qualquer (cf. n.53 da IGMR) o mesmo
acontece com o Santo e o Cordeiro de Deus”. “Não é lícito
substituir os cantos colocados no Ordinário da Missa, por exemplo, o Cordeiro
de Deus, por outros cantos (cf. n. 366 da IGMR)”.
Oração do dia, Coleta: Toda a assembleia de
pé. Esta oração encerra o rito inicial da Missa. O Sacerdote convida o povo a
rezar quando ele diz Oremos. Todos se conservam em silêncio com o
Sacerdote por alguns instantes, tomando consciência de que estão na
presença de Deus e formulando interiormente os
seus pedidos. Depois o Sacerdote faz a oração que se chama “coleta”, pela
qual se exprime a índole da celebração. A assembleia conclui a oração com o
Amém. Dentro da oração da coleta podemos perceber três elementos
essenciais: invocação, pedido e a finalidade da oração.
Liturgia da Palavra
Nesta parte da Liturgia somos convidados a ouvir a
Palavra de Deus. A mesa da palavra (ambão) é o centro da atenção neste momento.
1a Leitura: Toda a Assembleia sentada. É
normalmente tirada dos livros históricos, proféticos e sapienciais da Bíblia.
Anuncia a salvação que se realizará plenamente em Jesus Cristo. No final
da leitura aquele que a proclamou diz "Palavra do Senhor" e
todos respondem "Graças a Deus".
Salmo: Todos continuam sentados. Esta leitura
deve ser proclamada em forma de canto, sempre que possível,
principalmente aos Domingos e nas solenidades. Nos outros dias,
pelo menos devemos cantar o refrão. A música deve ser bela e simples para que a
assembleia participe. É bom lembrar que o salmista deve ler
somente o que estiver escrito no lecionário, para não correr o risco de acrescentar
palavras ou frases que não estão nos textos sagrados. Pois se assim o fizer, a
liturgia corre o risco de perder sua unidade na uniformidade da Igreja.
Erros que costumam ocorrer por parte dos
salmistas: É errado dizer; “Nosso salmo de hoje será”; ou ainda, “em
resposta á primeira leitura nosso salmo responsorial
será”; ou ainda mais: “salmo responsorial, nossa resposta
será”. Ou seja, o correto é apenas ler o que é apresentado na leitura do
lecionário.
2a Leitura: Continuam todos
sentados, Esta leitura em geral é tirada das cartas dos apóstolos, que
apresentam à comunidade o mistério de Cristo e exortam a vivê-lo.
Esta leitura também é proclamada da mesa da Palavra (Ambão).
Aclamação ao Evangelho: Agora em sentido de
atenção, todos se colocam de pé para cantar a aclamação ao Evangelho. O Senhor
Jesus nos falará segundo os escritos dos Evangelistas. (Mateus, Marcos, Lucas e
João). Cantamos acolhendo com alegria o Evangelho, palavra viva que nos
santifica em suas exortações e conselhos.
O Aleluia, que é parte importante desta aclamação,
é cantado em todos os tempos, exceto na Quaresma. Neste período canta-se o
versículo proposto antes do Evangelho, ou na opção do livro de canto oficial da
Igreja, chamado gradual. (cf. n.62 da IGMR)
O Sinal da Persignação: Todos de pé. O
Sacerdote faz o sinal da cruz sobre o lecionário ou evangeliário, em
seguida, sobre a testa, sobre a boca e sobre o peito, rezando em
silêncio: "Pelo sinal da Santa Cruz, livrai-nos Deus, nosso Senhor,
dos nossos inimigos"; e cada fiel se persigna com três sinais da cruz
também, sobre a testa, sobre a boca e sobre o peito,
pedindo a Deus que purifique os nossos pensamentos, as palavras que brotarão
das nossas bocas, e também os nossos corações. (Não é necessário fazer o quarto
sinal da cruz no final).
Evangelho: Todos escutam em silêncio a
proclamação do Evangelho feito pelo Diácono ou Padre. É o ponto culminante da
Liturgia da Palavra. A Palavra de Deus é sinal da presença do
Cristo e deve ser proclamada em toda celebração. Para se dar mais destaque
ao anúncio da Palavra de Jesus Cristo, pode-se introduzir duas velas ao lado da
mesa da palavra (Ambão) onde é feita a proclamação. Em dias solenes, o
evangelho poderá ser cantado.
Homilia: Todos ficam sentados para ouvirem
a Homilia, que significa conversa familiar. É conduzida pelo Bispo ou pelo
Padre. A Homilia tem o objetivo de relacionar o texto com o dia a dia dos
fiéis, o Ministro da Celebração traz a mensagem da Palavra de Deus para a vida
da comunidade, exortando os fiéis a praticarem o que ela propõe.
Símbolo Apostólico (Profissão de Fé): O
Símbolo ou Profissão de Fé tem por objetivo levar todo o povo reunido a
responder à palavra de Deus anunciada da sagrada Escritura e explicada na
Homilia, bem como, proclamar a regra da fé através de uma fórmula aprovada para
o uso litúrgico, recordando os grandes mistérios da fé, antes de iniciar
a Celebração Eucarística. Não pode faltar nas Missas Dominicais, nas
solenidades, nas Celebrações do Batismo, da Crisma e da Primeira Comunhão. Não
se deve substituir o Creio por formulações que não expressem a fé como é
professada no Símbolo mencionado.
Oração Universal ou dos fiéis: Toda a
Assembleia de pé. As intenções devem relacionar-se com o tema do
Evangelho, com as necessidades da Igreja, com os Poderes Públicos, com os que
sofrem, com a comunidade local. Pode ser cantada, em forma de ladainha, ou
fórmula espontânea. Uma pessoa diz a intenção e todos respondem conforme
combinado. Esta oração vem logo após a Homilia (na semana) ou a Oração do Creio
(nos domingos e solenidades). Cabe ao Sacerdote introduzir esta oração por meio
de uma breve exortação e concluir com uma súplica.
Com o término da Oração Universal dos Fiéis,
concluímos o primeiro momento da Santa Missa. Agora passamos ao segundo momento
que é a Liturgia Eucarística. Neste ato, o altar torna-se o centro das atenções
onde ocorrerá o Santo Sacrifício.
Liturgia Eucarística
A Liturgia Eucarística consiste essencialmente na
Ceia Sacrifical (incruenta) que, sob os sinais do pão e do vinho, representa e
perpetua neste altar o Sacrifício Pascal do Cristo Senhor.
Sacrifício e Ceia estão unidos de modo tão íntimo
que, no momento mesmo em que se realiza e oferece o sacrifício, ele é realizado
e oferecido sob o sinal da Ceia.
Por conseguinte, são dois os momentos principais da
Liturgia Eucarística: a grande Oração Eucarística, dentro da qual se realiza e
se oferece o Sacrifício, e a Santa Comunhão, com a qual se participa
plenamente, na fé e no amor, do próprio Sacrifício. O altar é o centro visível
da Liturgia Eucarística.
Preparação das Oferendas: Toda a Assembleia
sentada. No início da Liturgia Eucarística são levadas ao altar as
oferendas (pão e vinho) que se converterão (transubstanciação) no Corpo e
Sangue de Cristo.
Primeiramente prepara-se o Altar, colocando o
corporal e sobre ele, o cálice, o pão, o vinho e a água. Nas missas
solenes, é louvável que os fiéis numa pequena procissão, apresentem o pão e o
vinho ao Sacerdote. Este gesto valoriza o povo de Deus na participação dos santos
mistérios. Também são recebidos o dinheiro ou outros donativos
oferecidos pelos fiéis para sustento material da Igreja e também dos pobres.
O canto do ofertório acompanha a procissão das
oferendas e se prolonga pelo menos até que os dons (pão, vinho, água e
donativos) tenham sido colocados sobre o altar. As normas relativas ao modo de
cantar são as mesmas que para o canto da entrada. O canto pode sempre fazer
parte dos ritos das oferendas, mesmo sem a procissão dos dons.
O Sacerdote eleva a Patena (latim-pequeno prato)
contendo o pão para oferecer a Deus o sacrifício em Jesus Cristo. E reza esta
oração em silêncio: - “Bendito sejais, Senhor, Deus do universo, pelo pão que
recebemos de vossa bondade, fruto da terra e do trabalho humano, que agora vos apresentamos,
e para nós vai se tornar Pão da Vida”.
O sacerdote coloca no cálice o vinho e algumas
gotas de água. Enquanto realiza esta preparação faz a oração: “Pelo mistério
desta água e deste vinho possamos participar da divindade do vosso Filho, que
se dignou assumir a nossa humanidade”. Em seguida, ergue o cálice e reza em
silêncio: “Bendito sejais, Senhor, Deus do universo, pelo vinho que recebemos
de vossa bondade, fruto da videira e do trabalho humano, que agora vos
apresentamos e para nós se vai tornar vinho da salvação”.
Sentido das gotas de água no vinho: O vinho,
segundo a Sagrada Escritura, lembra a Redenção pelo sangue e de modo particular
a Paixão de Cristo, ao passo que a água traz á mente o
povo de Deus salvo das águas, no antigo testamento, e o novo Povo de Deus, a
nova e eterna aliança, do novo testamento, nascido das águas do Batismo.
Assim como as gotas de água colocadas no vinho se
misturam de tal forma tornando-se um só líquido, impossibilitando a sua
separação, também nós devemos entrar de tal forma neste mistério em
Cristo Jesus, unindo-nos cada vez mais nele e com Ele.
Antes de utilizar o lavabo, o sacerdote reza em
silêncio: ”De coração contrito e humilde, sejamos Senhor, acolhidos por vós; e
seja o nosso sacrifício de tal modo oferecido que vos agrade, Senhor, nosso
Deus”.
Lavabo: (pequena bacia com
água). O Sacerdote lava as mãos, ao lado do altar, exprimindo
por esse rito o seu desejo de purificação interior e faz a seguinte oração:
“Lavai-me Senhor das minhas faltas e purificai-me de meus pecados.”
Apenas e somente o Presidente da Celebração
utiliza-se deste lavabo, os Sacerdotes restantes não, e ministros nunca!
Logo após, o sacerdote no meio do altar e voltado
para o povo diz: “- Orai irmãos e irmãs, para que o nosso sacrifício seja
aceito por Deus Pai todo-poderoso”.
E povo responde: “Receba o Senhor por tuas mãos
este sacrifício, para a glória do seu nome, para o nosso bem e de toda a Santa
Igreja”.
Este convite expressa não só o oferecimento dos
dons, mas a cada um de nós, como povo de Deus e membros da Igreja de Cristo.
Oração das Oferendas: Esta oração tem sua
fórmula própria para cada dia.
Oração Eucarística
O Sacerdote convida o povo a elevar os corações ao Senhor na Oração e na mesma Ação de Graças, associando às preces que dirige a Deus Pai, por Cristo Nosso Senhor na unidade do Espírito Santo. O sentido desta Oração é que toda a Assembleia se una com Cristo na proclamação das maravilhas de Deus e na Oblação do Sacrifício Redentor.
O Sacerdote convida o povo a elevar os corações ao Senhor na Oração e na mesma Ação de Graças, associando às preces que dirige a Deus Pai, por Cristo Nosso Senhor na unidade do Espírito Santo. O sentido desta Oração é que toda a Assembleia se una com Cristo na proclamação das maravilhas de Deus e na Oblação do Sacrifício Redentor.
Nunca podemos perder o sentido da Ceia Pascal, pois
ela se refaz a cada Missa que participamos!
Prefácio: Toda a Assembleia de pé. Expressa a
Ação de Graças, em que o Sacerdote, em nome de todo o Povo Santo, glorifica a
Deus e lhe rende graças por toda a obra de salvação.
Santo: Neste momento, a assembleia juntamente
com o Sacerdote proclamam o Santo. Devemos observar as três repetições da
palavra “Santo (Santo, Santo, Santo,... Senhor Deus do universo, o céu e a
terra...). Esta repetição é um reforço de expressão onde se afirma o máximo de
santidade de Deus. É como se dissesse “Deus é santíssimo”. Esta jaculatória
encontra-se no livro do profeta Isaías Cap.6,3.
Existem ao menos três elementos fundamentais:
1 – A santidade de Deus – Santo, Santo,
Santo, Senhor Deus...
2 – A majestade de Deus – O céu e a terra
proclamam a vossa glória
3 – A imanência de Deus – Bendito o que
vem em nome do Senhor...
A proclamação do “Santo” feito em forma de música
ou recitado, deve sempre seguir na íntegra a fórmula específica
descrita no Missal Romano. Portanto, não se trata de um “canto de Santo”. Todo
ele é Bíblico.
- A IGMR diz... “Não é lícito substituir
os cantos colocados no Ordinário da Missa, por exemplo, o Cordeiro de
Deus, por outros cantos” (cf. n. 366 da IGMR).
Epíklesis: Todos ajoelhados. Neste momento,
com as mãos unidas e postas sobre as oferendas, o
Sacerdote faz a invocação do Espírito Santo, para que as espécies de
pão e vinho se transformem no Corpo e no Sangue de Nosso Senhor Jesus
Cristo. A esse milagre a Igreja dá o nome de
“transubstanciação”: as substâncias anteriores de pão e vinho, agora assumirão
verdadeiramente o Corpo e Sangue do Filho de Deus!
Narrativa da Ceia e Consagração:
Toda a assembleia ajoelhada e olhando para o Altar.
Pelas palavras e pela ação que Cristo realizou na
Última Ceia, ao oferecer o seu Corpo e Sangue sob as espécies de pão e vinho, e
ao entregá-los aos Apóstolos como verdadeira comida e verdadeira bebida,
dando-lhes a ordem de perpetuar este mistério (fazei isto em memória de mim),
tal mistério continuará a ser celebrado em cada altar de nossas Igrejas, até a
consumação dos séculos.
A narrativa da ceia continua sendo da mesma forma:
“Estando para ser entregue e abraçando livremente a paixão, ele tomou o pão,
deu graças e o partiu e deu aos seus discípulos dizendo: “- Tomai todos e
comei, isto é o meu corpo que será entregue por vós”“.
Do mesmo modo, ao fim da ceia, ele tomou o cálice
em suas mãos, deu graças novamente e o deu a seus discípulos, dizendo: “Tomai
todos e bebei. Este é o cálice do meu sangue, o sangue da nova e eterna
aliança, que será derramado por todos para remissão dos pecados. Fazei isto em
memória de mim”.
Ajoelhar é sinal de adoração, humildade e
penitência, e se por motivos sérios não se puder ajoelhar, fica-se de pé e
faz-se uma profunda inclinação (vênia, reverência) nas duas vezes que o
Sacerdote fizer a genuflexão (ato de ajoelhar).
Neste momento tão singular a cada um de nós, é
lícito e salutar adorar o Corpo do Senhor, pois Ele está presente no meio de
nós; em corpo, sangue, alma e divindade. Nesta pequena adoração Eucarística,
louvamos a Deus as maravilhas que Ele nos dá, seu próprio filho Jesus!
“Non est enim aliud Dei mysterium, nisi Christus
– Pois não existe outro mistério de Deus a não ser Cristo” - Sto.
Agostinho, Epistulale 187,11,34: PL 33,845; CIC 774
Enquanto o Sacerdote Celebrante estiver
pronunciando a Oração Eucarística, não se realizarão outras orações ou
cantos e estarão em silêncio o órgão e os outros instrumentos
musicais, salvo as aclamações do povo, como rito aprovado, de que se
falará mais adiante.
(cf. RS 53). É um momento intimo de profunda
adoração (nesse momento o mistério do amor do Pai é renovado em nós. Cristo
dá-se por nós ao Pai trazendo graças para nossos corações).
Após este momento o
padre diz: “Eis o mistério da Fé”,
Anámnesis (recordação, Memorial): Toda a
assembleia de pé. Este Memorial (ação que torna atual o momento da Ceia) na
qual, cumprindo a ordem recebida do Cristo Senhor, a Igreja faz a memória do
próprio Cristo relembrando principalmente a sua Bem Aventurada Paixão, a
Gloriosa Ressurreição e a Ascensão ao Céu. Esta oração eleva a
oblação. “Anunciamos Senhor a vossa morte, e proclamamos a vossa
ressurreição, vinde Senhor Jesus”.
Oblação: A Igreja reunida realizando esta
memória oferece a Deus Pai no Espírito Santo, a Hóstia Imaculada, e deseja que
os fiéis, se ofereçam a Cristo buscando aperfeiçoar-se cada vez mais, na união
com Deus e com os irmãos. “A ordem do Senhor é clara e objetiva: -
Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo”.
Intercessões: Expressa que a Eucaristia é
celebrada em comunhão com toda a Igreja, tanto celeste como terrestre, que a
oblação; é feita por ela e por todos os membros vivos ou falecidos, que foram
chamados a participar da redenção e da salvação obtidas pelo Corpo e Sangue de
Cristo.
Doxologia Final: “Por Cristo, com Cristo e em
Cristo...”. Fórmula de louvor a Glória de Deus Pai. Neste momento
apenas o Sacerdote reza e o povo acompanha em silêncio, manifestando-se apenas
no final com o amém!
Este é o “Amém” por excelência da ação litúrgica; e
por isso, se possível, deverá ser cantado sempre!
É o assentimento total da Assembleia Litúrgica a
tudo o que foi pronunciado ministerialmente pelo Presidente da Celebração durante
a Oração Eucarística.
Sendo a Celebração Eucarística a Ceia Pascal,
convém que, segundo a ordem do Senhor, o seu Corpo e Sangue sejam recebidos
como alimento espiritual pelos fiéis devidamente preparados.
Pai-Nosso: cf. CIC 2759.
Toda a assembleia de pé. Na Oração do Senhor
pede-se o pão de cada dia, que lembra para os cristãos antes de tudo o Pão
Eucarístico, e pede-se o perdão dos pecados, a fim de que as coisas Santas
sejam verdadeiramente dadas aos Santos. O Sacerdote profere o
convite, e todos juntos recitam a Oração Quando rezamos o
Pai-Nosso dentro do rito da Santa Missa, não se diz o Amém no final da oração,
pois na sequência o sacerdote acrescenta o embolismo: “Llvrai-nos de todos
os males ó Pai...”. O povo encerra com a doxologia : “Vosso é o
reino, o poder e a glória para sempre.” cf. CIC 2855
Oração da Paz: Toda a assembleia de pé. A
Igreja implora a paz e a unidade para si mesma e para toda a família humana e
os fiéis exprimem entre si a comunhão eclesial e a mútua caridade, antes de
comungar do Sacramento. A oração pela paz (Senhor Jesus Cristo, disseste
aos vossos Apóstolos: Eu vos deixo a paz...) é uma oração Sacerdotal, por
isso, apenas o Presidente da celebração a reza.
Após esta oração, o sacerdote diz: “A paz do Senhor
esteja sempre convosco” e a assembleia responde: ”O amor de Cristo nos uniu.” O
sacerdote convida todos a saudarem-se em Cristo Jesus.
Convém, no entanto, que cada qual expresse a paz de
maneira sóbria, e apenas aos que lhe estão mais próximo.
A Instrução “Redemptionis
Sacramentum”, publicação brasileira, diz: Não se execute qualquer
canto para dar a paz, mas sem demora se recite o “Agnus Dei - Cordeiro de
Deus”. (cf. RS. 72).
Com esta norma da RS 72, notamos aqui uma
preocupação para que a assembleia não se disperse do sentido principal da Missa
que é a Eucaristia.
Fração do Pão: Toda a assembleia de pé. O
gesto da fração do pão realizado por Cristo na Última Ceia, ao qual no tempo
Apostólico deu-se o nome de Eucaristização, significa que muitos fiéis pela
Comunhão no único Pão da Vida, que é o Cristo Jesus, morto e ressuscitado para
a salvação do mundo, formam um só corpo (1.Cor 10, 17).
O Sacerdote parte a hóstia grande e coloca um
pedaço da mesma dentro do cálice, que significa a união do Corpo e do Sangue do
Senhor na obra da salvação, ou seja, do Corpo Vivente e Glorioso de Cristo
Jesus.
Durante a fração do pão, esta invocação (Agnus Dei-
Cordeiro de Deus), de origem Bíblica (Jo 1,29), é iniciada sempre pela
assembleia, podendo ser cantado ou recitado, e faz alusão ao Cordeiro
Pascal, imolado para tirar o pecado do mundo.
O Sacerdote se prepara, rezando em silêncio, para
receber frutuosamente o Corpo e o Sangue de Cristo e pedindo a graça de nunca
se afastar do Senhor. Os fiéis fazem o mesmo rezando também em silêncio.
A seguir o Sacerdote eleva o Corpo de Cristo e
mostrando-o aos fiéis, convida-os para a Ceia do Senhor... E, unindo-se aos
fiéis o Sacerdote faz um ato de humildade usando as palavras do Evangelho:
“felizes os convidados para a Ceia do Senhor, eis o Cordeiro de Deus, que tira
o pecado do mundo”.
Procissão para a Comunhão: Os que irão
comungar deverão ir devagar, em silêncio e em oração.
Ao chegar à frente do Sacerdote, e quando ele disser: “O Corpo de Cristo”, o
fiel prontamente responderá amém, e comungará o Corpo do Senhor, sempre na
frente do Padre.
O fiel deverá estar pelo menos uma (01) hora em
Jejum antes da Missa, podendo recebê-la de dois modos (cf. orientação da Igreja
local):
Na Mão: Deverá estar a mão esquerda aberta
sobre a mão direita, com a palma virada para cima, na frente do corpo, à altura
do peito onde é colocada a Hóstia. Com a mão direita deve-se levar a Hóstia até
a boca. Deverá ser consumida na frente do ministro.
Depois, em atitude de recolhimento, volta-se para o
lugar, ficando sentado ou ajoelhado.
Em 05/03/1975 a Santa Sé concedeu aos Bispos do
Brasil a faculdade de permitirem a Comunhão na mão em suas respectivas
Dioceses, desde que sejam observadas as seguintes normas: (seguem algumas
delas)
A hóstia deverá ser colocada sobre a palma da mão
do fiel, que levará à boca antes de se movimentar para voltar ao seu lugar. Ou
então, embora por varias razões isto nos pareça menos aconselhável, o fiel
apanhará a hóstia na patena ou no cibório, que lhe é apresentado pelo ministro
que distribui a comunhão, e que assinala seu mistério dizendo a cada um a
fórmula: “O Corpo de Cristo”.
É, pois, reprovado, o costume de deixar a
patena ou a âmbula (cibório) sobre o altar, para que os fiéis retirem da mesma
a hóstia, sem a apresentação por parte do ministro.
É necessário tomar cuidado com os fragmentos, para
que não se percam, e instruir o povo a seu respeito, e também recomendar que os
fieis tenham as mãos
limpas.
Nunca é permitido colocar na mão do fiel a
hóstia já molhada no cálice.
Estas normas se encontram na carta, datada de
25/03/1975, pela qual a Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil transmitia a cada Bispo as instruções da Santa Sé.
Na Boca: Fiéis se aproximam do Celebrante ou
Ministro e recebem a Comunhão na boca.
Depois, em atitude de recolhimento, retornam para o
lugar, ficando sentados ou ajoelhados.
Enquanto o Sacerdote e os fiéis recebem o
Sacramento entoa-se o canto da Comunhão, que exprime, pela unidade das vozes, a
união espiritual dos que comungaram, demonstra a alegria dos corações e torna
mais fraternal a procissão dos que vão receber o Corpo de Cristo.
O Canto começa quando o Sacerdote comunga,
prolongando-se oportunamente, enquanto os fieis recebem o Corpo de Cristo.
Este canto deverá ser entoado de forma suave e com características de
introspecção e com a letra do canto voltada sempre para a Eucaristia.
Após o Sacerdote ter feito a purificação dos vasos
sagrados, ele volta à cadeira (sede).
Se for oportuno pode-se guardar durante algum tempo
o sagrado silêncio. Embora não previsto, pode-se entoar um salmo, hino, ou
outro canto de louvor, tendo sempre o discernimento a frente da escolha da
música!
Ex: Tempo litúrgico... Tema do Evangelho, da pregação
e a própria comunhão.
Oração depois da Comunhão: O Sacerdote
convoca os fiéis a ficarem de pé com o chamamento: Oremos... E implora a
Deus que os frutos do Mistério celebrado reflitam em nossas ações
cotidianas.
Ritos Finais
Avisos: Todos são convidados a ficarem
sentados.
Os comunicados paroquiais deverão ser
dados sempre da mesa do comentarista, que se encontra fora do
presbitério. É o momento mais adequado para breves homenagens, que as
comunidades gostam de prestar em dias especiais. É salutar uma última mensagem
feita pelo Padre, na qual se exorta a comunidade a testemunhar na vida a
realidade celebrada, “lex vivendi”- viver aquilo que se celebra;
Bênção final: Todos de pé. Esta parte é
própria do Sacerdote.
Deve-se fazer uma leve inclinação para receber a
bênção.
Despedida: Esta parte é própria do Diácono,
mas não se fazendo ele presente, o próprio Celebrante despede o povo
exortando a cada um que retornem às suas boas obras.
Um canto final, se oportuno, embora não
previsto, pode ser entoado e encontrará maior receptividade neste momento.
OBS: Só se deixa o lugar após o celebrante ter se
retirado do presbitério!
“Na celebração da Santa Missa, os fiéis constituem
o Povo Santo, o povo adquirido por Deu e o Sacerdócio régio, para dar graças a
Ele e oferecer um Sacrifício Perfeito, não apenas pela mão do Sacerdote, mas
também juntamente com ele. Por isso deve ser evitado qualquer tipo de
individualismo ou divisão, a fim de formarem um único corpo. Tal unidade se
manifesta muito bem quando todos os fiéis realizam em comum os mesmos gestos e
assumem as mesmas atitudes externas”.
Para melhor celebrar!
Padre Bernardo
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