A Igreja nasce no dia de
Pentecostes. O desenvolvimento da vida cristã é presidido pelos doze Apóstolos
designados por Jesus, como guias de comunidade, tendo Pedro como chefe. Os que
receberam a sua palavra foram batizados. Perseveravam eles na doutrina dos
apóstolos, na reunião em comum, na fração do pão e nas orações. Todos os fiéis
viviam unidos e tinham tudo em comum. Vendiam as suas propriedades e os seus
bens, e dividiam-nos por todos, segundo a necessidade de cada um. Unidos de coração frequentavam todos os dias o templo. Partiam o pão nas casas e tomavam a comida com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e cativando a simpatia de
todo o povo. E o Senhor cada dia lhes ajuntava outros que estavam a caminho da
salvação. Depois, os apóstolos chamaram colaboradores e assistentes, os
presbíteros e os diáconos. Na igreja inicialmente tudo parecia correr tão bem,
lá em Jerusalém. Uns
poucos anos depois, porém, começaram aparecer principalmente duas grandes
dificuldades: 1- perseguição pelo governo romano. Todos se dispersaram
pelas regiões da Judeia e Samaria, menos os apóstolos, At 8,1. 2- divisões entre os cristãos: alguns dos
fariseus convertidos queriam impor a circuncisão e a observação da Lei de
Moisés aos gentios, At 15,5-6. Os apóstolos se reúnem num concílio em Jerusalém
(49 ou 50) e a decisão é que não é necessário que os pagãos se tornem primeiro
judeus. A inimizade entre eles vai aumentando por causa disso. São Paulo, por
diversas vezes, escreve cartas às comunidades que ele tinha fundado entre os
povos pagãos dizendo para não deixarem a fé. E que eles não tinham que seguir a
Lei de Moisés para serem cristãos.
A missão cristã não conhece fronteiras nem
obstáculos At 8,4 (Pedro, Tiago e João “as colunas da Igreja”, que enviaram
Paulo para evangelizar os pagãos). O Evangelho é proclamado na Judéia, Samaria,
Fenícia, Chipre e Antioquia, tanto para os judeus como para os pagãos.
Antioquia, terceira cidade do império romano, foi a base de partida para
evangelização universal. Paulo fez 3 viagens missionárias: 45-48 Chipre e à
Ásia Menor. 50-52 partiu de Chipre, chegando a Macedônia e a Grécia. 53-58
chegou a Éfeso. Paulo
volta a Jerusalém e é preso No
ano 61, como prisioneiro, estava em Roma, donde talvez partiu para uma missão
na Espanha. Mantinha contato com suas comunidades através de cartas. Pedro
esteve missionando em Jerusalém e na palestina. Em 55 foi a Roma, ali residindo
até a morte.
Apesar do pequeno numero de cristãos, é uma Igreja viva e visível e aos
poucos vai conquistando espaço dentro da vida e da organização da sociedade.
Ninguém demonstrava simpatia pelo cristianismo tão logo ele se fez presente no
Império Romano. A doutrina cristã: Deus feito homem. Deus Uno e Trino, amor aos
inimigos; apresentava aspectos desconcertantes e misteriosos para a mentalidade
religiosa de então. Para o império romano, a religião era uma questão de
Estado. Envolvia tudo: família, sociedade, cultura, religião. O estado era o
tutor, ditava as normas. Mandava no povo.
Quanto mais os cristãos aumentam entre os pagãos, maiores dificuldades
encontram com o governo de Roma. No ano 60, o imperador Nero persegue os
cristãos, porque não querem adorar os deuses romanos. Levantam uma série de
boatos: os cristãos comem criancinhas, adoram a cabeça de um burro, nas suas
reuniões secretas fazem coisas vergonhosas e orgias. Afinal, os romanos
precisavam inventar um motivo para acabar com o perigo que os cristãos
apresentavam. Qual era esse perigo? Enquanto o imperador romano era considerado
como deus, os cristãos não aceitavam isso, o que pôs em perigo a fidelidade ao
imperador. As perseguições são muito sangrentas: cristãos que não querem fazer
o sacrifício aos ídolos e ao imperador dos romanos são jogados às feras,
crucificados, queimados vivos, mortos de outras maneiras.
No ano 70, o general
romano Tito conquistou Jerusalém e destruiu o templo, o símbolo maior da fé
judaica. A comunidade cristã se retirou para Transjordânia. Alguns caíram na
heresia. Após estes fatos, cristãos e judeus vão se distanciando e também
gerando ódio entre eles.
Depois do ano 70 mais vezes houve
perseguições, mas sempre em nível local, pois não havia uma legislação
proibindo ser cristão.
Domiciano (82 - 88) os
perseguiu por recusarem a prestar culto ao imperador. Ele queria ser adorado
como o “Senhor Deus”.
Trajano (98 -117) criou uma lei: “Não é crime ser
cristão; mas se for denunciado, passa a ser criminoso”. As denúncias podiam
surgir por inveja, cobiça de patrimônio, vingança pessoal e, o mais terrível,
por ocasião das grandes festas, quando necessitavam de mais vitimas para
espetáculos circenses.
Marco Aurélio (161-180) grande perseguição. O império
balançava devido à peste, carestia e a ameaça dos bárbaros nas fronteiras. O
povo atribui estes desastres aos cristãos e os agride e mata.
Diante de tudo isso ainda, os cristãos eram leais ao
Estado. Oravam pelo imperador, pagavam taxas e tributos, eram submissos,
obedientes e pacíficos. Jamais houve rebeliões, insubordinação. Mesmo com toda
perseguição o cristianismo continua atrair discípulos.
Entre (211-235) houve 30 anos de calma, sem perseguições.
Décio
(249-251) acreditava salvar o Império retornando a antiga religião pagã. Usou
de todos os meios: cárcere, exílio, confisco de bens, tortura, morte. (Orígenes: ensinou na escola catequética entre 212 e 231,
escrevendo suas primeiras obras teológicas e filosóficas. Ordenado presbítero,
mudou-se para Casaréia, transformando-a em grande centro intelectual. Na
perseguição de Décio, foi preso e torturado).
Em
250 a
Igreja se estende a Gália, Ilíria, Itália do Norte, Espanha. O cristianismo
latino tem 2 centros: Roma na Europa e Cartago na África.
Valeriano
(253-260) proibiu o culto, executou bispos; queria que sacrificassem aos
deuses.
Depois
viveram em paz por 40 anos.
Em
303 Diocleciano proibiu o culto, confiscou os Livros sagrados, destruiu igrejas,
excluiu cristãos de cargos públicos, prendeu os chefes das igrejas, obrigou
todos os cristãos a oferecer sacrifícios aos ídolos, caso contrário sofreriam o
exílio, tortura, prisão, morte. Ele queria restaurar a antiga religião. Foi a
mais longa e violenta perseguição. No Egito se executavam de 10 a 100 cristãos ao dia.
Mitos cederam ao medo, muitos outros morreram gloriosamente por Cristo. A
perseguição mostrou-se um fracasso estratégico e pouco a pouco enfraqueceu.
Em
306 no Concílio Provincial de Elvira na Espanha, colocou-se a obrigação do
celibato na Igreja latina.
Não
conseguindo destruir os cristãos, em 311 Galério permitiu a prática religiosa
cristã. Admitiu o fracasso diante da Igreja que continuava crescendo.
Assim, enquanto os cristãos estavam sendo perseguidos nos três
primeiros séculos do cristianismo, o crescimento da Igreja foi firme, pois
os cristãos bem decididos aguentavam as perseguições, e ficaram dispostos ao martírio;
a Igreja estava sofrendo. Mas muitos se admiravam do exemplo de heroísmo dos
mártires. Havia um ditado: o sangue dos mártires é a semente de novos cristãos.
O cristianismo foi considerado religião ilícita até o ano de 313, quando
o imperador romano, Constantino, percebeu a força do cristianismo, pois quanto
mais seus antecessores perseguiam os cristãos, mais eles cresciam. Então fez as
pazes com eles e concedeu-lhes liberdade religiosa. Também devolveu aos
cristãos alguns bens imóveis que no ano 303 foram roubados pelos imperadores
Galério e Dioclesiano. Deu também dinheiro para construírem igrejas. Tiveram
então, mais facilidade para viajar e pregar o Evangelho a todo mundo. Em
conseqüência da paz de Constantino, as conversões são numerosas, novas sedes
episcopais são fundadas e os cristãos começam a ocupar cargos elevados na
estrutura imperial. São construídas as basílicas de São João Latrão, São Pedro
no Vaticano e a basílica do Santo Sepulcro em Jerusalém. Rapidamente o cristianismo
vai influenciar positivamente a legislação imperial, colocando um novo
espírito, fraterno e humano no tratamento das pessoas. Constantino enfraqueceu
a liberdade dos bispos garantindo-lhes postos de honra nas cerimônias, palácios
e dinheiro, transportes e alojamento por ocasião dos sínodos e concílios. O
principal motivo era exercer influência nas decisões doutrinais e
disciplinares, com isso garantindo a unidade do Império, sua grande obsessão.
Os Símbolos imperiais passam a ser cristãos, as moedas trazem imagens cristas,
a cruz torna-se o grande símbolo do Império. Os cargos mais altos do governo
são confiados somente aos cristãos. Neste período surgiu uma instituição: os
patriarcados. A Igreja considerou-se dividida em 5 Patriarcados. Roma,
Alexandria, Antioquia, Jerusalém, Constantinopla. Do ponto de vista da honra e
importância, Roma é o primeiro e Constantinopla o segundo patriarcado. Toda a
Igreja olhava o bispo de Roma como o primeiro entre todos os bispos e
patriarcas.
No início do século III se romperam os últimos laços com
o judeu-cristianismo. Foi o período do renascimento filosófico no mundo grego,
a expansão territorial do cristianismo no mundo latino, distanciando-se do
oriental.
EM
324 Constantino coloca Bizâncio como capital do Império, (rebatizada de Constantinopla)
deixando Roma abandonada. (os Bárbaros estavam ameaçando o imperador do
Ocidente, então para ficar num lugar mais estratégico, levou a sede pra lá e
transferiu também todo poder religioso).
Com Teodósio 379 - 395, o cristianismo, passou a ser “Religião oficial”
do império. Aos poucos vai unindo a Igreja ao Estado. Ela vai adquirindo uma
“categoria imperial”. Os cidadãos do Império romano sentiam-se parte da mais
formidável, segura e sagrada estrutura política. Nada poderia ser mais
fascinante e abençoado do que um Império governado por um imperador cristão. Um
Imperador protetor e preocupado com a fé de seus súditos. Vantagem: liberdade
de culto, liturgia bonita, construções grandes sem sacrificar o povo,
facilidade para viajar e pregar o Evangelho a todo mundo. Desvantagem: menos
liberdade para falar: o imperador quer mandar dentro das coisas da Igreja,
nomeia bispos e padres que são do agrado dele e nem sempre os melhores; os
bispos e padres se deixam levar pela vida fácil e se afastam da vida do povo.
Em 395, o Imperador Teodósio divide o Império Romano em duas partes: Ocidental
e Oriental.
Em 410 houve a invasão dos bárbaros em Roma (Roma é saqueada por Alarico).
Em 430 no norte da África, na Bretanha
cristã. Em 452, outro bárbaro (os Hunos) ameaça saquear e tomar Roma. O Papa
Leão Magno (440-461): defensor da cidade e dos pobres pede clemência e é
atendido. O Papa o convence a abandonar a Itália. Em 455, Roma é novamente
saqueada por Odoacro, depõe o Imperador Rômulo Augusto, terminando oficialmente
o Império Romano do Ocidente. Os Bárbaros ocupam o trono do Ocidente cristão (por
diversas vezes Roma, juntamente com outras cidades, foi assaltada e saqueada). Roma
transformou-se numa cidade de ruínas, de pobres, de invasões. Igrejas,
mosteiros e cidades estavam destruídos. Era preciso socorrer os pobres,
reorganizar a vida.
Como a administração imperial entrou em colapso, os bispos passam a
centralizar a organização e governo de novos povos. O Bispo de Roma (Papa
Gregório Magno: 590-604) assume o posto deixado pelo Imperador. O Papa e os
bispos acabaram tornando-se a única fonte de autoridade. O Papa foi assumindo
aos poucos, não por vontade própria, o papel que antes era do Imperador, tendo
os bispos como seus coadjuvantes: vão governar cidades, exercer o poder
judiciário, socorrer nas calamidades públicas. Com isso muitos reis e povos se
convertem e são batizados. Gregório se empenha em reconstruir a cultura e a
cidade de Roma. Tem início uma nova etapa da história européia, chamada MEDIEVAL,
marcada pelo predomínio da autoridade eclesiástica. Papa e bispos são
verdadeiros príncipes, refazendo a antiga prosperidade e organização
legislativa do Império romano. Vão criando igrejas nacionais, e também grande
esforço missionário. Evangelizaram os novos povos “Bárbaros”. A criação e novas
igrejas estavam sempre em sintonia e dependência do Papa. Podemos dizer que o
retorno da fé católica estava concluído em meados do século VII.
O Império romano foi se acabando, a Igreja, porém, continuou e foi criando
raízes entre os povos do Norte da Europa, mas enquanto foi se fortalecendo na
Alemanha, Holanda e Inglaterra, os bispos foram perdendo contato com as Igrejas
do Oriente.
* A partir do ano 622 – início da era muçulmana –
seguidores de Maomé. Lançaram-se a conquista do Império romano Oriente e da
Síria. Em 638 conquistaram Jerusalém, depois tomaram Cartago. O Império romano
do Oriente ainda resistirá por mil anos, mas com território sempre mais
reduzido. Não conseguiram conquistar Constantinopla e Portiers. Os judeus
cristãos eram considerados cidadãos de segunda classe.
As igrejas do Oriente e do Ocidente se distanciam cada vez mais.
A partir de 780 partes da Alemanha foram convertidas à força por Carlos
Magno. Método reprovável: ou o batismo ou a morte. Conversões forçadas,
fingidas, por interesse. Inaugura-se aí algo que terá repercussão negativa na
historia: a violência a serviço do Evangelho ou da unidade da Igreja
(destruíram lugares sagrados e templos pagãos. Não havia respeito pelas antigas
culturas).
Ano 800 Carlos Magno é coroado, pelo Papa Leão III, Imperador Romano.
Esta relação íntima entre Igreja e Imperador (que recebe a unção, e com isso o
poder religioso sobre os seus súditos das próprias mãos da Igreja) marcou toda
idade média; por hora os imperadores são “protetores” da Igreja, mas em breve
reivindicarão o direito de serem “senhores” da mesma.
O século IX marcou a Igreja negativamente: compra e venda de cargos
eclesiásticos, papado, episcopados. Alguns papas foram assassinados e promovidos
outros papas pelas famílias nobres romanas. Essa luta pelo poder entre duques,
condes e nobreza em geral acabou com a autoridade da Igreja romana e sua
vontade de ser realmente um modelo dentro da sociedade. A Igreja foi perdendo
sua liberdade. Os imperadores influenciaram sempre mais a vida eclesial:
depuseram papas e bispos, nomearam papas e bispos.
Em 909 foi fundado o mosteiro de Clunia, na França. A partir deste
mosteiro, tem-se início um movimento de reforma em toda a Igreja, que vai se
estendendo e diminuindo aos poucos a influência dos príncipes, reis e
imperadores.
O protagonista da reforma foi Gregório VII, monge de Clunia, eleito Papa
no ano 1073. proibiu toda transmissão de um ministério eclesiástico por um
leigo, principalmente com relação a investidura de bispos por parte do
imperador alemão. Foi um período de tensão entre Igreja e Império, já que ambos
os lados julgavam-se no “direito” de continuar nomeando bispos. Em 1085 morreu
Gregório e não conseguiu implantar a reforma, contudo os seus sucessores
continuaram seu projeto e lentamente a Igreja foi se libertando e conseguiu seu
intento. A reforma trouxe como conseqüência uma grande centralização do poder
em mãos do Papa. Toda a Igreja ficou sob o controle papal. No ano 1054 chegou-se a uma quebra total entre o Oriente
(Constantinopla) e o Ocidente (Roma) em boa parte devido à politicagem dos
responsáveis da Igreja.
Em 1453
a capital Constantinopla foi tomada pelos turcos.
A
IGREJA E O POVO JUDEU: a grande tempestade começou com AS CRUZADAS (Século XI):
Inicialmente foram grandes expedições organizadas pelos cristãos da Europa
Ocidental para libertar Jerusalém e os lugares santos do jugo dos turcos
muçulmanos. Mas acharam prático começar agir já na Europa, assassinando os
judeus que encontrassem pelo caminho. Houve bispos que intervinham, em diversas
cidades européias, para impedir esse tipo de ação, salvando os judeus de muitos
massacres. O anti-semitismo continuou por muitos séculos. Em 1928, o Vaticano
publicou um decreto condenando o anti-semitismo, mas com pouca ressonância.
Povo eminentemente católico, o polonês viu na perseguição aos judeus a
realização da punição divina pelo crime do deicídio. (uma minoria ajudava os
nazistas, uma maioria indiferente ou impotente e uma minoria ativa ajudou a
esconder os judeus, às vezes sob os protestos do pároco.
A Inquisição não foi criada de uma só vez, nem procedeu
do mesmo modo no decorrer dos séculos. 1) A INQUISIÇÃO Medieval, voltada contra
as heresias cátara e valdense nos séculos XII/XIII e contra falsos misticismos
nos séculos XIV/XV; 2) A lnquisição Espanhola, instituída em 1478 por
iniciativa dos reis Fernando e Isabel; visando principalmente aos judeus e
muçulmanos, tornou se poderoso instrumento do absolutismo dos monarcas
espanhóis até o século XIX, a ponto de quase não poder ser considerada
instituição eclesiástica (não raro a lnquisição Espanhola procedeu
independentemente de Roma, resistindo à intervenção da Santa Sé, porque o rei
de Espanha a esta se opunha); 3) A lnquisição Romana (também dita “o Santo
Ofício”), instituída em 1542 pelo Papa Paulo III, em vista do surto do
protestantismo. Apesar das modalidades próprias, a Inquisição medieval e a
romana foram movidas por princípios e mentalidade características. Católicos,
protestantes, anglicanos e calvinistas admitiram o uso da inquisição.
No século XII surge
um grande movimento de renovação: são simples cristãos que se preocupam em
seguir o Evangelho. Abandonam a riqueza e se dedicam aos pobres: São Francisco
de Assis Sta Clara, São Domingos, São Bernardo, Santo Tomás, Sta Catarina,
Santo Antonio. Apesar de todo esforço que fizeram pela renovação, os
responsáveis da igreja pouco fizeram para melhorar.
As
universidades têm na Igreja a maior responsável pela sua existência. A maior
parte das antigas universidades é fundação eclesiástica. A mais antiga 1.158 em
Paris. Ao longo dos séculos XIII e XIV surgem na Europa 29 universidades de
fundação pontifícia.
Houve uma época em
que havia 2 papas ao mesmo tempo: um em Roma e outro na França. Houve um tempo
em que até o papa vivia mal e tinha amante. Houve um tempo em que se chegava a
vender coisas espirituais e a oferecer a salvação por dinheiro. Um monge alemão
reagiu contra todos estes abusos, Martinho Lutero, e tentou uma reforma, em
1517, mas também se deixou envolver na politicagem. Ao mesmo tempo em que
alguns achavam melhor começar uma igreja por conta e separar-se de Roma, havia
outros santos que tentavam a renovação ficando ligados à Igreja católica (santo
Inácio de Loyola, fundador dos padres jesuítas foi o maior deles desta época).
Vendo o estrago que a reforma protestante e seu próprio mau exemplo tinham
causado à Igreja, os bispos se reuniram todos num concílio, na cidade de
Trento, na Itália, de 1545 até 1563. Nestes anos, reorganizaram toda a vida da
Igreja. Conseguiram recuperar e renovar a vida espiritual dos cristãos.
Conseguiram organizar a pregação em todas as novas terras que iam sendo
descobertas (nas Américas, África e Ásia) cuidaram da formação dos padres nos
seminários.
Quando os
colonizadores portugueses vieram ao Brasil, sua preocupação não era tanto
pregar o Evangelho aos indígenas, mas tirar as riquezas do Brasil para levá-las
à sua terra. Mesmo sendo cristãos, cometiam muitos crimes, fazendo os índios
escravos. Se eles não obedeciam eram maltratados e mortos. Mais tarde
importaram negros para fazer render a cultura de cana de açúcar e as minas. Até
os missionários que os acompanhavam apoiavam esta ideia dos portugueses, e
ajudavam para amansar os índios que resistiam. A grande maioria dos padres e
bispos aceitava a escravidão dos índios e dos negros, e muitas vezes tinham
seus próprios escravos. Ao lado destes, porém, havia também missionários que
realmente se preocupavam com os índios, que queriam mostrar-lhes que Jesus
também veio para levá-los a serem filhos conscientes de Deus (pe José de
Anchieta, pe Nóbrega) os padres mais conhecidos. Mas em 1768 os portugueses e
espanhóis combinaram e destruíram as comunidades, igrejas. Mataram muitos
índios e expulsaram os padres jesuítas do Brasil. Também muitos frades
capuchinhos deram sua vida nos perigos das viagens missionárias pelo Brasil
afora.
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