sábado, 22 de novembro de 2014


Há palavras que nos beijam 
Como se tivessem boca, 
Palavras de amor, de esperança, 
De imenso amor, de esperança louca.
Palavras nuas que beijas 
Quando a noite perde o rosto, 
Palavras que se recusam 
Aos muros do teu desgosto.
De repente coloridas 
Entre palavras sem cor, 
Esperadas, inesperadas 
Como a poesia ou o amor.
(O nome de quem se ama 
Letra a letra revelado 
No mármore distraído, 
No papel abandonado)
Palavras que nos transportam 
Aonde a noite é mais forte, 
Ao silêncio dos amantes 
Abraçados contra a morte.

Alexandre O’Neill

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