quinta-feira, 1 de maio de 2014

Meditação sobre a Virgem das Dores

Meditação sobre o encontro de nosso Senhor Jesus Cristo, carregando a cruz às costas rumo ao Calvário com sua Beatíssima mãe a senhora das Dores, Maria Santíssima.

Texto base da meditação : Lamentações 1,12 (Lámed)
“Ó vós todos, que passais pelo caminho: olhai e julgai se existe dor igual à dor que me atormenta!”
Embora saibamos que Maria Santíssima não disse essas palavras, mas a Igreja, deste de os primeiros séculos atribuiu a ela essa lamentação. Podemos quase imaginar Maria, chorando atrás do cortejo que leva seu Divino Filho ao suplicio e entre olhares de repreensão de muitos conhecidos ou não, por entre lágrimas silenciosas, ela indaga a cada um: “existe dor igual à minha dor?”
Uma mãe que cria seu filho com todo amor, educa-o, nutre-o, cura-lhe as feridas de quedas quando criança, da ao fruto de seu amor toda a atenção, como nossas mães nos deram. Todos nós já ouvimos dizer que mãe nenhuma cria filho pra enterrar, mas espera que um dia, quando na sua velhice tiver que partir dessa terra, o seu amado filho estará ao seu lado, amparando, consolando, segurando as suas mãos...
Mas com Maria foi diferente, assim como infelizmente é com tantas mães que veem seus filhos em situações deploráveis, sub-humanas e mesmo com o coração em pedaços, nada podem fazer, mas continuam amando, consolando, fazendo-lhes companhia, ela, com uma troca de olhares, talvez um toque rápido nas mãos que tantas vezes lhe fizeram um carinho, mostra-se solidária com a dor, o sofrimento e a condenação do filho.
Maria é a figura desconsolada de tantas mães que perderam e ainda perdem seus filhos para as drogas, para a prostituição, para o alcoolismo, para pessoas sem escrúpulo que só visam o lucro e o próprio bem estar. Usando muitas vezes para adquirirem esse lucro a vida de pessoas que por um sonho ou uma desilusão, deixam suas famílias e partem sem saber se o que encontrarão será tão bom quando lhe disseram.
“Ó vós que passais pelo caminho, olhai e vede se há dor semelhante à minha dor!” é o que milhares de mulheres gritam perante uma sociedade que busca somente a realização de suas necessidades e não olha para os que sofrem. É só pararmos um pouco e prestarmos atenção, quantas pessoas clamam, com voz até rouca por uma atenção, por socorro, clamam desesperadamente aos céus na esperança de que ao menos Deus se compadeça de seu sofrimento e envie um bálsamo acalentador para suas feridas.
Mãe das dores, Virgem Maria, nossa mãe, vós que estivestes junto a vosso Divino Filho no doloroso caminho da Cruz, olha para nossas mães, avós, esposas, filhas, sobrinhas, mulheres que como teu Jesus carregam uma pesada cruz nem sempre aliviadas por um Cirineu, nem sempre com suas faces limpadas por uma Verônica piedosa. Dai-lhes ó mãe vosso auxilio nas angustias, vosso consolo nas tribulações, vosso colo para chorarem quando tudo mais parecer perdido e sem razão.
Com toda certeza, Maria Santíssima esperava ter ao seu lado na hora derradeira seu filho, mas Deus aprouve-lhe de outro modo: ela, silenciosa e com um choro angustiante, consolou, animou e acima de tudo rezou pela missão de seu filho. Aquela espada de dor que o velho Simeão profetizou que lhe transpassaria a alma agora se faz real e aguda. Agora ela começa a entender muitas das coisas que guardava e meditava em seu coração, quanta coisa agora lhe vinha aos olhos da alma, quantas palavras, quantos gestos...tudo a fizeram entrar na noite mais escura da alma: quando Deus revela por definitivo seu plano de salvação e nos pede que colaboremos ofertando algo de nós, aqui, Maria, mesmo com sua dor de mãe que vê o filho sendo condenado injustamente à morte, renova o sim dado ao divino mensageiro naquele feliz dia da anunciação e com a alma rasgada de dor, O oferece ao Pai para que se cumpra a nossa salvação.
http://seminariosaocaetano.blogspot.com.br/

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