Nunca é tão fácil perder-se como quando se julga conhecer o caminho.
sábado, 31 de maio de 2014
sexta-feira, 30 de maio de 2014
quinta-feira, 29 de maio de 2014
Adoração Eucarística
O que é Adoração Eucarística?
Na expressão “Adoração Eucarística”, a palavra “Adoração” é usada, de forma ampla, para significar qualquer espécie de oração, qualquer espécie de união com Deus. “Eucarística” significa rezando diretamente para Jesus presente na Eucaristia ou de forma centrada n’Ele. Adoração Eucarística, então, é qualquer oração endereçada a ou centrada em Jesus Cristo, presente na Eucaristia.
A Adoração Eucarística pode ser realizada na presença de Jesus na Eucaristia, em igreja ou em tabernáculo de capela. Ou pode ser feita diante da Eucaristia exposta no altar, por exemplo, em um ostensório.
Algumas igrejas mantêm a exposição da Eucaristia todos os dias. No centro de Roma, uma igreja faz a exposição todas as tardes, até o início da noite; outra expõe a Eucaristia todas as noites, das 18 às 22 horas. As pessoas vão até lá rezar por cinco minutos ou mais, por uma hora ou mais…
Por que fazer isto? Qual a importância da Adoração Eucarística, qual a importância de rezar a Jesus na Eucaristia? Por um lado, muitas pessoas acham esta uma maneira mais fácil de rezar, concentrando-se no Senhor, na presença de Jesus ali na Eucaristia. Por outro lado, Jesus na Eucaristia está presente exatamente para vir até nós, para estar unido a nós. Quando eu rezo a Jesus na Eucaristia, eu rezo a Ele, no que diz respeito a mim, como por meu alimento espiritual, presente diante de mim para uma união comigo, unindo-me a Ele de forma especial.
Jesus na Eucaristia é Jesus em Seu estado presente, não Jesus crucificado, mas Jesus ressuscitado, glorificado, entre a Sua Ascensão ao Céu e Sua segunda vinda à Terra; Jesus nressuscitado, presente para mim sob a aparência de pão. Sua presença é gloriosa, Sua aparência é simbólica – símbolo do que Ele está fazendo ali na Eucaristia, oferecendo-Se como meu alimento e força.
A Adoração Eucarística é comunhão espiritual. Cada vez que eu rezo a Jesus na Eucaristia, eu estendo minhas Santas Comunhões do passado até o presente, e antecipo minhas futuras Comunhões. A Adoração Eucarística faz sentido apenas no contexto da Santa Comunhão, assim como entre Comunhões.
Senhor Jesus, obrigado pela Sua presença na Eucaristia, para mim, para meu crescimento e sustento, e vigor, e encorajamento. Obrigado por amar-me tanto a ponto de querer estar unido a mim, em união comigo, em comunhão comigo. Amém.
O Bem-aventurado João de Ruysbrook – um grande escritor espiritual que viveu na Bélgica, no Século XIV – escreveu sobre a união com Jesus na oração: “Nesse encontro muito profundo, nesse encontro verdadeiramente íntimo e caloroso, Jesus e eu, cada um de nós quer aquilo que o outro é, e cada um de nós convida o outro a aceitar uma pessoa como ela é.” Em minha oração, Jesus me pede por mim mesma, e Ele Se dá, a Ele Mesmo, a mim, pedindo-me que O aceite exatamente da forma como Ele é. E eu me dou, a mim mesma, a Jesus, pedindo-Lhe que me aceite exatamente como eu for naquele momento e pedindo a Ele, por Ele Mesmo, que Se dê, a Ele Mesmo, a mim.
O que João de Ruysbrook escreveu sobre oração, eu posso aplicar à Adoração Eucarística. Porque o Bem-aventurado João vê a Eucaristia como sendo o indispensável caminho e modo de união com Jesus; ele escreve que Jesus “deu Sua carne para ser o
alimento de minha alma, e o Seu sangue para ser a bebida de minha alma. E a natureza do amor é sempre a de dar e tirar, amar e ser amado.”
alimento de minha alma, e o Seu sangue para ser a bebida de minha alma. E a natureza do amor é sempre a de dar e tirar, amar e ser amado.”
Ele continua: “O amor é, ao mesmo tempo, um tomar fortemente amor e um doar generosamente amor. Ainda que Ele dê tudo o que Ele tem e tudo o que Ele é, Ele também tira de mim tudo o que eu tenho e tudo o que eu sou, e Ele exige de mim mais do que eu posso realizar. Sua fome é indescritivelmente grande. Ele me consome até o mais profundo do meu ser.”
Nós podemos aplicar isto também à Adoração Eucarística. Exatamente como na Santa Comunhão, eu consumo a Jesus, tomo-O, eu mesmo, dentro do meu coração – dentro de todo o meu íntimo e não apenas no interior do meu corpo físico. Então, na Adoração Eucarística, eu tomo a Jesus em meu coração, no meu íntimo, numa comunhão espiritual, mesmo se eu não O consumir fisicamente. E, na Adoração Eucarística, da mesma forma como eu consumo a Jesus espiritualmente, Ele também me consome; não apenas Se dá a mim, mas leva o meu íntimo para dentro de Seu coração, para dentro d’Ele Mesmo. Não somente faz com que eu O deseje; Ele me quer. Não apenas faz com que eu O leve para dentro do meu coração; Ele também me leva para dentro do Seu Coração Sagrado. Não apenas faz com que eu peça algo d’Ele; Ele também pede algo de mim.
O que Ele pede de mim? Ele pede meu coração, meu íntimo, dados a Ele. E, especialmente, pede que eu O encare seriamente como me amando, como desejando que estejamos unidos, juntos, em comunhão, e tão felizes como estamos.
Prof. Felipe Aquino
assessoria@cleofas.com.br
quarta-feira, 28 de maio de 2014
segunda-feira, 26 de maio de 2014
domingo, 25 de maio de 2014
Vamos rezar com Nossa Senhora?
A palavra Rosário em latim significa buquê, série de rosas, grinalda (igual a que as noivas colocam na cabeça quando se casam). Para a Igreja e para nós, o Rosário é formado por 200 Ave-Marias, 20 Pais-Nossos e 20 Glórias, em homenagem à Virgem Maria, aquela que participou da vida de Cristo.
Há muitos séculos atrás, conta-se que as pessoas usavam pedrinhas para contar o número de orações que faziam, e nos conventos os religiosos que não sabiam ler as orações em latim, completavam suas orações com a recitação de Pais-Nossos, que eram contados através de vários grãos enfiados em um barbante.
Também conta a história que Maria apareceu a São Domingos e indicou o Rosário como uma forte arma para a conversão (mudança de vida).
Em 1854, em Lourdes, a Virgem Maria aparece a Bernadete, trazendo o Rosário na mão. Em 1917, aos três pastorezinhos portugueses, em Fátima, Nossa Senhora se declara a Rainha do Rosário.
Aos poucos a devoção do Rosário se espalhou pela Igreja do mundo inteiro.
Conta-se que antigamente as famílias católicas sempre rezavam o terço (terça parte do Rosário) antes de dormir. Penso que precisamos recuperar esse costume tão necessário para nós famílias nos dias de hoje.
Aí na sua casa tem alguém que reza o terço? Se não tem, que tal começar?
O Rosário é uma oração bíblica, pois meditamos toda a vida de Jesus desde seu nascimento até a sua ressurreição. Ele é repartido em três terços, onde contemplamos: os Mistérios Gozosos, Mistérios Dolorosos e Mistérios Gloriosos. São Papa João Paulo II, no ano do Rosário (2002-2003) modificou a estrutura do Rosário acrescentando-lhe mais 5 mistérios (os Mistérios da Luz). Então hoje temos o Rosário com quatro terços.
Você sabe rezar um terço? Não! Gostaria de aprender? Peça para sua mãe ou seu pai para te ensinar, é muito fácil. Veja:
Os Mistérios Gozosos são chamados também da Alegria:
1º) A anunciação do anjo Gabriel à Maria
2º) Visita de Maria a sua prima Isabel
3º) Nascimento de Jesus
4º) Apresentação do Menino Jesus no Templo
5º) Encontro de Jesus no Templo
Mistérios Dolorosos ou da Dor:
1º) Agonia de Jesus no Horto das Oliveiras
2º) Flagelação de Jesus
3º) Coroação de espinhos de Jesus
4º) Jesus carregando sua cruz
5º) Crucificação e morte de Jesus
Mistérios Gloriosos:
1º) Ressurreição de Jesus
2º) Ascensão de Jesus aos céus
3º) Descida do Espírito Santo sobre os apóstolos e Maria
4º) Assunção de Nossa Senhora
5º) Coroação de Nossa Senhora como rainha do céu e da Terra
Mistérios da Luz:
1º) Batismo de Jesus
2º) Primeiro milagre de Jesus: Bodas de Caná
3º) Anúncio do Reino e do convite à conversão
4º) Transfiguração de Jesus
5º) Instituição da Eucaristia
Viu como é gostoso rezar o Rosário? Cada Mistério é um terço, e os quatro terços formam um Rosário.
Você percebeu que rezando o Rosário vai meditando sobre a vida de Jesus desde o seu nascimento até a sua ressurreição e também vai caminhando com Maria? Legal não é! Por isso é uma oração perfeita que pode mudar a sua vida, a de sua família e a de quem você colocar na intenção. É uma promessa de Nossa Senhora atender todos os pedidos de quem rezar o Rosário diariamente.
Maria é nossa grande e maior intercessora no céu, pois Jesus, antes um pouco de sua morte na cruz, nos deu a Maria como filhos e nos deu Maria como nossa mãe. Já imaginou o que ela poderá fazer por aqueles que homenagearem seu Filho Jesus através do terço e do Rosário!
Faça a experiência, comece a rezar o terço todos os dias e verá milagres acontecerem em sua vida, como aconteceu na vida de Bernadete em Lourdes e dos pastorezinhos em Fátima e também na minha vida, por isso acredito que pode acontecer na sua!
Que Nossa Senhora te abençoe e interceda por você. Amém!!
Fonte: Denise Simões Ferreira
sábado, 24 de maio de 2014
Marta e Maria
Eram duas irmãs; muito santas, mas bem diferentes no pensar e no agir. O próprio Jesus as queria muito bem, de tal forma que um dia foi lhes fazer uma visita; foi muito bem recebido pelas duas, mas dum modo completamente diferente. Marta, a primeira a ir ao encontro do Mestre, não teve mais sossego desde a chegada do divino hóspede, preocupada em bem servi-lo. Maria, logo após cumprimentar Jesus, caiu a seus pés, ficando assim todo o tempo, em profunda adoração.
Qual das duas mereceu o elogio de Jesus? “Marta, Marta, disse Jesus, tu te preocupas e andas agitada por muitas coisas. Porém, uma só coisa é necessária. Maria escolheu a melhor parte e esta não lhe será tirada” (Lc. 10, 41-42). Esta passagem bíblica é do evangelho da missa de amanhã, décimo sexto domingo do tempo comum.
Temos nessa passagem do Evangelho uma esplêndida lição de Cristo, ensinando que a vida contemplativa é superior a vida ativa. Ambas são complementares; uma não exclui a outra. De fato, a contemplação e a ação estão a serviço do reino.
Estou percebendo que, em nossos dias, vem crescendo a busca da contemplação. Aumenta o número de pessoas que, fugindo por um tempo, do reboliço e da agitação do mundo, consegue mergulhar no profundo silencio e, no caloroso recolhimento, se sente toda envolta e aquecida pelo amor do Divino Espírito.
Nosso ato de adoração se dirige de modo espontâneo à pessoa de Jesus Cristo; pois Ele se familiarizou conosco, vivendo em nosso meio, partilhando conosco alegrias e tristezas, sorrisos e lágrimas. Falando de contemplação o grande mestre de espiritualidade, Santo Inácio de Loyola insiste que devemos contemplar Cristo, para nos tornarmos semelhantes a Ele, através duma compenetração afetiva, nascida do amor.
Claro que podemos também contemplar o Pai ou o Divino Espírito Santo, conforme nosso estado de ânimo, afetivo e emocional.
São somente as três pessoas da Trindade que podemos adorar. Aos santos e também a Maria veneramos e muito amamos.
Maria, irmã de Marta, mereceu todo elogio de Jesus, porque soube distinguir o que era melhor durante a visita do Mestre. Mas Marta também fez uma boa ação, servindo a Jesus. Entre ação e contemplação, não se trata de escolher uma e abandonar outra; ambas são necessárias; deverão ser feitas no seu devido momento. Em certas circunstancias, a contemplação deve ser feita antes da ação; noutras circunstâncias, depois.
O famoso São Bento, fundador da Ordem dos beneditinos, ensinava a seus monges: ORA ET LABORA, i.e. reza e trabalha, priorizando assim a contemplação. Ninguém pode fazer grandes coisas sem rezar. Não conheço nenhum grande santo, que fez obras maravilhosas sem rezar.
Cristo é o grande modelo de ação e contemplação. Ele vivia na ativa, caminhando pelas aldeias e povoados, atendendo aos pobres, curando os doentes; mas achava tempo para, no silêncio e solitário, levantar os olhos para o Pai. Queria que seus discípulos fizessem o mesmo: “Vinde a mim vós todos que estais cansados e sobrecarregados e eu vos aliviarei” (Mt. 11,28).
Dom Antônio de Sousa.
quarta-feira, 21 de maio de 2014
domingo, 18 de maio de 2014
quinta-feira, 15 de maio de 2014
Uma lágrima se evapora, uma flor murcha,
só a oração chega ao trono de Deus.
Santo Agostinho - Doutor da Igreja
quarta-feira, 14 de maio de 2014
Quem somos
São palavras que falamos, e sobretudo as que ouvimos; são as músicas e
cantos que cantamos ou tocamos, e sobretudo as que escutamos; são as
atitudes nossas e sobretudo dos outros, pacíficas ou
agressivas que despertam em nós os mais variados sentimentos agradáveis
ou desagradáveis, que nos fazem rir ou chorar, ou simplesmente nos
alegrar, entristecer, ou nos deixar pensativos, preocupados ou
despreocupados com esperanças ou sem elas.
MONSENHOR ESTANISLAU POLAKOWSKI
terça-feira, 13 de maio de 2014
sábado, 10 de maio de 2014
O poder das nossas palavras
“Muitos homens morreram pela espada, mas não tanto quanto morreram pela língua” (Eclo 28,22).
Um dos mais excelentes dons que Deus nos deu foi a palavra. Alguém já disse que elas são mais poderosas que os canhões. De fato, um canhão pode ser aprisionado, mas aprisionar a palavra não será possível.
Como tudo o que Deus fez, também a palavra é bela, construtora do bem e da paz; encanta os corações e as mentes; contudo, mal empregada pode ser muito destruidora. Através dela geramos grandes amizades, elevamos o ânimo abatido do irmão que sofre, despertamos forças adormecidas; mas também, podemos destruir a honra e a imagem do outro, sufocá-lo até a asfixia de suas forças e podemos gerar a guerra.
É incrível o poder da palavra! Ela leva consigo o próprio espírito e poder da pessoa que a comunica. Jesus disse que: “A boca fala daquilo que está cheio o coração” (Lc 6,45). Se você só pensa em política, você fala de política. Se você só pensa em dinheiro e em negócios, você também só fala de dinheiro e de negócios. Se você pensa em Deus, gosta de falar de Deus… e assim por diante. Se o seu coração estiver em paz; vivendo na mansidão, na humildade, cheio de misericórdia, também as suas palavras transmitirão essas virtudes. Mas se o seu coração for exaltado, rebelde, violento, cheio de ódio… cuidado com as suas palavras, elas transmitirão o seu espírito.
As palavras “mostram” o coração.Pela palavra, Jesus curou cegos e leprosos, expulsou demônios, multiplicou pães, acalmou os ventos e o mar… ressuscitou mortos, amaldiçoou a figueira estéril (Mc 11,14). Também nossas palavras poderão fazer milagres de alegria ou de dor, conforme esteja o nosso coração.
Mais uma vez, portanto, é preciso insistir na mudança do coração e na sua conversão segundo a lei de Deus, porque: “É do interior do coração dos homens que procedem os maus pensamentos: devassidões, roubos, assassinatos, adultérios, cobiças, perversidades, fraude, desonestidade, inveja, difamação, orgulho e loucura” (Mc 7, 21).
Sem um coração puro, uma consciência bem formada e um espírito vigilante, nossas palavras poderão ser mais destruidoras do que edificadoras. Não é à toa que São Paulo nos exorta:
“Nenhuma palavra má saia de vossas bocas, mas só boas palavras que sirvam para edificação e que sejam benfazejas aos que a ouvem” (Ef 4,29).
Sem dúvida, a palavra má é destruidora. Destrói o irmão, machuca o seu ser, fere a sua sensibilidade, julga, condena e difama sem piedade, inescrupulosamente. Por isso, Jesus nos proibiu terminantemente de julgar alguém. “Não julgueis para que não sejais julgados, pois com a mesma medida com que medirdes sereis medidos”(Mt 7,1-2).
Está claro, quem quiser acolher a misericórdia de Deus e não ser julgado por Ele, terá que não julgar o outro. Quem julga o outro aborrece a Deus, porque, julgando- o, e condenando-o, no fundo acha-se melhor que ele. É um ato de orgulho e de soberba que ofende a Deus, Pai de todos.
É conhecida a estória daquela mulher que foi se confessar e disse ao padre que tinha difamado uma amiga, falando mal dela às outras.Após o perdão, o sacerdote deu-lhe como reparação dos pecados soltar do alto da torre da igreja um saco cheio de penas. Após cumprir a penitência, a mulher foi comunicar ao sacerdote, que lhe disse: “agora a senhora vai juntar todas as penas que o vento levou”.
Assim como é impossível juntar todas essas penas, é quase impossível restaurar os efeitos destruidores da calúnia, da fofoca e dos julgamentos indevidos. Vale a pena meditar a séria exortação de São Tiago:”Se alguém não cair por palavras, este é um homem perfeito, capaz de refrear todo o seu corpo. Quando pomos o freio na boca do cavalo, para que nos obedeça, governamos também todo o seu corpo. Vede também os navios, por grandes que sejam e embora agitados por ventos impetuosos, são governados por um pequeno leme à vontade do piloto.
Assim também a língua é um pequeno membro, mas pode gloriar-se de grandes coisas. Uma pequena chama pode incendiar uma floresta. Com a língua bendizemos o Senhor nosso Pai, e com ela amaldiçoamos os homens feitos à semelhança de Deus” (Tg 3,1-12). Seremos também julgados por nossas palavras. Por tudo de bom que construirmos com ela seremos premiados. E tudo o que tivermos destruído com elas, teremos que reconstruir, ainda que seja no Purgatório, se Deus nos permitir.
É preciso tomar consciência do poder que possuem as palavras, para com elas fazermos apenas o bem. Jesus disse: “Eu vos digo, no dia do juízo os homens prestarão contas de toda palavra vã que tiverem proferido. É por tuas palavras que serás justificado ou condenado” (Mt 12,36).
Ao explicar esse versículo, a Bíblia de Jerusalém diz que “não se trata simplesmente de palavras ‘ociosas’, mas de palavras ‘perversas’; em suma, calúnia”.
Portanto, teremos de prestar contas ao Senhor de toda calúnia proferida contra o irmão. A razão disto é que a calúnia fere profundamente a pessoa ofendida; é um pecado contra a caridade; e Deus, que é Amor, não suporta o pecado contra o amor. Um dos mandamentos é: “Não levantar falso testemunho”.
Há uma lógica profunda quando o Senhor diz que seremos julgados por nossas palavras; pois elas expressam o conteúdo que vai no nosso coração. Jesus, tomou o cuidado de dizer que:
“A boca fala daquilo que está cheio o coração”(Mt 12,34).
Assim como um mau hálito pode significar, muitas vezes, que algo não vai bem no estômago, da mesma forma as más palavras indicam que algo não está bem no coração.
“A chicotada faz um ferimento, porém uma língua má quebra os ossos” (Eclo 28,21 ).
“Feliz o homem que não pecou por palavras”(Eclo 14,1).
“Muitos homens morreram pela espada, mas não tanto quanto morreram pela língua”(Eclo 28,22).
O provérbio popular diz que “o peixe morre pela boca”; muitos homens morrem por suas palavras. Quem fala o que não deve, acaba escutando o que não quer. Sejamos prudentes no falar, dispostos a muito ouvir e cautelosos no falar.
Prof. Felipe Aquino
sexta-feira, 9 de maio de 2014
quinta-feira, 8 de maio de 2014
quarta-feira, 7 de maio de 2014
Como superar as tristezas
Com um rosto sorridente, o homem duplica as capacidades que possui.
Esta é uma receita espiritual para quem quer vencer, em Deus, todas as suas tristezas; não guardá-las consigo, nenhuma, entregar todas a Deus, de verdade.
Se você quer ser feliz, então, proíba a si mesmo de cultivar a tristeza, se mostrar de rosto triste e mal-humorado.
Olhe para trás e veja quantos sofrem mais do que você, com câncer, numa cadeira de rodas, num leito de hospital,… e mude já este rosto triste, ainda que tenha de fazer violência a você mesmo. Cultive a alegria; ela espalha bênçãos; ela contagia os outros. Alimentar tristezas é criar um clima de intranquilidade que gera enfermidade.
Seja feliz, porque muitos precisam de você para viver, muitos esperam o seu sorriso, muitos precisam se contagiar com a sua alegria. Lembre-se, viver é um privilégio, por isso, você precisa cultivar, diariamente, a planta preciosa da alegria. Você tem o direito de chorar, mas mesmo entre lágrimas nunca tem o direito de renunciar à alegria. Sorria, pois o sorriso é o idioma do amor universal: até as crianças o compreendem. Confúcio disse que “quando você nasceu todos sorriam, só você chorava. Fazer por viver de tal modo que, à hora de sua morte, todos chorem, só você sorria”.
Aconteça o que acontecer, viva alegre. A alegria dissipa as nuvens mais negras. Para isso é preciso cuidar dos pensamentos; pois a nossa felicidade depende da índole dos nossos pensamentos. Quem souber dominar seus pensamentos, saberá governar a sua vida.
É saudável saber que nada é estável nas coisas humanas; portanto, é preciso saber evitar tanto a euforia na prosperidade quanto a depressão na adversidade. A imaginação é a alma da tristeza ou da alegria; ela precisa ser dominada; saiba que é mais fácil reprimir a primeira fantasia do que todas aquelas que a seguem.
O pensar bem é causa de saúde e de felicidade; muitas vezes, o contentamento torna os pobres ricos; o descontentamento torna os ricos pobres. Você sabe que “quem ama o feio, bonito lhe parece”. Tristezas não pagam dívidas, portanto, de nada vale alimentá-las. Não se pode também ficar remoendo os tristes acontecimentos do passado, pois sabemos que “águas passadas não movem moinhos”. Como dizem os ingleses: “não adianta chorar sobre o leite derramado”; é melhor ir logo em busca de outro.
Com um rosto sorridente, o homem duplica as capacidades que possui. Um coração alegre faz tanto bem quanto os remédios.
O povo diz sabiamente que quem canta seus males espanta. Quando você mergulha na tristeza, não consegue subir um degrau; mas se você se firma na alegria, consegue galgar montanhas.
Acho que você já ouviu a história daquele rapaz que andava triste porque não tinha sapatos, até que encontrou alguém que não tinha os pés… estancou as lágrimas no mesmo instante. Certamente muitos estão em situação pior do que a nossa. O melhor remédio para a própria tristeza é procurar com presteza consolar a tristeza dos outros. Nada seca tão depressa como uma lágrima, quando enxugamos a lágrima alheia. A caridade produz a alegria; todas as pessoas e grupos que fazem o bem aos outros são alegres.
É fundamental manter o bom humor; ele é, em primeiro lugar, o melhor promotor da saúde. Um sorriso custa bem menos que a eletricidade e dá mais claridade. A alegria não está nas coisas, mas em nós, e ela é para o corpo humano o mesmo que o sol é para as plantas. Quem está contente jamais será arruinado. A vida não aprecia aqueles que se lamentam. Ela os coloca de lado. Ela ama aqueles que a amam.
Nas horas difíceis ou constrangedoras, saiba vencer a tristeza e o mau humor com uma brincadeira saudável, sem ofender aos outros. Certa vez o Papa João XXIII fez uma visita a uma paróquia de Roma; e ao passar pelo povo ouviu uma senhora dizer para outra: - “Nossa, como ele é gordo!” O Papa ouviu, virou-se para a mulher e disse sorrindo: – “Minha senhora, o Conclave não é um concurso de beleza!” E continuou a caminhada.
Um casal viajava com os filhos; e de repente a esposa começou a se queixar para o marido: “Você não me abraça mais; não me faz mais aqueles carinhos gostosos que fazia quando a gente viajava junto…” E foi reclamando. Muito tranquilo e sem se ofender o marido virou para ela e disse: “Meu bem, naquele tempo a gente não viajava de Kombi com cinco crianças brigando nos bancos de trás!” E foi só risada! Saiba transformar um momento de tensão num momento de descontração, brincando.
A lamentação é uma das coisas mais tristes do relacionamento humano; nada resolve e cria um clima de pessimismo, acusação, tristeza e amargura. Estamos acostumados a reclamar das coisas que nos aborrecem, mas não vemos o lado bom que também existe em nossa vida.
Não fique se queixando tanto dos impostos que você paga, isso significa que você tem emprego, ou tem bens… Não posso reclamar da confusão que eu tenho de limpar após uma festa, pois isso significa que estive rodeado de amigos… Da mesma forma, não devo reclamar das paredes que precisam ser pintadas, da lâmpada que precisa ser trocada, porque isso significa que tenho minha moradia… Assim como não devo me lamentar porque eu não achei um lugar para estacionar o carro, pois isso significa que além de ter a felicidade de poder andar, tenho um carro que muitos não têm.
Não reclame da senhora que canta desafinado atrás de você, ao menos isso significa que você pode ouvir. Não reclame do cansaço e dos músculos doloridos que você sente ao final do dia porque isso significa que você tem saúde para trabalhar…
E assim, eu e você poderíamos multiplicar esses exemplos.
Por mais difícil que esteja sua situação, tente sorrir, você verá que será mais fácil passar por mais essa prova… Se não resolver seu problema, agradeça a Deus por eles e peça coragem para enfrentá-los com dignidade. Não estrague o seu dia. A sua irritação não solucionará problema algum… As suas contrariedadesnão alteram a natureza das coisas… Assim como seus desapontamentos não fazem o trabalho que só o tempo conseguirá realizar… O seu mau humor não modifica a vida. A sua tristeza não iluminará os caminhos. O seu desânimo não edificará a ninguém. As suas reclamações, ainda mesmo afetivas, jamais acrescentarão nos outros um só grama de simpatia por você (…).
Se você acordou nesta manhã com mais saúde do que doença, você é mais abençoado do que um milhão que não sobreviverão nesta semana. Quantos por este mundo estão enfrentando os perigos das guerras, o horror das bombas, a solidão de uma prisão, ou as aflições da fome! Quantos não podem frequentar uma igreja sem o medo de molestamento, prisão, tortura, ou morte… Quantos não têm comida em casa, roupas, uma casa para morar (…). Tudo isso faz a gente concluir que é uma grande blasfêmia ficar reclamando da vida e da própria sorte.
“O que perturba os homens não são as coisas que acontecem, mas sim a opinião que eles têm delas”, disse Demócrito (461-361 a.C). Uma pedra pode ser vista de muitas maneiras: O distraído nela tropeçou. O bruto a usou como projétil. O empreendedor, usando-a, construiu. O camponês, cansado, dela fez assento. Para meninos, foi brinquedo. Drummond a poetizou. Já, David matou Golias. Michelangelo extraiu-lhe a mais bela escultura. E em todos esses casos, a diferença não esteve na pedra, mas no homem! Não existe “pedra” no seu caminho que você não possa aproveitá-la para o seu próprio crescimento.
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Prof. Felipe Aquino
terça-feira, 6 de maio de 2014
segunda-feira, 5 de maio de 2014
domingo, 4 de maio de 2014
Tenha um encontro pessoal com a Palavra de Deus!
É na Eucaristia e alimentados pela Palavra de Deus que os nossos olhos vão reconhecer a presença do Senhor no meio de nós por intermédio da Eucaristia!
”Quando se sentou à mesa com eles, tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e lhes distribuía. Nisso os olhos dos discípulos se abriram e eles reconheceram Jesus” (Lucas 24, 30-31).
Os discípulos de Emaús caminham tristes, lembrando-se de todos os acontecimentos que ocorreram em Israel por aqueles dias. Ainda estavam pesarosos com a Morte do Senhor Jesus e com todo o drama que fora a perda de Jesus no meio deles. No entanto, quando o próprio Jesus Ressuscitado se manifestou a eles, estes não foram capazes de O reconhecer. Seus olhos estavam vendados, como que cegos, a mente fechada, então eles não foram capazes de reconhecer a presença de Jesus no meio deles.
Deixe-me dizer uma coisa a você: assim acontece também com a nossa vida, muitas vezes, o próprio Senhor se manifesta a nós, se faz presente em nossa vida, Ele está no meio de nós, mas nós não somos capazes de reconhecê-Lo, porque nossos olhos estão fechados, nós estamos demasiadamente pesarosos, tristes, preocupados, tensos, nervosos. Estamos envoltos em nossos ressentimentos, em nossas mágoas, em nossas dores, em nossas paixões e nas nossas tristezas, de modo que os nossos olhos também se fecham e não somos capazes de reconhecer a presença de Jesus no meio de nós.
A pedagogia que Deus usa para abrir os nossos olhos é a mesma que Ele usou para com aqueles discípulos. O Senhor caminha conosco, primeiro para nos relembrar das Sagradas Escrituras, para abrir a nossa mente, para que nela entre a Palavra de Deus. A Palavra de Deus semeada em nosso coração, semeada em nossos pensamentos e em nossos sentimentos vai quebrando o que há de mais duro em nós, vai quebrando a nossa ignorância, a nossa resistência; vai amolecendo o nosso coração para que possamos na verdade encontrar o Senhor.
Você sente Deus distante de você? Você não consegue reconhecer a presença d’Ele na sua vida? Comece pela Palavra de Deus, se alimente dela, medite-a, tenha um encontro pessoal com o Senhor na Sua Palavra!
Depois os discípulos reconheceram o Senhor ao partir o pão. É na fração do pão, é na Eucaristia e alimentados pela Palavra que os nossos olhos vão reconhecer a presença do Senhor no meio de nós por intermédio da Eucaristia! Seu Corpo e Seu Sangue são o alimento para a nossa vida, por meio dos quais Ele mesmo vem socorrer a nossa pobreza e a nossa fraqueza.
Que hoje nossos olhos se abram, a nossa inteligência se abra e todo o nosso ser possa estar aberto para reconhecer Jesus, porque Ele está vivo, está presente no meio de nós! O que nós precisamos é abrir os nossos olhos e abrir a nossa cabeça para poder reconhecê-Lo vivo e presente no meio de nós!
Que Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
sábado, 3 de maio de 2014
Por que as crianças inocentes sofrem?
Muitos perguntam também por que as crianças, tão inocentes, sofrem, e se Deus não estaria sendo injusto permitindo isto. Deus não pode ser injusto, senão não seria Deus.
As crianças e os inocentes sofrem porque participam da dignidade humana, e compartilham a sorte da humanidade.
O espiritismo quer explicar o sofrimento da criança pela via da reencarnação, pela lei do Karma, segundo a qual a pessoa estaria expiando as culpas dos pecados cometidos em vidas anteriores. As sucessivas reencarnações se repetiriam até a purificação total da pessoa.
Acontece que ninguém provou de maneira positiva a reencarnação. Em estado psíquico normal, sem hipnose, ninguém tem consciência de já ter vivido anteriormente. Até mesmo um grande adepto moderno da reencarnação reconhece que:
“O mais importante argumento contra a reencarnação é o esquecimento quase geral das vidas passadas; são extremamente raras as recordações da reencarnação; eis por que podem ser consideradas como ilusões individuais… Se é verdade que já vivemos algumas vezes, como se explica não só o esquecimento geral das vidas anteriores, mas o esquecimento dessas vidas por espíritos elevados e sobretudo pelos místicos, os quais penetram até a essência do ser?” (W. Lutoslawski, Preesistenza e Reincarnazione, 61s).
Se uma pessoa está sofrendo neste mundo, para se redimir de sua culpa, mas não sabe que culpa é esta, de nada vale o seu sofrimento. Se ela não conhece os erros que cometeu no passado, como poderá corrigir a sua vida? Como, então, poderá melhorar a sua vida através da reencarnação, se não sabe em que melhorar? Esta é uma grande incoerência da “lei do Karma”.
É interessante dizer que, mesmo sob estado hipnótico, em geral, as pessoas que dizem se lembrar de suas vidas anteriores, se identificam com pessoas ilustres e importantes; nunca com pessoas comuns. Douglas Home, observador desses fatos, dizia que já tinha encontrado doze Maria Antonieta, rainha da França, seis ou sete Maria Stuart, rainha da Inglaterra, muitos São Luiz, rei de França, uns vinte Alexandre Magno e César… Nunca encontrou alguém que dissesse que foi em outra vida uma pessoa sem importância.
Quando se visita uma clinica de doentes mentais também é possível encontrar alguns doentes que se identificam com personagens importantes da história. Eu sou Napoleão!…
Então, a criança não sofre para pagar os pecados de uma suposta vida anterior. Ela sofre porque é solidária com a humanidade, e as consequências de seus erros a atingem também, embora inocente. Não é preciso inventar teorias complicadas para explicar o sofrimento; e nem mesmo culpar a Deus pelo erro que é nosso.
Deus não interfere no sofrimento da criança, a todo instante fazendo milagres para impedir o mal, para não destruir a ordem natural que Ele mesmo criou. Deus não quis fazer o homem e o mundo como um teatro de marionetes, teleguiado por Ele, não; Ele lhe impôs leis que regulam a vida e a natureza.
Em consequência do pecado, o sofrimento e a morte fazem parte da história de todos os homens, inocentes ou pecadores. Muitas vezes um inocente morre por causa de um pecador. Os acidentes das estradas comprovam isto todos os dias; e ninguém pode culpar a Deus, mas sim os verdadeiros culpados que são os maus.
São Paulo ensina que “o salário do pecado é a morte” (Rm 6,23); e esta pode atingir a todos, inocentes e culpados, porque a humanidade é solidária; é unida. Cada pecado atinge todos os a homens; assim como cada ato bom também atinge.
A fé ensina que Deus Pai, pelo sofrimento redentor de Jesus, resgatará todo sofrimento da criança inocente e fará cada uma ressuscitar um dia com Cristo.
Não devemos esquecer que os primeiros mártires da Igreja são os inocentes que morreram pelas mãos de Herodes, em Belém (Jr 31,15). Hoje são santos mártires da Igreja. O seu sofrimento não foi em vão. Não podemos olhar os fatos só com os olhos deste mundo; é preciso vê-los à luz da fé.
A paixão e morte de Jesus resgatou o mundo. Ouvi uma história muito bela que não sei se foi verídica, mas que faz a gente pensar.
Em algumas cidades americanas há aquelas pontes sobre um largo rio, formadas de duas partes que se abrem e levantam quando passam sob elas os navios.
Havia uma dessas pontes, que além de tudo continha uma estrada de ferro sobre ela. Um homem a operava. Quando vinha o trem ele baixava a ponte para ele passar, quando vinha um navio, ele a levantava comandando máquinas e engrenagens enormes, que ficavam sob os seus pés.
Certo dia o seu filho, pequeno, foi visitá-lo, com uma bola nas mãos. Ao brincar com a bola, esta escapou-lhe e caiu lá no meio das engrenagens. Logo o garoto desceu os degraus para pegar a bola, sem que o pai pudesse impedi-lo, e se meteu no meio das grandes engrenagens. E eis que o trem vinha vindo; e ele teria de baixar logo a ponte, sabendo que o filho estava lá em baixo correndo risco. Gritou desesperado para que o filho deixasse a bola e subisse, mas este não o ouvia. Eis que o trem se aproximava rápido, e ele sentiu que não teria tempo de ir buscar o garoto antes do trem passar… Ficou com o coração na mão… o dilema era enorme: se baixar a ponte as engrenagens matariam o seu filho, se não baixasse a ponte seria uma enorme tragédia, muitas pessoas pereceriam no acidente.
Não teve alternativa, com o coração sangrando e os olhos cheios de lágrimas, baixou a ponte (…) o trem passou, e as pessoas, como faziam de costume, lhe abanavam os lenços e lhe davam adeus e sorrisos (….)
O Pai entregou Jesus por nós assim (…). Ainda duvidaremos do seu amor? Por isso, diante da dor e da morte, mesmo de uma criança inocente, façamos silencio e jamais ousemos culpar a Deus; não somos dignos e nem capazes de compreender os seus santos desígnios. É melhor não crer em Deus, do que crer em um Deus que seja malvado.
Do Livro:
sexta-feira, 2 de maio de 2014
quinta-feira, 1 de maio de 2014
Meditação sobre a Virgem das Dores
Meditação sobre o encontro de nosso Senhor Jesus Cristo, carregando a cruz às costas rumo ao Calvário com sua Beatíssima mãe a senhora das Dores, Maria Santíssima.
Texto base da meditação : Lamentações 1,12 (Lámed)
“Ó vós todos, que passais pelo caminho: olhai e julgai se existe dor igual à dor que me atormenta!”
Embora saibamos que Maria Santíssima não disse essas palavras, mas a Igreja, deste de os primeiros séculos atribuiu a ela essa lamentação. Podemos quase imaginar Maria, chorando atrás do cortejo que leva seu Divino Filho ao suplicio e entre olhares de repreensão de muitos conhecidos ou não, por entre lágrimas silenciosas, ela indaga a cada um: “existe dor igual à minha dor?”
Uma mãe que cria seu filho com todo amor, educa-o, nutre-o, cura-lhe as feridas de quedas quando criança, da ao fruto de seu amor toda a atenção, como nossas mães nos deram. Todos nós já ouvimos dizer que mãe nenhuma cria filho pra enterrar, mas espera que um dia, quando na sua velhice tiver que partir dessa terra, o seu amado filho estará ao seu lado, amparando, consolando, segurando as suas mãos...
Mas com Maria foi diferente, assim como infelizmente é com tantas mães que veem seus filhos em situações deploráveis, sub-humanas e mesmo com o coração em pedaços, nada podem fazer, mas continuam amando, consolando, fazendo-lhes companhia, ela, com uma troca de olhares, talvez um toque rápido nas mãos que tantas vezes lhe fizeram um carinho, mostra-se solidária com a dor, o sofrimento e a condenação do filho.
Maria é a figura desconsolada de tantas mães que perderam e ainda perdem seus filhos para as drogas, para a prostituição, para o alcoolismo, para pessoas sem escrúpulo que só visam o lucro e o próprio bem estar. Usando muitas vezes para adquirirem esse lucro a vida de pessoas que por um sonho ou uma desilusão, deixam suas famílias e partem sem saber se o que encontrarão será tão bom quando lhe disseram.
“Ó vós que passais pelo caminho, olhai e vede se há dor semelhante à minha dor!” é o que milhares de mulheres gritam perante uma sociedade que busca somente a realização de suas necessidades e não olha para os que sofrem. É só pararmos um pouco e prestarmos atenção, quantas pessoas clamam, com voz até rouca por uma atenção, por socorro, clamam desesperadamente aos céus na esperança de que ao menos Deus se compadeça de seu sofrimento e envie um bálsamo acalentador para suas feridas.
Mãe das dores, Virgem Maria, nossa mãe, vós que estivestes junto a vosso Divino Filho no doloroso caminho da Cruz, olha para nossas mães, avós, esposas, filhas, sobrinhas, mulheres que como teu Jesus carregam uma pesada cruz nem sempre aliviadas por um Cirineu, nem sempre com suas faces limpadas por uma Verônica piedosa. Dai-lhes ó mãe vosso auxilio nas angustias, vosso consolo nas tribulações, vosso colo para chorarem quando tudo mais parecer perdido e sem razão.
Com toda certeza, Maria Santíssima esperava ter ao seu lado na hora derradeira seu filho, mas Deus aprouve-lhe de outro modo: ela, silenciosa e com um choro angustiante, consolou, animou e acima de tudo rezou pela missão de seu filho. Aquela espada de dor que o velho Simeão profetizou que lhe transpassaria a alma agora se faz real e aguda. Agora ela começa a entender muitas das coisas que guardava e meditava em seu coração, quanta coisa agora lhe vinha aos olhos da alma, quantas palavras, quantos gestos...tudo a fizeram entrar na noite mais escura da alma: quando Deus revela por definitivo seu plano de salvação e nos pede que colaboremos ofertando algo de nós, aqui, Maria, mesmo com sua dor de mãe que vê o filho sendo condenado injustamente à morte, renova o sim dado ao divino mensageiro naquele feliz dia da anunciação e com a alma rasgada de dor, O oferece ao Pai para que se cumpra a nossa salvação.
http://seminariosaocaetano.blogspot.com.br/
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