sexta-feira, 18 de novembro de 2011

A LARANJEIRA


          
          Era uma vez um pomar cheio de árvores de frutas de várias espécies. Havia muita água na terra e, por isso, as árvores e as plantas não se preocupavam em afundar as raízes.
Uma laranjeira daquele pomar resolveu porém não seguir o conselho das amigas. À medida que ia crescendo, afundava pouco a pouco as suas raízes. Passaram os meses e, muito antes do tempo previsto, as árvores começaram a dar fruto. Só a laranjeira continuava a crescer lentamente. As outras árvores faziam brincadeiras com ela por não dar frutos:
-      Olhem para ela! Tem mania de dizer que é diferente! – afirmavam algumas.
-          Essa coisa de profundidade já não se usa! – retorquiam outras.
-          És tão curta nas idéias como no tamanho! – exclamavam outras.
Mas a laranjeira sabia dar tempo ao tempo. Preparava-se cuidadosamente para produzir melhor.
Quando o dono do pomar chegou perto dela, ficou intrigado. Mas, como a laranjeira  aparentava boa saúde, decidiu não se preocupar:
-      Este ano não deste fruto, mas tens bom aspecto! Há de chegar a tua hora.
Ao ouvir estas palavras, a laranjeira ficou feliz e continuou a afundar as raízes, até chegar às profundezas, onde a água era mais pura.
Aconteceu que, passado algum tempo, veio uma grande seca. Muitas árvores secaram porque tinham raízes pouco profundas. Vieram vendavais e tempestades, que arrancaram as outras.
A laranjeira foi a única árvore que agüentou tudo. As suas raízes fundas foram mais fortes que todas as dificuldades. O tempo passado de sofrimento, enquanto crescia, deu-lhe muita experiência. E os seus frutos tornaram-se deliciosos.

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