terça-feira, 30 de junho de 2015

A necessidade de cura interior

"Lançando sobre Ele toda a vossa ansiedade, 
porque Ele tem cuidado de vós." 1 Pedro 5, 7

Por muitas e muitas vezes nós caminhamos pelas estradas da vida buscando um sentido, uma motivação, um caminho para seguir. Mas parece que quanto mais tentamos caminhar para frente, mais para trás estamos indo. Quanto mais estamos tentando fazer a coisa do jeito certo, menos resultados conseguimos.

Nesses momentos precisamos parar um pouco e refletir sobre a nossa caminhada. Não adianta caminhar sem uma direção, sem um norte. A dor que muitas vezes nos visita, e por vezes parece ser a mesma dor, só que cada vez mais forte, é a dor que vem com uma mensagem muito clara: sem a cura do nosso coração nós não iremos caminhar da forma correta.

Ao longo de nossas vidas nós vamos sofrendo rejeições, maus tratos, negligências, traições, decepções. Mas também machucamos, maltratamos, ferimos, agredimos, atacamos. Conforme vamos sendo machucados, nós vamos machucando também. Sentimos a dor no nosso coração e é com ela mesma que agredimos os outros.

A nossa justificativa é que nós machucamos porque somos machucamos, são ataques amparados pela razão de que fomos, primeiramente, machucados. Só que com essa atitude nós vamos criando um ciclo de dor e de sofrimento. É um ciclo onde um sai machucando o outro. Eu me machuco, machuco o outro, que machuca outro, que machuca outro e assim vamos criando uma sociedade de pessoas feridas e machucadas.

A situação é bem pior do que podemos imaginar, pois antes de machucar o outro, eu estou me machucando, mesmo que de forma inconsciente. A ferida que causo no outro, depois retorna para mim como um complexo de culpa, como uma cobrança pessoal. A situação se agrava ainda mais quando além de eu me culpar, o outro ainda vem me acusar por tê-lo machucado. Para me defender eu continuo atacando-o e o ciclo não tem fim.

Até que chega um belo momento em que paro comigo mesmo e quando consigo olhar para o meu coração, percebo que ele está clamando por socorro. Ele agora sangra sem parar. Eu já não sei essa hemorragia emocional foi eu que causei, se foram os outros que me machucaram ou se foi a vida... Tenho medo de procurar ajuda, pois quando vou em busca do outro, eu estou me expondo a ser machucado novamente.

O resultado disso tudo é um completo isolamento. Eu lacro o meu coração e me fecho em minhas dores e ressentimentos. Só que uma ferida quando ela não é tratada, quando ela é abafada, ela inflama. Depois de um tempo, o nosso coração explode. A inflamação de tantas dores, mágoas e ressentimentos gritam do mais profundo do coração.

Minha mente é um turbilhão de pensamentos negativos, complexos de culpa, cobranças, preocupações, medos, ansiedades, pânico... Perco o controle de minhas ações e comportamentos. Já não consigo mais silenciar, já não consigo me conter comigo mesmo. Estou nas últimas, meu coração não aguenta mais, ele transborda em lágrimas e eu só consigo sentar e me afundar em minhas dores.

Quando nos encontramos em situações limites como essa não há outra alternativa a não ser abrir nossas feridas internas, abrir o nosso coração. Deixar tudo vir à tona. Precisamos tratar essas feridas, precisamos colocar remédio sobre elas, precisamos fazer os curativos.

Para poder curar o nosso coração ferido e machucado, precisamos abri-lo diante de um coração que é especialista em amar e curar: O Sagrado Coração de Jesus. Precisamos ir a UTI do coração de Jesus e lá rasgar todo o nosso coração na presença Dele.

Só Jesus pode curar o nosso coração. Só Jesus tem o remédio para as nossas feridas. Só que Jesus não pode realizar a cura sozinho, para isso Ele precisa de nossa participação. Precisamos ajudar a Jesus a curar o nosso coração. Existem alguns passos para ajudarmos a Jesus nos curar:

1. Abrir o nosso coração para Ele.           
2. Dar livre acesso a Ele.
3. Precisamos falar abertamente para Jesus todas as dores do nosso coração.
4. Não podemos ocultar nada Jesus, pois Ele só consegue iluminar e curar até onde nós permitimos.
5. Precisamos nos abrir a cura, nos abrir ao perdão, nos abrir a misericórdia de Deus.
6. Precisamos parar de ter medo de mostrar o nosso coração ferido e machucado para Jesus. [entre outros passos].

A cura não acontece no nosso tempo. O Padre Léo já nos ensinou que o tempo não cura não nada, Deus é quem cura no tempo. Mas não é nesse tempo humano, pois como ele mesmo nos ensinou, o nosso tempo é o tempo da necessidade, do desespero e Deus não age dessa forma.  "Precisamos entrar no tempo de Deus", precisamos deixar que Deus aja do jeito Dele. Só consegue curar o coração quem consegue caminhar com Jesus, do jeito de Jesus e no tempo dele.

Na nossa pressa, na nossa necessidade nós só conseguimos fazer da forma errada, nós só conseguimos piorar as feridas do nosso coração. Ou começamos a fazer do jeito de Jesus ou continuaremos no ciclo de dor e sofrimento. Precisamos ser radicais e deixar que Jesus cure, restaure e renove o nosso coração.

Quando a cura do nosso coração começa a acontecer, nós começamos a enxergar a vida, as pessoas e os problemas de uma forma diferente. Muito de nossos sofrimentos acontece pela forma como os enxergamos. Sofremos muito porque olhamos para os problemas e não através dos problemas.

Permitimo-nos ser machucados pelas pessoas, pois sempre paramos a nossa visão nas atitudes, palavras, omissões delas ao invés de enxergamos além das atitudes, palavras e omissões delas. Precisamos enxergar o coração das pessoas. Precisamos enxergá-las com os olhos misericordiosos de Deus. Mas só conseguiremos agir dessa forma se curarmos o nosso coração ferido e machucado, precisamos curar os olhos do nosso coração.

Quando estamos no nosso buraco de dor e sofrimentos nós ficamos cegos. Só enxergamos a nossa dor, o nosso sofrimento, e só conseguimos enxergar a partir da dor, por isso a vida perde o encanto e a beleza, pois só a enxergamos pela lente errada.

domingo, 28 de junho de 2015

A Ilha dos Sentimentos

Era uma vez uma ilha onde moravam os seguintes sentimentos:
a alegria, a tristeza, a vaidade, o amor e outros.
Um dia avisaram para os moradores dessa ilha que ela ia ser inundada . Apavorado, o amor cuidou para que todos os sentimentos se salvassem. Ele então falou:

- Fujam todos, a ilha vai ser inundada!

Todos correram para seus barquinhos, para irem a um morro bem alto. Só o amor não se apressou, pois queria ficar um pouco mais com sua ilha. Quando já estava se afogando correu para pedir ajuda. Estava passando a riqueza e ele disse:

- Riqueza leve-me com você!
Ela respondeu:

- Não posso, meu barco está cheio de ouro e prata e você não vai caber!
Passou então a vaidade e ele pediu:
- Oh! vaidade, leve-me com você!

- Não posso, vai sujar meu barco!
Logo atrás vinha a tristeza.

- Tristeza, posso ir com você?

- Ah amor! Estou tão triste que prefiro ir sozinha!

Passou a alegria, mas estava tão alegre que nem escutou o amor chamar por ela.
Já desesperado, achando que ia ficar só, o amor começou a chorar. Então passou um barquinho onde estava um velhinho, e ele falou:

- Sobe amor que eu te levo.

O amor ficou radiante de felicidade que até esqueceu de perguntar o nome do velhinho. Chegando ao morro bem alto, onde estavam os sentimentos, ele perguntou à sabedoria:


- Sabedoria, quem era o velhinho que me trouxe aqui?
Ela respondeu:
- O tempo!
- O tempo?? Mas por que o tempo?
- Por que só o tempo é capaz de entender um grande amor."

sexta-feira, 26 de junho de 2015

Quanto custa viver?

Este é o título do último capítulo do livro: Saborear a vida. Nesse livro, padre Léo nos faz contemplar a vida sob nova visão, nos ensina a olharmos cada pessoa a partir de sua história. São experiências vividas, que nos apontam o caminho para saborearmos a vida, mesmo que estejamos vivendo momentos de dor e sofrimento, transformando tudo em aprendizado.

A narrativa emocionante, a sua experiência com a morte do Sueco, é uma rica lição para todos nós. "Peçamos a graça de valorizar cada pessoa que temos a alegria de compartilhar, nem que sejam somente alguns minutos de história e de vida... Não tenhamos medo de dizer o quanto amamos as pessoas com as quais convivemos. Na primeira oportunidade que tiver diga: ‘eu amo você’! Talvez seja a última ou única chance que ainda temos". 

"Foi isso que aprendi quando vi o Sueco, consagrado de Bethânia, pela última vez num leito de hospital em Curitiba. Ele vinha sofrendo as consequências de um terrível câncer de pulmão que se alastrara por todo o seu corpo. Estava nos últimos dias de vida... Nem mesmo a morfina que recebia direto na veia conseguia diminuir aquelas dores terríveis". 

"Entrei no quarto, beijei seu rosto emagrecido, banhado por um suor frio. Ele quase não podia falar... 
Quando fui lhe dar um beijo de despedida, ele me olhou com seus arregalados olhos claros, com muito esforço tirou a máscara de oxigênio e, buscando suas últimas forças, falou baixinho, duas vezes seguidas, olhando nos meus olhos: 
‘-Pai, eu te amo! Pai, eu te amo!’
-Eu também te amo, meu filho. Muito! Muito mesmo. Você sabe disso. Não consegui disfarçar minhas lágrimas. Era a última vez que nos vimos". 

Este pequeno trecho do livro, assim como todos os capítulos do livro, nos ensina a olharmos a vida como um dom precioso. Não sabemos quanto tempo ainda temos aqui, por isso temos que vivê-lo intensamente, amando.
Cristo amou-nos até o seu sangue derramado. E esse é o único caminho. Em qualquer situação de nossa vida, só há uma saída: permanecer com o Senhor. Deus amou o padre Léo no seu calvário.
O sofrimento do padre foi a maneira que o Senhor encontrou de dizer: “Léo, eu te amo! Léo, eu te amo!”. 

Ao padre Léo podemos aplicar o que ele escreveu ao final do capítulo, referindo-se ao Sueco:
"Mas sua vida não foi em vão. Tudo o que semeou como consagrado de Bethânia ainda frutificará por muitos e muitos anos... Descanse em paz, nesse céu que você, depois que descobriu, ajudou a criar para muitas pessoas que com você aprenderam a saborear a vida".  



http://www.padreleoeterno.com/2015/05/quanto-custa-viver.html

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Semeemos a Palavra de Deus em nosso coração

para que ela dê muitos frutos de conversão e santidade. Não deixemos essa semente secar por falta de cultivo, de irrigação e de alimento!
“O Reino de Deus é como um grão de mostarda que, ao ser semeado na terra, é a menor de todas as sementes da terra” (Marcos 4, 31).
Nosso Senhor Jesus Cristo quer nos formar, nos educar, nos catequizar e, ao mesmo tempo, nos fazer entrar na dinâmica do Reino de Deus. Por isso usa de elementos de comunicação variados, um dos mais importantes são as parábolas d’Ele, por meio das quais Ele compara o Reino de Deus com a nossa vida e com os elementos da própria natureza.
A natureza, hoje, para nós é comparada a um elemento muito concreto: a semente, que é semeada e jogada na terra, depois cresce e se torna uma árvore. Muitas pessoas, quando olham para uma árvore, só se lembram dela pelos frutos que ela dá ou deixa de dar, olham para as folhas que caem. E se esquecem de que aquela árvore foi antes de qualquer coisa uma semente. Talvez uma semente pequena, insignificante, invisível, aos olhos humanos até sem valor.
A semente cresce, brota, vai depois produzir tantos frutos, e no meio daqueles frutos há outras sementes para que a árvore continue se reproduzindo e chegando cada vez mais longe. Assim é o Reino dos Céus! Primeiro porque o Reino de Deus é comparado com uma pequena semente de um grão de mostarda. O grão de mostarda é, na verdade, uma semente tão pequena, tão minúscula, quase invisível aos olhos humanos e se não tomarmos cuidado se perde em nossa mão.
O Reino de Deus é assim também, é como uma semente tão pequena que as pessoas nem percebem, muitas vezes, que ela existe. Quando essa semente é semeada, depois cultivada e cuidada, vai crescer e produzir muitos frutos para mudar, alegrar e transformar o mundo em que vivemos. O Reino de Deus começa em nós assim, como algo pequeno, parecendo até insignificante.
Da mesma forma, nossa fé, por vezes, é tão pequena que parece até que não existe, mas tudo é uma questão de cultivar, tudo é uma questão de cuidar, de dar valor, importância e assim dedicar os devidos cuidados para que essa semente possa crescer.
Não matemos a semente do Reino de Deus que está em nosso coração! Não deixemos essa semente secar por falta de cultivo, por falta de regar, de alimentar, pelo contrário, permitamos que, em nossa vida, em nossas casas e famílias, a semente cresça rigorosa e cuidada. Assim vamos produzir muitos frutos e a nossa vida há de semear muitos frutos daquilo que nós colhemos de uma forma tão pequena e insignificante.
No meio da sociedade, a Palavra de Deus, o Reino de Deus, as coisas de Deus são também insignificantes para muitos, mas quando a sociedade menos percebe essa semente vai crescendo, vai brotando, vai dando frutos que vão contagiando todo o mundo ao lado e quando se percebe que essa semente poderia não ter importância nenhuma ela se torna a maior de todas as árvores que estão naquele lugar.
Deus abençoe você! Padre Roger Araújo
http://homilia.cancaonova.com/

quarta-feira, 24 de junho de 2015

A Glória de João Batista

“Mas o anjo disse-lhe: Não temas, Zacarias, porque foi ouvida a tua oração: Isabel, tua mulher, dar-te-á um filho, e chamá-lo-ás João”. (Lucas 1, 13)
Deus escolheu uma Virgem imaculada para que nela fosse gerado o Seu Filho amado, o “Verbo humanado”, como dizia o doutor São Bernardo; escolheu um varão casto e justo para ser seu pai legal, São José; e escolheu João Batista para ser Seu Precursor, aquele que deveria anunciar ao povo judeu a chegada do Salvador. Por isso, João Batista é  considerado o último profeta do Antigo Testamento e o primeiro do Novo.
Sua concepção no seio envelhecido de sua mãe Isabel foi milagroso: “Mas o anjo disse-lhe: Não temas, Zacarias, porque foi ouvida a tua oração: Isabel, tua mulher, dar-te-á um filho, e chamá-lo-ás João”. (Lucas 1, 13)
No seu nascimento o povo perguntava maravilhado: “O que virá a ser este menino? De fato, a mão do Senhor estava com ele. E o menino crescia e se fortalecia em espírito. Ele vivia nos lugares desertos, até o dia em que se apresentou publicamente a Israel”. (Lc 1,66)
Por isso, João Batista é um dos poucos santos que a Igreja comemora a data do seu nascimento. Somente da Virgem Maria e de Jesus Cristo é celebrado a data natalícia. João foi escolhido por Deus, como diz o profeta Isaías, “já no ventre de sua mãe”. E foi santificado ainda no ventre de sua mãe diante da Virgem Maria.
O profeta Isaías já tinha profetizado que Deus o “preparou desde o nascimento para ser seu Servo – que eu recupere Jacó para ele e faça Israel unir-se a ele; aos olhos do Senhor esta é a minha glória”. (Is 49,4-6)
João pregou um batismo de conversão para todo o povo de Israel. Estando para terminar sua missão, declarou: “Eu não sou aquele que pensais que eu seja! Mas vede: depois de mim vem Aquele, do qual nem mereço desamarrar as sandálias” (cf. At 13,24-26). E o povo se curvava diante da pregação de João: “Ouvindo-o todo o povo, e mesmo os publicanos, deram razão a Deus, fazendo-se batizar com o batismo de João”. (Lc 7, 29)
O evangelista São Mateus narra com detalhes o trabalho de João: “Naqueles dias, apareceu João Batista, pregando no deserto da Judeia. Dizia ele: Fazei penitência porque está próximo o Reino dos céus. Este é aquele de quem falou o profeta Isaías, quando disse: “Uma voz clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas” (Is 40,3). João usava uma vestimenta de pêlos de camelo e um cinto de couro em volta dos rins. Alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre. Pessoas de Jerusalém, de toda a Judeia e de toda a circunvizinhança do Jordão vinham a ele. Confessavam seus pecados e eram batizados por ele nas águas do Jordão. Ao ver, porém, que muitos dos fariseus e dos saduceus vinham ao seu batismo, disse-lhes: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da cólera vindoura? Dai, pois, frutos de verdadeira penitência. Não digais dentro de vós: Nós temos a Abraão por pai! Pois eu vos digo: Deus é poderoso para suscitar destas pedras filhos a Abraão. O machado já está posto à raiz das árvores: toda árvore que não produzir bons frutos será cortada e lançada ao fogo. Eu vos batizo com água, em sinal de penitência, mas aquele que virá depois de mim é mais poderoso do que eu e nem sou digno de carregar seus calçados. Ele vos batizará no Espírito Santo e em fogo. Tem na mão a pá, limpará sua eira e recolherá o trigo ao celeiro. As palhas, porém, queimá-las-á num fogo inextinguível. (Mt 3,1-17)
Jesus fez elogios eloquentes a João: “Em verdade vos digo: entre os filhos das mulheres, não surgiu outro maior que João Batista. No entanto, o menor no Reino dos céus é maior do que ele. ( Mt 11, 11). Desde a época de João Batista até o presente, o Reino dos céus é arrebatado à força e são os violentos que o conquistam”. (Mt 11, 12)
“Vós enviastes mensageiros a João, e ele deu testemunho da verdade. João era uma lâmpada que arde e ilumina; vós, porém, só por uma hora quisestes alegrar-vos com a sua luz”. ( Jo 5, 35)
Quando João Batista mandou seus discípulos perguntarem a Jesus: “És tu o que há de vir ou devemos esperar por outro?”, Jesus respondeu-lhes: “Ide anunciar a João o que tendes visto e ouvido: os cegos veem, os coxos andam, os leprosos ficam limpos, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam, aos pobres é anunciado o Evangelho. Depois que se retiraram os mensageiros de João, ele começou a falar de João ao povo: Que fostes ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento? Pois vos digo: entre os nascidos de mulher não há maior que João. Entretanto, o menor no Reino de Deus é maior do que ele”. (Lc 7, 22-28)
Jesus sempre se referia a João: “Pois veio João Batista, que nem comia pão nem bebia vinho, e dizeis: Ele está possuído do demônio”. (Lucas 7, 33)
Ao ver Jesus, João Batista o apresentou a seu discípulos de maneira certeira: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (João 1,29). Assim, João dava a “identidade e a missão” de Jesus. Ele é aquele cordeiro que será imolado pela redenção da humanidade, cuja figura estava naqueles dois cordeirinhos que os judeus sacrificavam todos os dias no Templo, as seis horas da manhã e as seis horas da tarde (o holocausto perpétuo), para que Deus perdoasse os pecados do mundo. João mostrava assim a missão de Jesus, “arrancar com sua morte o pecado do mundo”, porque “o salário do pecado é a morte” (Rom 6,23). Mostrava-nos assim, que Jesus não veio para outra atividade, senão tirar  o pecado dos homens e instaurar o reino de Deus, da Graça.
Quando Jesus se apresentou para ser batizado por ele, João rejeitou: “Eu devo ser batizado por ti e tu vens a mim! Mas Jesus lhe respondeu: Deixa por agora, pois convém cumpramos a justiça completa. Então João cedeu. Depois que Jesus foi batizado, saiu logo da água. Eis que os céus se abriram e viu descer sobre ele, em forma de pomba, o Espírito de Deus. E do céu baixou uma voz: Eis meu Filho muito amado em quem ponho minha afeição. (Mt 3,1ss)
Quando Jesus perguntou a seus Apóstolos, “Quem os homens dizem que Eu sou?”, responderam: “Uns dizem que és João Batista; outros, Elias; outros pensam que ressuscitou algum dos antigos profetas”. (Lucas 9, 19)
Até Herodes Antipas, que o degolou, achava que João era um profeta: “O rei Herodes ouviu falar de Jesus, cujo nome se tornara célebre. Dizia: João Batista ressurgiu dos mortos e por isso o poder de fazer milagres opera nele” (Marcos 6, 14). Referindo-se a Jesus, disse: “É João Batista que ressuscitou. É por isso que ele faz tantos milagres” (Mt 14, 2). “O tetrarca Herodes ouviu falar de tudo o que Jesus fazia e ficou perplexo. Referindo-se a Jesus, Herodes dizia: Eu degolei João. Quem é, pois, este, de quem ouço tais coisas? E procurava ocasião de vê-lo. ( Lc 9,6- 9).
O Profeta Malaquias tinha anunciado: “Vou mandar-vos o profeta Elias, antes que venha o grande e temível dia do Senhor” (Ml 3,23). Por isso, os judeus interpretavam que Elias ressuscitaria e apareceria antes do Messias chegar; então, os discípulos perguntaram a Jesus: “Por que dizem os escribas que Elias deve voltar primeiro? Jesus respondeu-lhes: “Elias, de fato, deve voltar e restabelecer todas as coisas. Mas eu vos digo que Elias já veio, mas não o conheceram; antes, fizeram com ele quanto quiseram. Do mesmo modo farão sofrer o Filho do Homem. Os discípulos compreenderam, então, que ele lhes falava de João Batista” (Mt 17,11-13).
Mas, como todo profeta, João pagou com sangue sua pregação. Conhecemos bem essa história. Por ter tido a coragem profética de dizer a Herodes que era pecado ele ficar com a esposa de seu irmão Felipe, ele pagou com a vida. “Por instigação de sua mãe, a filha e Herodíades respondeu: Dá-me aqui, neste prato, a cabeça de João Batista”. (Mt 14, 8)
Prof. Felipe Aquino

segunda-feira, 22 de junho de 2015

A qualidade e a intensidade do amor que dedicamos ao próximo mostra-nos a qualidade e a intensidade do amor que temos para com Deus.

domingo, 21 de junho de 2015

A Cidade dos Resmungos


Era uma vez um lugar chamado Cidade dos Resmungos, onde todos resmungavam, resmungavam, resmungavam. No verão, resmungavam que estava muito quente. No inverno, que estava muito frio. Quando chovia, as crianças choramingavam porque não podiam sair. Quando fazia sol, reclamavam que não tinham o que fazer. Os vizinhos queixavam-se uns dos outros, os pais queixavam-se dos filhos, os irmãos das irmãs. Todos tinham um problema, e todos reclamavam que alguém deveria fazer alguma coisa.
Um dia chegou à cidade um mascate carregando um enorme cesto às costas. Ao perceber toda aquela inquietação e choradeira, pôs o cesto no chão e gritou:
- Ó cidadãos deste belo lugar! Os campos estão abarrotados de trigo, os pomares carregados de frutas. As cordilheiras são cobertas de florestas espessas, e os vales banhados por rios profundos. Jamais vi um lugar abençoado por tantas conveniências e tamanha abundância. Por que tanta insatisfação? Aproximem-se, e eu lhes mostrarei o caminho para a felicidade.
Ora, a camisa do mascate estava rasgada e puída. Havia remendos nas calças e buracos nos sapatos. As pessoas riram ao pensar que alguém como ele pudesse mostrar-lhes como ser feliz. Mas enquanto riam, ele puxou uma corda comprida do cesto e a esticou entre dois postes na praça da cidade.
Então, segurando o cesto diante de si, gritou:
- Povo desta cidade! Aqueles que estiverem insatisfeitos escrevam seus problemas num pedaço de papel e ponham dentro deste cesto. Trocarei seus problemas por felicidade!
A multidão se aglomerou ao seu redor. Ninguém hesitou diante da chance de se livrar dos problemas. Todo homem, mulher e criança da vila rabiscou sua queixa num pedaço de papel e jogou no cesto.
Eles observaram o mascate pegar cada problema e pendurá-lo na corda. Quando ele terminou, havia problemas tremulando em cada polegada da corda, de um extremo a outro. Então ele disse:
- Agora cada um de vocês deve retirar desta linha mágica o menor problema que puder encontrar.
Todos correram para examinar os problemas. Procuraram, manusearam os pedaços de papel e ponderaram, cada qual tentando escolher o menor problema. Depois de algum tempo a corda estava vazia.
Eis que cada um segurava o mesmíssimo problema que havia colocado no cesto. Cada pessoa havia escolhido o seu próprio problema, julgando ser ele o menor da corda.

Daí por diante, o povo daquela cidade deixou de resmungar o tempo todo. E sempre que alguém sentia o desejo de resmungar ou reclamar, pensava no mascate e na sua corda mágica.

sábado, 20 de junho de 2015

INTELIGÊNCIA MULTIFOCAL



 O Dr. Augusto Cury empreendeu ao longo de mais de 17 anos uma teoria original sobre o funcionamento da mente humana. Em Inteligência Multifocal ele esclarece assuntos e revela fatos que desafia nossa noção do funcionamento da mente humana. Ele discursa (entre vários outros assuntos) a respeito dos 4 grandes fenômenos universais a todo ser humano (três deles independentes à vontade e controle consciente do "Eu") que trabalham sinergicamente nos bastidores de nossa mente para produzir o fantástico mundo dos processos de construção dos pensamentos e da transformação da energia emocional e motivacional: O Autofluxo da Energia Psíquica, A Autochecagem da Memória, a Âncora da Memória e o "Eu". O discurso do escritor a respeito do fenômeno do Autofluxo da Energia Psíquica indica que nossa mente vive numa dinâmica constante e inevitável desde os primeiros pensamentos produzidos pelo feto até o fim da vida do ser humano, é impossível para nós interrompermos o fluxo de nossos pensamentos, pois o Autofluxo da Energia Psíquica atua independente à nossa vontade consciente, até mesmo a tentativa do vácuo de pensamento já é uma manifestação do pensamento. A produção de conhecimento do escritor em relação ao fenômeno da Autochecagem da Memória procura desvendar que muitos dos pensamentos e emoções gerados nos bastidores de nossa mente são produtos de um fenômeno que atua clandestinamente lendo determinadas áreas da memória, sintetizando pensamentos e modificando o conteúdo de nossa emoção "sem que tenhamos autorizado tal atividade". O discurso do escritor a respeito do fenômeno da Âncora da Memória procura abrir nossos olhos para o fato de que nem todo conteúdo de nossa memória está disponível para ser lido num determinado momento existencial, mas sim algumas áreas determinadas por esse fenômeno. Segundo o Dr. Cury, os deslocamentos da Âncora da Memória consistem na variável intrapsíquica de maior relevância em relação ao conteúdo de nossos pensamentos. Em momentos e fases de vida de forte turbulência emocional a Âncora da Memória pode "travar" restringindo nosso acesso a "diversos arquivos existenciais", nos tornando rígidos, pobres e pouco qualitativos em nossos pensamentos gerando não poucas vezes várias distorções na interpretação dos fatos e situações psicossociais. O fenômeno do "Eu" pode ser definido como nossa consciência existencial do mundo que somos e em que estamos, em resumo, nossa identidade existencial, nossa consciência de nós mesmos. Aquilo que o nosso nome representa. O Eu, através do processo de interiorização existencial pode exercer um domínio no redirecionamento dos outros 3 fenômenos porém jamais interromper ou eliminar essa atuação. O Eu é ao mesmo tempo servo e líder do Autofluxo, da Autochecagem e da Âncora da Memória. Sem uma postura firme, apaixonada e determinada do "Eu", nossa produção de pensamentos e emoções ficam entregues aos outros 3 fenômenos intrapsíquicos os quais têm a função primordial de financiar gratuitamente o funcionamento da mente, porém o pensamento crítico, centrado em princípios humanísticos, é a responsabilidade principal do "Eu". Caso esse fenômeno não amadureça qualitativamente ao longo do processo existencial, nossa produção de conhecimento pode ter muito pouca qualidade gerando todas as formas de violação dos direitos humanos. No livro são também discutidos vários outros temas: Os 3 tipos básicos de pensamento: Essencial, Dialético e Antidialético; As principais funções da memória; A virtualidade dos pensamentos conscientes e da consciência existencial que jamais conseguem atingir a verdade essencial; A verdade científica que busca incessantemente alcançar a verdade essencial sem jamais alcançá-la pois esta é inesgotável; A comunicação interpessoal mediada; As 5 grandes fases do processo de interpretação; A constante busca do ser humano em produzir conhecimento e relacionamentos para fugir da "Solidão Paradoxal Inconsciente da Consciência Existencial", que se manifesta na superfície consciente através da Solidão Emocional; Os processos de encadeamento distorcidos na construção de pensamentos; O fenômeno inconsciente da Psicoadaptação e vários outros assuntos decorrentes da atuação dos 4 grandes fenômenos que financiam a inteligência humana.

quinta-feira, 18 de junho de 2015

A vida é muito curta para ser pequena

Hoje eu quero deixar um belíssimo texto do grande filósofo brasileiro Mario Sergio Cortella em que ele fala sobre a vida de uma forma instigante e questionadora. Fala sobre sonhos, o tempo, a coragem, as escolhas, as prioridades, etc. Leia com bastante atenção e se permita fazer os questionamentos propostos por ele…
Cuidado, a vida é muito curta para ser pequena. É preciso engrandecê-la. E, para isso, é preciso tomar cuidado com duas coisas: a primeira é que tem muita gente que cuida demais do urgente e deixa de lado o importante. Cuida da carreira, do dinheiro, do patrimônio, mas deixa o importante de lado. Depois não dá tempo.’
A segunda grande questão é gente que se preocupa muito com o fundamental e deixa o essencial de lado. O essencial é tudo aquilo que não pode não ser: amizade, fraternidade, solidariedade, sexualidade, religiosidade, lealdade, integridade, liberdade, felicidade. Isso é essencial. Fundamental é tudo aquilo que te ajuda a chegar ao essencial. Fundamental é a tua ferramenta, como uma escada.
Uma escada é algo que me ajuda a chegar a algum lugar. Ninguém tem uma escada para ficar nela. Dinheiro não é essencial. Dinheiro é fundamental. Sem ele, você tem problema, mas ele, em si, não resolve. Emprego é fundamental, carreira é fundamental. O essencial é o que não pode não ser. Essencial é aquilo que faz com que a vida não se apequene. Que faz com que a gente seja capaz de transbordar. Repartir vida. Repartir o essencial, a amizade, a amorosidade, a fraternidade, a lealdade. Repartir a capacidade de ter esperança e, para isso, ter coragem. Coragem não é a ausência de medo.
Coragem é a capacidade de enfrentar o medo. O medo, assim como a dor, é um mecanismo de proteção que a natureza coloca para nós. Se você e eu não tivermos medo nem dor, ficamos muito vulneráveis. Porque a dor é um alerta e a dor nos prepara. É preciso coragem para que a nossa obra não se apequene. E, para isso, precisamos ter esperança.
E, como dizia o grande Paulo Freire, “tem de ser esperança do verbo esperançar”. Tem gente que tem esperança do verbo esperar. E esperança do verbo esperar não é esperança, é espera. “Ah, eu espero que dê certo, espero que resolva, espero que funcione.” Isso não é esperança. Esperançar é ir atrás, é se juntar, é não desistir. Esperançar é achar, de fato, que a vida é muito curta para ser pequena. E precisamos pensar se estamos nos dedicando ao importante em vez de ao urgente. Tem gente que diz: “Ah, mas eu não tenho tempo”. Atenção: tempo é uma questão de prioridade, de escolha.

Quando eu digo que não tenho tempo para isso, estou dizendo que isso não é importante para mim. Cuidado, você já viu infartado que não tem tempo? Se ele sobreviver, ele arruma um tempo. O médico dizia “você não pode fazer isso, tem de andar todos os dias”. Se ele infartar e sobreviver, no outro dia você vai vê-lo, às 6 horas da manhã, andando. Se ele tinha tempo, que ele teve de arrumar agora, por que não fez isso antes? Você tem tempo? Se não tem, crie. Talvez precisemos rever as nossas prioridades. Será que estamos cuidando do urgente e deixando o importante de lado? Será que não estamos atrás do fundamental, em vez de ir em busca do essencial? E assim, contribuir com meu verso!
Por Isaias Costa

quarta-feira, 17 de junho de 2015

A inveja e a ira abreviam os dias, e a inquietação (estresse) acarreta a velhice antes do tempo. Eclo 30.

terça-feira, 16 de junho de 2015

segunda-feira, 15 de junho de 2015

domingo, 14 de junho de 2015

"Os ideais são como as estrelas, nunca as alcançaremos. Mas como marinheiros em alto-mar, trilharemos nossos caminhos guiados por elas."

sábado, 13 de junho de 2015

Não se iluda: fé não é achar, 
que Deus fará tudo o que você quer. 
Fé é crer que Ele fará o que é melhor para você.

 Pe. Fábio de Melo

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Os apelos comerciais e as opções para o melhor presente no Dia dos Namorados não faltam nesses dias
As lojas ficam todas enfeitadas de corações, imagens de casais felizes, embalagens de presentes com desenhos românticos… Enfim, é uma oportunidade econômica que os empresários têm agora e é justo que trabalhem. 
Mas se você que namora está pensando “Qual o melhor presente para o Dia dos Namorados?”, saiba que não é nenhum bem de consumo. O que de melhor você pode ofertar é aquilo que vem do seu coração.
Não é verdade que tudo o que é dado de coração tem um valor maior? Se a pessoa que receber seu presente souber o quanto você se esmerou para consegui-lo ou confeccioná-lo, e dos sacrifícios que fez para poder presenteá-lo, irá valorizá-lo muito mais.
E mesmo se esse indivíduo que ganhou tal agrado não reconhecer a atenção que você dispensou no mimo para melhor lhe agradar, pelo menos esse exercício fará bem a você.
A simples disposição em se preocupar com o que o amado gostará de ganhar já é demonstração de amor; portanto, ali está seu coração.
Perceba que é diferente de somente ir à loja e comprar ou separar qualquer coisa, porque é Dia dos Namorados e tenho a “obrigação” de dar alguma coisa. Quando você faz algo de coração, coloca naquilo a sua marca, um motivo para o agraciado lembrar-se com carinho de você sempre que vir o presente.
E se o préstimo ainda vier acompanhado de algo que você tenha detectado que o amado gosta muito, aí passará a ter um valor ainda maior.
Alguns exemplos: “Minha namorada se sente mais amada toda vez que eu sento só com ela, olho nos olhos dela e ouço o que se passa em seu interior”. Então, dê o presente nessa hora, depois de ter dado esse tempo para ela.
“Meu namorado gosta mais de um presente que eu preparo de forma artesanal, com fotos, escritos românticos e detalhes criativos do que uma roupa cara”. Daí, você pode fazer uma embalagem bem criativa por fora, e quem sabe ainda cheia de declarações de amor e coraçõezinhos por dentro.
“Meu amor adora ganhar presentes, literalmente no sentido material”. Então, capriche na compra. Tente descobrir o que ele (a) está precisando ou se interessou ultimamente.
“Minha esposa (sim, Dia dos Namorados também é para os casados! Por que não?) se sente a pessoa mais importante do mundo quando eu lhe ajudo nos serviços da casa ou quando me pede para consertar algo e eu o faço.” Que tal surpreendê-la com um embrulho ao lado da louça lavada ou da janela consertada?
Muito mais que colocar o seu coração em algo, o que os casais de hoje mais precisam aprender é dar o próprio coração um ao outro.
Podemos pensar que isso é fácil, principalmente para quem acabou de se apaixonar. Mas não o é! Entregar o coração a alguém querido se faz por um processo, em tempo de convívio, em situações inusitadas, quando algo desfavorável acontece e você se faz presente na vida do amado.
Diferente do que muitos vão achar num primeiro momento, presentear seu coração não é fazer tudo para agradar quem você ama. Na verdade, seu par deve conquistar esse presente, sem exigências, sem ciúmes e sem impor condições.
Acredite! Seu pretendente merece ganhar seu coração de uma forma que você queira doá-lo livremente, por iniciativa sua, convencido de modo consciente; não só arrastado pelo seu sentimento. Isso se fará com muito diálogo, amizade, cumplicidade e na promoção de um ao outro.
Nesse processo, a castidade é muito importante, pois quem o ama merece que seu coração seja doado junto com tudo o que você é, e não somente com seu corpo. Castidade sempre foi e será prova de amor.
O namoro é esse tempo de o casal se conhecer na alma, para no sacramento formarem um só corpo.
Que o presente de seu namorado (a) seja assim, que tenha a marca da sua identidade, da sua alma, que este brinde ajude a cada vez mais seu amor descobrir o quanto você é sensível, atento a ele (a), que expresse as tantas coisas belas que há em seu interior. Então, com certeza, será inesquecível.
Feliz Dia dos Namorados!

Sandro Arquejada

“Por isso, não desanimemos. Mesmo se o nosso homem exterior se vai arruinando, o nosso homem interior, pelo contrário, vai-se renovando, dia a dia”. 2Cor 4,16.

quinta-feira, 11 de junho de 2015

"Quando se busca o cume da montanha, não se dá importância às pedras do caminho."

quarta-feira, 10 de junho de 2015

Intimidade

Que seja assim! Tardes que caem para que nasçam as noites. Acordes que terminam para que a pausa prepare o som que virá. A vida e seu movimento tão cheio de sabedoria. Que seja assim! Que seja sempre assim! Esquinas que dobramos com o desejo de alcançar outras esquinas. Depois da chuva, o frescor. Tudo prepara uma forma de depois, como se o agora fosse uma passagem constante que nos conduz com seu cordão invisível. Eu vou. Vou sempre. Não sei não ir. Minha curiosidade me move para dentro de mim. Sou um desconhecido interessante. A cada dia uma nova notícia me entrego. Eu me dou em partes, como se devolvesse o que já sou, Àquele que me deu totalmente. Vivo pra desvendar. Esquinas; tardes caídas; manhãs que se levantam com o sol. Ando amando mais. Meus amigos são tantos; meus limites também. Cada vez mais padre, mais feliz. Eu sou sem medo de errar. Eu desejo a sacralidade de cada dia. Deitar no chão da existência é tão necessário. Eu me levanto mais devolvido, porque há muitas partes de mim esparramadas, caídas pelas esquinas da vida. Recolher-me é obra que faço por Deus. Estou em reformas. Deus o sabe. Ele é que tirou a primeira pedra. Tirou. Não atirou. Deus não sabe atirar. Prefere tirar. Eu deixo. Sou Dele. Quero ser sempre mais. Em partes, pra ser todo. Ele me devolve a cada dia. Eu também. Lição de casa que faço com gosto.
Vez ou outra Ele me olha nos olhos e me dita poemas. Fico tão encantado que até esqueço as palavras. Ele manda eu prestar atenção. Digo que não sei. Ele ri de mim. "Poetas são todos iguais" - conclui enquanto mexe no meu cabelo. Eu o vejo de perto, bem de perto. Por vezes sinto o desejo de lhe pedir o impossível, mas aí me falta coragem. Aí peço que me dê só o necessário. Ele me surpreende com medidas que não mereço. Fico mudo, sem saber dizer. Ele me socorre com seu sorriso. E de súbito, as palavras voltam a fazer parte de mim.
Pe Fábio de Melo

terça-feira, 9 de junho de 2015

ENVELHECER

"Envelhecer é o único meio de viver muito tempo.
A idade madura é aquela na qual ainda se é jovem, porém com muito mais esforço.
O que mais me atormenta em relação às tolices de minha juventude, não é havê-las cometido...é sim não poder voltar a cometê-las.
Envelhecer é passar da paixão para a compaixão.
Muitas pessoas não chegam aos oitenta porque perdem muito tempo tentando ficar nos quarenta.
Aos vinte anos reina o desejo, aos trinta reina a razão, aos quarenta o juízo.
O que não é belo aos vinte, forte aos trinta, rico aos quarenta, nem sábio aos cinquenta, nunca será nem belo, nem forte, nem rico, nem sábio...
Quando se passa dos sessenta, são poucas as coisas que nos parecem absurdas.
Os jovens pensam que os velhos são bobos; os velhos sabem que os jovens o são.
A maturidade do homem é voltar a encontrar a serenidade como aquela que se usufruía quando se era menino.
Nada passa mais depressa que os anos.
Quando era jovem dizia:
“verás quando tiver cinquenta anos”.
Tenho cinquenta anos e não estou vendo nada.
Nos olhos dos jovens arde a chama, nos olhos dos velhos brilha a luz.
A iniciativa da juventude vale tanto a experiência dos velhos.
Sempre há um menino em todos os homens.
A cada idade lhe cai bem uma conduta diferente.
Os jovens andam em grupo, os adultos em pares e os velhos andam sós.
Feliz é quem foi jovem em sua juventude e feliz é quem foi sábio em sua velhice.
Todos desejamos chegar à velhice e todos negamos que tenhamos chegado.
Não entendo isso dos anos: que, todavia, é bom vivê-los, mas não tê-los."

Albert Camus
Arte Vincent van Gogh