Este é um caso verídico. É o testemunho de um
filho sobre um fato acontecido com seu pai muitos anos atrás - fato que teve
influência fundamental na vida daquele filho.
Por Padre Stanislaus SS.CC.:
“Um dia, muitos anos atrás, em uma pequena
cidade do Luxemburgo, um Capitão dos Guardas Florestais achava-se entretido em
animada conversa com o açougueiro, quando uma mulher idosa entrou no açougue. O
açougueiro interrompeu a conversa para indagar da velha senhora o que ela
desejava. A mulher explicou-lhe que havia ido até ali para conseguir um pequeno
pedaço de carne, mas que não tinha dinheiro para pagar. O capitão estava
achando muito divertido o diálogo entre a pobre mulher e o açougueiro:
- Apenas um pequeno pedaço de carne, mas quanto
você vai pagar por ele?
- Desculpe-me, eu não tenho dinheiro, mas eu assistirei á missa por você, em sua intenção.
- Desculpe-me, eu não tenho dinheiro, mas eu assistirei á missa por você, em sua intenção.
Ambos, o açougueiro e o Capitão, eram bons
homens, mas muito indiferentes no que se referia á religião e, então,
imediatamente, começaram a troçar da resposta da velhinha. Tudo bem, disse-lhe
o açougueiro, você vai assistir à missa por mim e, quando você voltar, eu lhe
darei tanta carne quanto a missa pesar, quanto ela valer.
A mulher saiu, assistiu á missa e retomou.
Ela se aproximou do balcão e o açougueiro, ao vê-la, disse-lhe: Tudo bem, agora
vamos ver. Ele tomou um pedaço de papel e nele escreveu: EU ASSISTI A MISSA POR
VOCÊ.
O açougueiro, então, colocou o papel em um
dos pratos da balança e, no outro, depositou um osso pequeno e fino, mas nada
aconteceu. Em seguida ele trocou o osso por um pedaço de carne, porém o papel
continuou a pesar mais. Os dois homens começaram a se sentir envergonhados com
a sua zombaria, mas continuaram com a brincadeira. Um grande pedaço de carne
foi, então, colocado na balança, mas o papel manteve-se mais pesado.
Exasperado, o açougueiro examinou toda a
balança, mas essa estava perfeita.
O que você quer, minha boa mulher? Perguntou
o açougueiro. Precisarei dar a você uma perna inteira de carneiro? Enquanto falava,
colocou a grande perna de carneiro na balança, mas o papel em muito superou o
peso da carne. Então, uma peça ainda maior de carne foi colocada naquele prato,
mas novamente, o peso permaneceu no lado do papel. Aquilo impressionou tanto o
açougueiro que ele converteu-se no mesmo instante e prometeu oferecer à mulher,
dali por diante, a sua ração diária de carne.
No que concerne ao Capitão, ele deixou o
açougue transformado e tornou-se um ardente freqüentador da missa diária. Dois
de seus filhos ordenaram-se sacerdotes, um deles como jesuíta, o outro como
padre do Sagrado coração.
E Padre Stanislaus termina o seu testemunho
dizendo: "Eu sou aquele Religioso do sagrado Coração e o Capitão era meu
pai".
Desde
aquele instante, o Capitão passou a assistir à Santa Missa diariamente e seus
filhos foram educados seguindo o seu exemplo. Mais tarde quando seus filhos
tornaram-se sacerdotes, ele os advertiu, para que celebrassem a Missa
corretamente e todos os dias e para que nunca perdessem o Sacrifício da Missa por
alguma falta pessoal"
Assistir ou participar da missa?
* por Carlos Ramalhete
Bom, o problema maior é na verdade uma confusão entre os vários significados das palavras. Assistir e participar podem querer dizer coisas diferentes; "assistir" pode ser "ajudar" (como um "assistente") e pode ser "ver passivamente", e "participar" pode ser compreendido como uma ação ativa ("participo de um time de futebol") ou como receber uma perfeição (a cerveja gelada "participa" do gelo, sem ser gelo; a palavra "gelada" é aliás o particípio do verbo "gelar").
A Igreja nos chama à participação no sentido de receber uma perfeição, e é neste sentido que receber o Santíssimo Sacramento é a maior participação. Estamos assim participando de Cristo, ou seja, recebendo d'Ele uma perfeição. Esta participação pode (mas não precisa) ser expressa exteriormente (o primeiro sentido que dei desta palavra). Assim, por exemplo, não é necessário responder na Missa. É melhor participar silenciosamente que responder alto e não participar verdadeiramente, por exemplo. O sujeito que está cantando aos brados pode perfeitamente não estar participando, por não estar somando o seu sacrifício ao de Cristo na Cruz.
Já assistir como quem assiste passivamente a um jogo de futebol não é ao que a Igreja nos chama, mas assistir como "assistente", ou seja, somando o nosso sacrifício ao de Cristo, que é oferecido pelo sacerdote, é o "assistir" que a Igreja nos pede e recomenda.
Assim, não se trata de uma escolha entre assistir passivamente e participar fisicamente. É na verdade - como aliás em quase tudo - uma escolha muito mais sutil, em que o caminho certo é o do meio.
Em uma extremidade temos a "participação" meramente física, meramente ativa ou emocional; nele não há assistência, não há participação verdadeira. Só atos contam (levantar, sentar, ajoelhar, cantar, chorar, comungar). Não é isso que a Igreja nos pede e recomenda.
Na outra extremidade, oposta àquela, temos a "assistência", igualmente falsa, que é meramente passiva. É ir para a Missa e responder ou não, cantar ou não, comungar ou não, mas ficar pensando em outra coisa ou simplesmente tendo fruição estética, vendo se a casula do padre tem furos de traça ou deliciando-se a música, etc., sem somar o sacrifício individual ao de Cristo na Cruz. Tampouco é isso que a Igreja nos pede e recomenda.
O que a Igreja nos pede e recomenda é que assistamos, em silêncio ou não, cantando ou não, mas ativos em nossa disposição interior de somar o nosso sacrifício pessoal ao de Cristo na Cruz, e que assim participemos, em silêncio ou não, cantando ou não, recebendo de Cristo a perfeição de sermos santos, sendo santificados (particípio) pelo que é Santo.
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