sábado, 29 de setembro de 2012



Não é raro ouvirmos queixas sobre queixas, de relacionamentos que estavam muito bem enquanto namorados, mas que acabou por se desmoronar quando casados. O que deveria ser a lua de mel, até porque deveria ser também o que se busca no namoro,  passa a ser frustrante. Não é via de regra logicamente, mas é comum que isso ocorra, ou pelo menos que as crises compareçam. Mas, cabe reflexão, para pensarmos o porque isso ocorre e mais ainda, descobrirmos quais as formas viáveis para se resolver isso. 
Um dos fatos mais notórios, é justamente a convivência diária e continuada. Em outras palavras, a intimidade que passa a ser dividida, como se obrigação fosse. Enquanto namoro, essa "caixa de segredo" chamado intimidade fica preservada e de certa forma protegida. Numa relação, agora de casados, é necessário aprender a dividir o que antes não se dividia; precisa aprender a compartilhar o que não se compartilhava; precisa aprender a ceder, o que antes não cedia.

Outro fator é o desgaste comum e inevitável, que todos nós estamos submetidos, quando convivemos com as pessoas por muito tempo. Claro, que quando temos um sentimento por alguém, a busca por este, é incessante. Porém, os acontecimentos tornam-se de grande proporção, quando estamos pertos demais. O exemplo mais claro para ilustrar o quero dizer, são as interpretações na fala, olhar, atitudes que comumente pensamos ser de certa forma, quando na verdade pode ser de outra. Exatamente pelo fato de irmos conhecendo um pouco mais uma pessoa que até pouco tempo, não compartilhava sua vida conosco e não dividia a mesma cama, e que, o que antes era novidade, agora vira rotina.


E por fim, ainda temos a dificuldade de fazermos o simples tornar especial. Geralmente, na fase do namoro, essa arte ainda é possível ser feita: simples gestos e encontros, tornam-se especiais. Um cinema, fim de semana com amigos, risos, o pensar no outro,  planejamento do futuro entre outras atividades, transformam o corriqueiro em especial. No casamento, isso vai aos poucos perdendo o sentido.

Dessa forma, podemos então pensar, que hoje temos muitos casais, que estão juntos, porém separados há tempos.  Porque? Explica-se isso em partes, no fato de não ter o sentimento que está só, ou ainda o sentimento de que não está separado. Sem dúvidas,  isso pesa muito em qualquer relação. Há muitos relacionamentos, em que os casais não estão casados. Estão separados fisicamente, emocionalmente, amorosamente, mas são dependentes da necessidade de ter alguém do lado, mesmo que isso não tenha nenhum significado. Em algum momento essa companhia serve para alguma coisa.

Outros fatores devem ser notados para que isso ocorra. Fatores tais como financeiro, social e pessoal. Para muitas pessoas, adaptar-se a viver uma vida de solteiro ou ainda, morar sozinho novamente é crucial. Por certo, você conhece alguém que sempre está em um relacionamento, pelo simples fato de não estar sozinho. Há pessoas, que ainda não aprenderam conviver com a solidão ou ainda, não conseguem dominá-la. 

Também é necessário desmistificar alguns sentimentos. Somente amor, de fato, não salva nenhuma relação. Há sentimentos que são parte subjetivos e espontâneos, partes construídos. Nenhum sentimento nasce pronto e continua pronto. Toda relação necessita de manuntenção para que continue existindo. E é chato fazer manutençao. Na manutenção é que coseguimos descobrir as "pequenas grandes coisas" e são essas, que precisam ser detectadas, juntos e/ou separados.

Contudo, estar juntos, - juntos - de fato, é essencial para fazer a felicidade de uns. É bem verdade também, que estando separados, é possível estar feliz também. A regra é simples: Junte-se quando o "seu todo", precisa do outro para estar completo. 

(Paulo Veras)
_________________________________
Paulo Veras é psicólogo clínico e organizacional, psicanalista e professor universitário em Goiânia-GO

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

A riqueza verdadeira



Um dia um homem que acreditava na vida após a morte, e que
valorizava o ser mais que o ter, hospedou-se na casa de um materialista convicto, em bela mansão de uma cidade européia.
Depois da ceia, o anfitrião convidou o hóspede para visitar sua galeria de artes e começou a enaltecer os bens materiais que possuía, de maneira soberba. Falou que o homem vale pelo que possui, pelo patrimônio que consegue acumular durante sua vida na Terra. Exibiu escrituras de propriedades as mais variadas, jóias, títulos, valores diversos.
Depois de ouvir e observar tudo calmamente, o hóspede falou da sua convicção de que os bens da Terra não nos pertencem de fato, e que mais cedo ou mais tarde teremos que deixá-los.
Argumentou que os verdadeiros valores são as conquistas intelectuais e morais e não as posses terrenas, sempre passageiras.
No entanto, o materialista falou com arrogância que era o verdadeiro dono de tudo aquilo e que não havia ninguém no mundo capaz de provar que todos aqueles bens não lhe pertenciam.
Diante de tanta teimosia, o hóspede propôs-lhe um acordo:
Já que é assim, voltaremos a falar do assunto daqui a cinqüenta anos, está bem?
Ora, disse o dono da casa, daqui a cinqüenta anos nós já estaremos mortos, pois ambos já temos mais de sessenta e cinco anos de idade!
O hóspede respondeu prontamente:
- É por isso mesmo que poderemos discutir o assunto com mais segurança, pois só então você entenderá que tudo isso passou pelas suas mãos, mas, na verdade, nada disso lhe pertence de fato. Chegará um dia em que você terá que deixar todas as posses materiais e partir, levando consigo somente suas verdadeiras conquistas, que são as virtudes do espírito imortal. E só então você poderá avaliar se é verdadeiramente rico ou não.
O homem materialista ficou contemplando as obras de arte ostentadas nas paredes de sua galeria, e uma sombra de dúvida pairou sobre seu olhar, antes tão seguro.
E uma voz silenciosa, íntima, lhe perguntava:
- Que diferença fará, daqui a cem anos, se você morou em uma mansão ou num casebre?
- Se comprou roupas em lojas sofisticadas ou num bazar beneficente?
- Se bebeu em taças de cristal ou numa concha de barro?
- Se comeu em pratos finos ou numa simples marmita?
- Se pisou em tapetes caros ou sobre o chão batido?
- Se teve grande reserva financeira ou viveu com um salário mínimo?
- Que diferença isso fará daqui a cem anos? Absolutamente nenhuma!

No entanto, o que você fizer do seu tempo na Terra, fará muita diferença 
em sua vida, não só daqui a cem anos, mas por toda a eternidade. 
Vamos refletir sobre isto?Image and video hosting by TinyPic


quarta-feira, 26 de setembro de 2012

A rapoza e o lenhador


 

Esta vale para todos nós. Existem certos textos que realmente nos fazem pensar! 
Existiu um lenhador que acordava às 6:00h da manhã e trabalhava o dia inteiro cortando lenha e só parava tarde da noite.
Esse lenhador tinha um filho lindo, de poucos meses. Tinha também uma raposa, que era sua amiga, e a tratava como bicho de estimação porque era  de sua total confiança.
Todos os dias, o lenhador ia trabalhar, e deixava a raposa  cuidando de seu filho.
Todas as noites, ao retornar do trabalho, a raposa ficava feliz com sua chegada.
Os vizinhos do lenhador, alertavam que a raposa era um bicho, um animal selvagem, e portanto não era confiável. Quando ela sentisse fome comeria a criança.
O lenhador, sempre retrucando com os vizinhos, falava que isso era uma grande bobagem. A raposa era sua amiga e jamais faria isso.
Os vizinhos insistiam:
-          Lenhador abra os olhos! A raposa vai comer seu filho!
-          Quando sentir fome comerá seu filho!
Um dia, o lenhador muito exausto do trabalho, e muito cansado destes comentários, ao chegar em casa, viu a raposa, sorrindo como sempre, e sua boca totalmente ensangüentada...
O lenhador suou frio e sem pensar duas vezes acertou o machado na cabeça da raposa.
Ao entrar no quarto, desesperado, encontrou seu filho no berço, dormindo tranqüilamente, e ao lado do berço, uma cobra morta.
O lenhador enterrou o machado e a raposa juntos.

Se você confia em alguém, não importa o que os outros pensem a respeito, siga sempre seu caminho e não se deixe influenciar, mas principalmente, nunca tome decisões precipitadamente.      

domingo, 23 de setembro de 2012

A parábola da rosa





Um homem plantou uma rosa e passou a regá-la constantemente.
Antes que ela desabrochasse, ele a examinou e viu o botão que em breve desabrocharia, mas notou espinhos sobre o talo e pensou:
"Como pode uma flor tão bela vir de uma planta rodeada de espinhos tão afiados?"

Entristecido por este pensamento, ele se recusou a regar a rosa e antes mesmo de estar pronta para desabrochar, ela morreu.

Assim é com muitas pessoas. Dentro de cada alma há uma rosa:
São as qualidades dadas por Deus. Dentro de cada alma temos também os espinhos: São as nossas faltas.

Muitos de nós olhamos para nós mesmos e vemos apenas os espinhos, os defeitos. Nós nos desesperamos, achando que nada de bom pode vir de nosso interior. Nos recusamos a regar o bem dentro de nós, e conseqüentemente, isso morre. Nunca percebemos o nosso potencial.

Algumas pessoas não vêem a rosa dentro delas mesmas. Portanto alguém mais deve mostrar a elas.

Um dos maiores dons que uma pessoa pode possuir ou compartilhar é ser capaz de passar pelos espinhos e encontrar a rosa dentro de outras pessoas. Esta é a característica do amor.

Olhar uma pessoa e conhecer suas verdadeiras faltas.
Aceitar aquela pessoa em sua vida, enquanto reconhece a beleza em sua alma e ajudá-la a perceber que ela pode superar suas aparentes imperfeições.

Se nós mostrarmos a essas pessoas a rosa, elas superarão seus próprios espinhos.

Só assim elas poderão desabrochar muitas e muitas vezes.
Portanto Sorriam e descubram as rosas que existem dentro de cada um de vocês e das pessoas que amam...

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

A Modéstia e a Humildade




As pessoas têm um receio enorme em reconhecer as próprias qualidades.

Envergonham-se diante da perspectiva de demonstrar suas habilidades, assumir os próprios talentos.

É a confusão entre humildade e modéstia.

Alguns acham que modéstia é virtude.

Culturalmente, aprendem não ser nobre assumir as próprias qualidades.

O adequado é ser discreto, negar, não se envolver com elogios.

Se alguém questiona sobre o sucesso de algum empreendimento, o ideal é desconversar.

Afinal, para ser bem visto, o importante é não chamar a atenção.

Mas fazer questão de não ser notado é uma forma sutil de querer ser notado.

É se valorizar, se desvalorizando.

É chamar a atenção não chamando a atenção.

É demonstrar superioridade não assumindo ar de superior.

A vaidade cria a modéstia que é a própria auto-estima disfarçada.

A não-vaidade é melhor definida com o termo humildade.

A verdadeira nobreza consiste em ser humilde.

Ser humilde é ser natural.

Você nem faz questão de elevar as próprias qualidades, como também não deseja escondê-las.

Ser humilde é ser sincero, lidar com os fatos da forma como eles são.

É ser autêntico.

Ser humilde é não se preocupar em chamar a atenção para si, mas também não evitá-la.

Afinal, ambas as situações buscam reconhecimento e notoriedade.

Ser humilde é reconhecer os próprios limites e não se iludir quanto a eles.

É assumir as incapacidades mas procurar superá-las.

Muitos enfatizam os próprios defeitos apenas para chamar a atenção.

Tornam-se as próprias vítimas, exigindo reconhecimento, consideração e até piedade.

Mas ser humilde não é enfatizar pontos fracos.

Ser humilde é possuir a capacidade de reconhecê-los e procurar melhorar.

No entanto, ser humilde é também valorizar as próprias virtudes e competências.

Da mesma forma que é importante reconhecer os limites, é vital assumir e valorizar as próprias capacidades.

Afinal, não é pecado algum desenvolver habilidades.

Pelo contrário, cultivar os próprios dons e talentos é na verdade uma obrigação pessoal.

Não podemos desprezar nossa vocação quando possuímos mérito para realizá-la.

Afinal, quem não se sente orgulhoso em ser reconhecido por algo que lhe é verdadeiro?

Não vale a pena ser tímido diante do que somos naturalmente capazes.

Perderemos oportunidades valiosas que poderiam ajudar o próprio crescimento sendo retraídos demais.

É necessário acreditar em si mesmo, aprendendo a receber, ser amado, aceitar elogios quando merecidos.

Só podemos contribuir genuinamente para o crescimento dos outros com autoconsciência e valorização da nossa própria maneira de ser.

Devemos ser humildes, sem falsidade ou modéstia.

Ser natural, reconhecendo nossas fraquezas, mas assumindo de forma sincera as próprias qualidades são essenciais rumo a um processo de crescimento e amadurecimento autêntico.

Afinal, dizem que é dando que recebemos, mas devemos dar a nós mesmos para ter o que dar aos outros. 
_________________________________________________________
Moacyr Castellani  
Fonte


quarta-feira, 19 de setembro de 2012

A mesa do velho avô




       Um frágil e velho homem foi viver com seu filho, nora, e o seu neto mais velho de quatro anos.
       As mãos do velho homem tremiam, e a vista era embaralhada, e o seu passo era hesitante.
       A família comeu junto à mesa.
       Mas as mãos trêmulas do avô ancião e sua visão falhando, tornou difícil o ato de comer.
       Ervilhas rolaram da colher dele sobre o chão.
       Quando ele pegou seu copo, o leite derramou na toalha da mesa.
       A bagunça irritou fortemente seu filho e nora:
       Nós temos que fazer algo sobre o Vovô, disse o filho.
       Já tivemos bastante do seu leite derramado, ouvindo-o comer ruidosamente, e muita de sua comida no chão .
       Assim o marido e esposa prepararam uma mesa pequena no canto da sala.
       Lá Vovô comia sozinho enquanto o resto da família desfrutava do jantar.
Desde que o Avô tinha quebrado um ou dois pratos, a comida dele foi servida em uma tigela de madeira.
       Quando a família olhava de relance na direção do Vovô, às vezes percebiam nele uma lágrima em seu olho por estar só.
       Ainda assim, as únicas palavras que o casal tinha para ele eram advertências acentuadas quando ele derrubava um garfo ou derramava comida.
       O neto mais velho de quatro anos assistiu tudo em silêncio.
       Uma noite antes da ceia, o pai notou que seu filho estava brincando no chão com sucatas de madeira.
       Ele perguntou docemente para a criança, O que você está fazendo?
       Da mesma maneira dócil , o menino respondeu: Oh, eu estou fabricando uma pequena tigela para Você e Mamãe comerem sua comida quando eu crescer.
       O neto mais velho de quatro anos sorriu e voltou a trabalhar.
       As palavras do menino golpearam os pais que ficaram mudos.
       Então lágrimas começaram a fluir em seus rostos.
       Entretanto nenhuma palavra foi falada, ambos souberam o que devia ser feito.
       Aquela noite o marido pegou a mão do Vovô e com suavidade o conduziu atrás da mesa familiar.
       Para o resto de seus dias de vida ele comeu sempre com a família.
       E por alguma razão, nem marido nem esposa pareciam se preocupar mais quando um garfo era derrubado, ou leite derramado, ou que a toalha da mesa tinha sujado.

      
· As crianças são notavelmente perceptivas.
       Os olhos delas sempre observam, suas orelhas sempre escutam, e suas as mentes sempre processam as mensagens que elas absorvem.
       Se elas nos vêem pacientemente providenciar uma atmosfera feliz em nossa casa, para nossos familiares, eles imitarão aquela atitude para o resto de suas vidas.
       O pai sábio percebe isso diariamente, que o alicerce está sendo construído
para o futuro da criança.
Sejamos sábios construtores de bons exemplos de comportamento de vida em nossas funções.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012



“Antes de julgar a minha vida ou o meu caráter… calce os meus sapatos e percorra o caminho que eu percorri, viva as minhas tristezas, as minhas dúvidas e as minhas alegrias. Percorra os anos que eu percorri, tropece onde eu tropecei e levante-se assim como eu fiz. E então, só aí poderás julgar. Cada um tem a sua própria história. Não compare a sua vida com a dos outros. Você não sabe como foi o caminho que eles tiveram que trilhar na vida.”

(Clarice Lispector )

domingo, 16 de setembro de 2012



Que a cada manhã a sua coragem acorde bem juntinho de você, sorria pra você, e o convide para viverem uma história toda nova, apesar do cenário aparentemente costumeiro. 
Que tenha saúde no corpo, saúde na alma, saúde à beça.


sexta-feira, 14 de setembro de 2012




“Não ache que você consegue me entender com meia hora de prosa.

Sou tal qual moringa d’água.
Simples à primeira vista, como uma boa cerâmica, mas quem me vê assim, só querendo matar a sede, só de passagem, não faz ideia da trajetória do meu barro, nem das tantas vezes que desejei mudar o meu destino.”


(Solange Maia)



quarta-feira, 12 de setembro de 2012

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

A Medalha



Quando menino ganhei uma medalha na escola como prêmio ao aluno que sabia ler melhor. Senti-me feliz e estufei de orgulho.Quando a aula terminou voltei para casa correndo e entrei na cozinha como um furacão.
A velha empregada, que estava conosco havia muitos anos, ocupava-se no fogão. Sem nada comentar fui direto a ela, dizendo-lhe:
- Aposto que sei ler melhor do que você.
E estendi-lhe o meu livro de leitura. Ela interrompeu o seu trabalho e tomou o volume. Examinando cuidadosamente as páginas, terminou por gaguejar:
- Bem, meu filho...eu...eu não sei ler.
Fiquei atônito. Sabia que papai estava em seu escritório àquela hora e voei para lá. Ele ergueu a cabeça quando eu entrei, suando, com o rosto em fogo e lhe disse:
- Imagine, papai, a Maria não sabe ler. E é uma velha. Eu, que ainda sou pequeno, já ganhei até medalha. Olhe só!
Eu estufei o peito para frente para que ele visse o meu troféu. E perguntei:
- Deve ser horrível não saber ler, não é, papai?
Com toda a tranqüilidade, meu pai ergueu-se, foi até uma estante e voltou de lá com um livro.
- Leia este livro para eu ver, meu filho. Foi maravilhoso você ter ganhado a medalha. Leia para eu ouvir.
Não titubeei, abri o volume e olhei para o meu pai cheio de surpresa. As páginas continham o que parecia ser centenas de pequenos rabiscos.
- Não posso, papai. Eu não entendo nada disto que está aqui.
- É um livro escrito em chinês.
Imediatamente me lembrei do que fizera a Maria e me senti envergonhado. Papai não disse mais nada e eu, pensativo, deixei o livro em sua escrivaninha e saí.
Até agora, toda vez que me sinto tentado a gabar-me por qualquer coisa que tenha feito, lembro-me do quanto ainda me falta aprender e digo de mim para comigo:
- Não se esqueça de que você não sabe ler chinês.

sábado, 8 de setembro de 2012


Só depois que a tecnologia inventou o telefone, o telégrafo, a televisão, a internet, foi que se descobriu que o problema de comunicação mais sério era o de perto. 

Millôr Fernandes

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

terça-feira, 4 de setembro de 2012

A Piscina e a Cruz



Um de meus amigos ia toda quinta-feira à noite a uma piscina coberta. Ele sempre via ali um homem que lhe chamava a atenção: ele tinha o costume de correr até a água e molhar só o dedão do pé. Depois subia no trampolim mais alto e com um esplêndido salto mergulhava na água. Era um excelente nadador. Não era de estranhar, pois, que meu amigo ficasse intrigado com esse costume de molhar o dedão antes de saltar na água.
Um dia tomou coragem e perguntou-lhe a razão daquele hábito. O homem sorriu e respondeu: "Sim, eu tenho um motivo para fazer isso. Há alguns anos, eu era professor de natação de um grupo de homens. Meu trabalho era ensiná-los a nadar e a saltar de trampolim. Certa noite não conseguia dormir e fui à piscina para nadar um pouco; sendo o professor de natação, eu tinha uma chave para entrar no clube. Não acendi a luz porque conhecia bem o lugar. A luz da lua brilhava através do teto de vidro. Quando estava sobre o trampolim, vi minha sombra na parede em frente. Com os braços abertos, minha silhueta formava uma magnífica cruz. Em vez de saltar, fiquei ali parado, contemplando aquela imagem”.
O professor de natação continuou: "Nesse momento, pensei na cruz de Jesus Cristo e em seu significado. Eu não era um cristão, mas quando criança aprendi um cântico cujas palavras me vieram a mente e me fizeram recordar que Jesus tinha morrido para nos salvar por meio de seu precioso sangue”.
"Não sei quanto tempo fiquei parado sobre o trampolim com os braços estendidos e nem compreendo por que não pulei na água. Finalmente voltei, desci do trampolim e fui até a escada para mergulhar na água. Desci a escada e meus pés tocaram o piso duro e liso... Na noite anterior haviam esvaziado a piscina e eu não tinha percebido!"
"Tremi todo e senti um calafrio na espinha. Se eu tivesse saltado, seria meu último salto. Naquela noite, a imagem da cruz na parede salvou a minha vida. Fiquei tão agradecido a Deus - que por me amar permitiu que eu continuasse vivo - que me ajoelhei na beira da piscina. Tomei consciência de que não somente a minha vida física, mas minha alma também precisava ser salva. Para que isso acontecesse, foi necessária outra cruz, aquela na qual Jesus morreu para nos salvar. Ele me salvou quando confessei os meus pecados e me entreguei a Ele."
"Naquela noite fui salvo duas vezes, física e espiritualmente. Agora tenho um corpo sadio, porém o mais importante é que sou eternamente salvo. Talvez agora você compreenda porque eu molho o dedão antes de saltar na água".


Considere a pontualidade como boa mordomia que agrada a Deus e contribui para encorajamento e prestígio dos que já são pontuais.

domingo, 2 de setembro de 2012

Eu assisti a missa por você



Este é um caso verídico. É o testemunho de um filho sobre um fato acontecido com seu pai muitos anos atrás - fato que teve influência fundamental na vida daquele filho.
Por Padre Stanislaus SS.CC.:
“Um dia, muitos anos atrás, em uma pequena cidade do Luxemburgo, um Capitão dos Guardas Florestais achava-se entretido em animada conversa com o açougueiro, quando uma mulher idosa entrou no açougue. O açougueiro interrompeu a conversa para indagar da velha senhora o que ela desejava. A mulher explicou-lhe que havia ido até ali para conseguir um pequeno pedaço de carne, mas que não tinha dinheiro para pagar. O capitão estava achando muito divertido o diálogo entre a pobre mulher e o açougueiro:
- Apenas um pequeno pedaço de carne, mas quanto você vai pagar por ele?
- Desculpe-me, eu não tenho dinheiro, mas eu assistirei á missa por você, em sua intenção.
Ambos, o açougueiro e o Capitão, eram bons homens, mas muito indiferentes no que se referia á religião e, então, imediatamente, começaram a troçar da resposta da velhinha. Tudo bem, disse-lhe o açougueiro, você vai assistir à missa por mim e, quando você voltar, eu lhe darei tanta carne quanto a missa pesar, quanto ela valer.
A mulher saiu, assistiu á missa e retomou. Ela se aproximou do balcão e o açougueiro, ao vê-la, disse-lhe: Tudo bem, agora vamos ver. Ele tomou um pedaço de papel e nele escreveu: EU ASSISTI A MISSA POR VOCÊ.
O açougueiro, então, colocou o papel em um dos pratos da balança e, no outro, depositou um osso pequeno e fino, mas nada aconteceu. Em seguida ele trocou o osso por um pedaço de carne, porém o papel continuou a pesar mais. Os dois homens começaram a se sentir envergonhados com a sua zombaria, mas continuaram com a brincadeira. Um grande pedaço de carne foi, então, colocado na balança, mas o papel manteve-se mais pesado.
Exasperado, o açougueiro examinou toda a balança, mas essa estava perfeita.
O que você quer, minha boa mulher? Perguntou o açougueiro. Precisarei dar a você uma perna inteira de carneiro? Enquanto falava, colocou a grande perna de carneiro na balança, mas o papel em muito superou o peso da carne. Então, uma peça ainda maior de carne foi colocada naquele prato, mas novamente, o peso permaneceu no lado do papel. Aquilo impressionou tanto o açougueiro que ele converteu-se no mesmo instante e prometeu oferecer à mulher, dali por diante, a sua ração diária de carne.
No que concerne ao Capitão, ele deixou o açougue transformado e tornou-se um ardente freqüentador da missa diária. Dois de seus filhos ordenaram-se sacerdotes, um deles como jesuíta, o outro como padre do Sagrado coração.
E Padre Stanislaus termina o seu testemunho dizendo: "Eu sou aquele Religioso do sagrado Coração e o Capitão era meu pai".
Desde aquele instante, o Capitão passou a assistir à Santa Missa diariamente e seus filhos foram educados seguindo o seu exemplo. Mais tarde quando seus filhos tornaram-se sacerdotes, ele os advertiu, para que celebrassem a Missa corretamente e todos os dias e para que nunca perdessem o Sacrifício da Missa por alguma falta pessoal"


sábado, 1 de setembro de 2012


Quanto maior a armadura, mais frágil é o ser que a habita.

(Padre Fábio de Melo)