terça-feira, 30 de agosto de 2011

Um tesouro escondido


- Senhor Bilac, estou precisando vender o meu sítio, que o senhor tão bem conhece. Será que o senhor poderia redigir o anúncio para o jornal?

Olavo Bilac apanhou o papel e escreveu: "Vende-se encantadora propriedade, onde cantam os pássaros ao amanhecer no extenso arvoredo, cortada por cristalinas e límpidas águas de um ribeirão. A casa banhada pelo sol nascente, oferece a sombra tranqüila das tardes, na varanda".

Assim foi publicado o anúncio. Assim, desta forma romântica e recheada de poesia, a propriedade foi colocada à venda.

Meses depois, encontra-se o poeta com o homem que, perguntado se havia sido bem sucedido na venda do sítio, surpreendentemente respondeu:
- Nem pense mais nisso. Quando li o anúncio é que percebi a maravilha que tinha!

Pois bem, caro leitor, onde você se encontra neste cenário literário e ao mesmo tempo tão real? Já se viu em situações assim? Inúmeras vezes, por inúmeras razões, muitas delas tão sem sentido, nos deparamos com sensações de vazios e de que a vida perdeu a cor, o encanto.

Deixamos de ver o brilho do sol e a luz das estrelas e, diante dos problemas, vendamos nossos olhos. Claro que há em determinadas situações um peso excessivo na carga a ser carregada, que muitas vezes chegamos a solicitar ajuda para carregarmos a cruz, a nossa cruz. Mas, mesmo assim, é preciso buscar a energia que precisamos para prosseguir a caminhada e, na maioria das vezes, a fonte está logo ali, diante de nossos olhos e que, pela cegueira causada por nossas tristeza, deixamos de vê-la, contemplá-la.

Que façamos então como Olavo Bilac o fez. Olhamos com outros olhos, mais humanos, mais poéticos e mais profundos para nossa vida e a tudo que a nós pertence – dores e alegrias.
Quem sabe, naquilo que insiste em nos tirar o brilho e nos trazer a lágrima, possamos encontrar o antídoto da felicidade. Quem sabe!

Tentamos, pelo menos. Mas tem que ser hoje, agora, já. Antes que, na tentativa de jogar fora aquilo que parece não ter valor, venhamos a perder o grande tesouro escondido. 

Há poder em suas palavras!



Sempre num lugar por onde passavam muitas pessoas, um mendigo sentava-se na calçada e ao lado colocava uma placa com os dizeres: "Vejam como sou feliz! Sou um homem próspero, sei que sou bonito, sou muito importante, tenho uma bela residência, vivo confortavelmente, sou um sucesso, sou saudável e bem humorado". Alguns passantes o olhavam intrigados, outros o achavam doido e outros até davam-lhe dinheiro. 

Todos os dias, antes de dormir, ele contava o dinheiro e notava que a cada dia a quantia era maior. Numa bela manhã, um importante e arrojado executivo, que já o observava há algum tempo, aproximou-se e lhe disse: "Você é muito criativo! Não gostaria de colaborar numa campanha da empresa?" "Vamos lá. Só tenho a ganhar! ", respondeu o mendigo. 

Após um caprichado banho e com roupas novas, foi levado para a empresa. Daí para frente sua vida foi uma sequência de sucessos e a certo tempo ele tornou-se um dos sócios majoritários. 

Numa entrevista coletiva à imprensa, ele esclareceu de como conseguira sair da mendicância para tão alta posição. Contou ele : - Bem, houve época em que eu costumava me sentar nas calçadas com uma placa ao lado, que dizia: "Sou um nada neste mundo! Ninguém me ajuda! Não tenho onde morar! Sou um homem fracassado e maltratado pela vida! Não consigo um mísero emprego que me renda alguns trocados! Mal consigo sobreviver! ". 

As coisas iam de mal a pior quando, certa noite, achei um livro e nele atentei para um trecho que dizia: "Tudo que você fala a seu respeito vai se reforçando. Por pior que esteja a sua vida, diga que tudo vai bem. Por mais que você não goste de sua aparência, afirme-se bonito. Por mais pobre que seja você, diga a si mesmo e aos outros que você é próspero." 

Aquilo me tocou profundamente e, como nada tinha a perder, decidi trocar os dizeres da placa para: "Vejam como sou feliz! Sou um homem próspero, sei que sou bonito, sou muito importante, tenho uma bela residência, vivo confortavelmente, sou um sucesso, sou saudável e bem humorado". 

E a partir desse dia tudo começou a mudar, a vida me trouxe a pessoa certa para tudo que eu precisava, até que cheguei onde estou hoje. Tive apenas que entender o poder das palavras. O Universo sempre apoiará tudo o que dissermos, escrevermos ou pensarmos a nosso respeito e isso acabará se manifestando em nossa vida como realidade. Enquanto afirmarmos que tudo vai mal, que nossa aparência é horrível, que nossos bens materiais são ínfimos, a tendência é que as coisas fiquem piores ainda, pois o universo as reforçará. Ele materializa em nossa vida todas as nossas crenças. 

Uma repórter, ironicamente, questionou: - O senhor está querendo dizer que algumas palavras escritas numa simples placa modificaram a sua vida? Respondeu o homem, cheio de bom humor: "Claro que não, minha ingênua amiga! Primeiro eu tive que acreditar nelas!" 

( Silvia Schmidt ) 

domingo, 28 de agosto de 2011

Eis o que conta de si mesmo um mestre oriental:

           
 Na juventude eu era um verdadeiro revolucionário e rezava assim:
- "Dai-me energia, ó Deus, para mudar o mundo!"
Mas notei, ao chegar à meia-idade, que metade a vida já havia passado sem que eu tivesse mudado homem algum. Então mudei a minha oração, dizendo a Deus:
- "Dai-me a graça, Senhor, de transformar os que vivem comigo, dia a dia, como os meus familiares e os meus amigos. Com isto eu já fico satisfeito!"
Agora que sou velho e com os dias contados, percebo bem o quanto fui tolo rezando assim.
A minha oração agora é apenas esta:
- "Dai-me a graça, Senhor, de me mudar a mim mesmo!" Se eu tivesse rezado assim desde o princípio, não teria esbanjado a minha vida e o mundo seria bem melhor. 

“O que não me faz bem, não me faz falta.”

(Clarice Lispector)



De vez em quando eu não sei o que fazer comigo mesmo e com o meu gênio. 
É um saco estar sorrindo e dois minutos depois chorando.

Augusto Cury

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Por que a maldade faz tanto sucesso?



Aprendi com o Pe. Léo, que o mal é absurdamente barulhento; a maldade adora chamar a atenção sobre seus feitos.

Ao contrário, o bem não faz barulho! Quando uma flor desabrocha, no momento em que o sol nasce... Quando o mar se acalma, quando sopra o vento, na hora em que uma mão sustenta uma outra...Nada disso precisa fazer estardalhaço para ganhar sentido e existir!
É que o bem, para ser perfeito, precisa somente acontecer!
Por favor, não se engane com o mal que tanto lhe apavora!O barulho que o mal faz, já é prova de seu imenso fracasso!



O pensamento tem poder infinito.
Ele mexe com o destino, acompanha a sua vontade.
Ao esperar o melhor, você cria uma expectativa positiva que detona o processo de vitória.
Ser otimista é ser perseverante, é ter uma fé inabalável
e uma certeza sem limites de que tudo vai dar certo.
Você é quem escreve a história de sua vida -
ao optar pelas atitudes construtivas -
você cresce como ser humano....
Positivo atrai positivo alegria, chama alegria.
Seja incansavelmente otimista.
Faz bem para o corpo, para a mente e para a alma.

[Pablo Neruda]


Seu caráter representa aquilo que ele é, enquanto sua reputação, apenas aquilo que os outros pensam.

O frio que veio de dentro


Seis homens ficaram bloqueados numa caverna por uma avalanche de neve. Teriam que esperar até o amanhecer para poderem receber socorro. Cada um deles trazia um pouco de lenha e havia uma pequena fogueira ao redor da qual eles se aqueciam. Se o fogo apagasse, eles o sabiam, todos morreriam de frio antes que o dia clareasse. Chegou a hora de cada um colocar sua lenha na fogueira. Era a única maneira de poderem sobreviver.
O primeiro homem era um racista. Ele olhou demoradamente para os outros cinco e descobriu que um deles tinha a pele escura. Então ele raciocinou consigo mesmo:
- Aquele negro! Jamais darei minha lenha para aquecer um negro.
E guardou-as protegendo-as dos olhares dos demais.
O segundo homem era um rico avarento. Ele estava ali porque esperava receber os juros de uma dívida. Olhou ao redor e viu um círculo em torno do fogo bruxuleante, um homem da montanha, que trazia sua pobreza no aspecto rude do semblante e nas roupas velhas e remendadas. Ele fez as contas do valor da sua lenha e enquanto mentalmente sonhava com o seu lucro, pensou:
- Eu, vou dar a minha lenha para aquecer um preguiçoso?
O terceiro homem era o negro. Seus olhos faiscavam de ira e ressentimento. Não havia qualquer sinal de perdão ou mesmo aquela superioridade moral que o sofrimento ensinava. Seu pensamento era muito prático:
- É bem provável que eu precise desta lenha para me defender. Além disso, eu jamais daria minha lenha para salvar aqueles que me oprimem.
E guardou suas lenhas com cuidado.
O quarto homem era o pobre da montanha. Ele conhecia mais do que os outros os caminhos, os perigos e os segredos da neve. Ele pensou:
- Esta nevasca pode durar vários dias, vou guardar minha lenha.
O quinto homem parecia alheio a tudo. Era um sonhador. Olhando fixamente para as brasas. Nem lhe passou pela cabeça oferecer da lenha que carregava. Ele estava preocupado demais com suas próprias visões (ou alucinações?) para pensar em ser útil.
O último homem trazia nos vincos da testa e nas palmas calosa das mãos, os sinais de uma vida de trabalho. Seu raciocínio era curto e rápido:
- Esta lenha é minha. Custou o meu trabalho. Não darei a ninguém nem mesmo o menor dos seus gravetos.
Com estes pensamentos, os seis homens permaneceram imóveis. A última brasa da fogueira se cobriu de cinzas e finalmente apagou.
Ao alvorecer do dia, quando os homens do Socorro chegaram à caverna encontraram seis cadáveres congelados, cada qual segurando um feixe de lenha. Olhando para aquele triste quadro, o chefe da equipe de Socorro disse:
- O frio que os matou não foi o frio de fora, mas o frio de dentro.

Que cada um de nós possa "fazer a diferença", diante do egoísmo e da indiferença!

quarta-feira, 10 de agosto de 2011



“Nossa história é dessas que a gente não sabe quando começou, mas tem certeza que nunca vai ter um fim. Porque você é dessas pessoas que me fazem esquecer o que um dia doeu. Você é dessas pessoas que me fazem acreditar no amor. Dessas pessoas lindas que fazem um dia simples se tornar inesquecível.”

(Karla Tabalipa)

terça-feira, 9 de agosto de 2011


VOCÊ DECIDE



          Entre a bicharada, cada um vivia a seu modo. Um dia chegaram os caçadores e a matança foi grande. Os sobreviventes reuniram-se todos, pensaram, discutiram e concluíram:
_     Seremos animais extintos se não nos organizarmos.
Assim, foi eleito o Boi que, com boa intenção, logo fez importantes obras:
·         Fez um congresso só de aves – elas sobrevoavam toda a região e saberiam decidir por todos.
·         Contratou um exército de marimbondos para proteger as entradas da floresta.
·         Escolheu o papagaio como porta-voz dos direitos dos animais
A floresta virou uma confusão. As aves, para verem mais longe, sem precisar gastar muito tempo voando, fizeram uma lei que só permitia árvores altas na floresta. Coitadas das borboletas! Os marimbondos impediam os caçadores de entrar, mas também impediam a bicharada de chegar até o rio:
-      Questão de segurança florestal – diziam eles.
A solução foi fazer poços de água e cobrar uma “ pequena taxa” da bicharada.
O boi e seus ajudantes acharam justo que as melhores casas e comidas fossem para eles, pois não tinham mais tempo de cuidarem disto.
Aí você me pergunta: Onde está o papagaio para falar em nome do povo?
Minha gente, vocês esqueceram de que o papagaio só repete a voz do dono?
O boi dizia: “Isto é certo”. O papagaio repetia: - “ Isto é certo”.
O boi dizia: “precisamos cobrar mais impostos”. O papagaio repetia imitando até a voz grossa do boi.
O papagaio repetia tantas vezes que o boi passou a acreditar que tudo que ele pensava era vontade do povo, e pior, passou a nem visitar a floresta, pois dizia:
-      Sou a voz do povo, eles me elegeram!
Assim, a política – o bem comum – passou a ser o bem de poucos.
Ainda bem, minha gente, que esta história não acaba assim. Chegaram as eleições. O voto era a resposta para aquela situação.
Amigos e amigas, os eleitores tinham se acostumado tanto a não valorizar sua opinião que acharam que seu voto não valia nada também.
Trocavam votos até por cachos de banana.
Alguns ainda diziam:
-      O boi deve ser reeleito, ele até fez um pouco para nós!
Pior do que vender voto é acomodar-se com o mal e perder a esperança.
Então, qual a solução?

sábado, 6 de agosto de 2011


“… Vou te deixar com a melhor parte, porque eu sei que você merece. Guardo pra mim as crises de identidade e a vontade de sumir. Não vou dissertar sobre minhas fragilidades e minhas inseguranças. Talvez eu te diga algumas vezes sobre minha tristeza, mas só pra ganhar um pouquinho mais de carinho. Ofereço meu bom humor e minha paciência e você deve saber que esta não é uma oferta muito comum.”

(Verônica H.)



“O que eu sou não lhe diz respeito.
 Mas se quiser mesmo saber de mim, experimente não me perguntar. 
E talvez assim desperte minha vontade de contar.”




Once upon a time, there was light in my life
But now, there's only love in the dark
Nothing I can say
A total eclipse of the heart...

(Total Eclipse of the Heart- Roxete)



“Já caí inúmeras vezes achando que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais.”

(Clarice Lispector)