domingo, 24 de abril de 2011

A BORBOLETA

          A borboleta é um símbolo da Páscoa, porque o processo de transformação pelo qual passa se parece com a história da morte e ressurreição de Jesus Cristo.
A vida das borboletas começa com os ovinhos.
Uma borboleta é capaz de pôr até 500 ovos, do tamanho da cabeça de um alfinete. Depois de pôr os ovos, a borboleta morre.
Do ovo, posto numa folha de árvore, nasce uma pequena larva que se alimenta comendo as folhas onde se encontra. A medida que vai comendo, vai crescendo, até transformar-se numa lagarta que começa a produzir uns fios de seda parecidos com uma teia de aranha. Um por um ela vai tecendo esses fios até formar um casulo que fica pendurado num galho.
A lagarta fica dentro deste casulo, que mais parece uma folha seca e morta, pendurada, pronta para cair.
Durante este período, ela vai se transformando, até que, após duas ou três semanas, algo estranho começa a acontecer. O casulo vai sendo rompido, e dali sai uma linda borboleta, movendo todas as partes do seu corpo, para conseguir se libertar.
A lagarta, enquanto estava encolhida no seu casulo, deixou-se transformar numa borboleta para continuar a vida. A borboleta, bela, colorida, cheia de vida, vai, como que em forma de dança, voando de flor em flor, misturando-se com o colorido e a vida das flores. Como se não bastasse a vida que ela representa, ainda promove a vida, pois na dança, à procura do néctar, a borboleta facilita o contato entre as plantas, realizando a polinização.
Jesus caminhou em direção à morte, como a lagarta que constrói o casulo. Ele também sofre e morre, mas, após alguns dias, causa espanto e alegria com a sua ressurreição, assim como a lagarta que se transforma em borboleta, causando impacto de vida em meio à natureza.
A ressurreição foi algo totalmente novo e inesperado. Ela revela o poder de Deus que vence a cruz e traz esperança às pessoas que têm fé. Deus ressuscitou seu filho, para demonstrar que é Deus dos vivos e que quer a vida.
A ressurreição de Cristo nos fortalece e nos leva a crer na possibilidade da transformação da vida de cada pessoa, da minha própria vida.
Como a borboleta, depois de receber uma nova vida, foi visitar as flores e levar o pólen de uma à outra, assim Deus, a partir da ressurreição, nos motiva a sermos solidários e agirmos em favor do próximo, não sendo lagarta que, ao comer, destrói a planta, mas sendo borboleta, que se lambuza com o néctar e o pólen, ajudando na continuidade da vida.
Embelezaremos assim o mundo, causando espanto e alegria. Páscoa é celebração da vida.

sábado, 9 de abril de 2011

O Contrário do Amor

O contrário de bonito é feio, de rico é pobre, de preto é branco, isso se aprende antes de entrar na escola. Se você fizer uma enquete entre as crianças, ouvirá também que o contrário do amor é o ódio. Elas estão erradas. Faça uma enquete entre adultos e descubra a resposta certa: o contrário do amor não é o ódio, é a indiferença.

O que seria preferível, que a pessoa que você ama passasse a lhe odiar, ou que lhe fosse totalmente indiferente? Que perdesse o sono imaginando maneiras de fazer você se dar mal ou que dormisse feito um anjo a noite inteira, esquecido por completo da sua existência? O ódio é também uma maneira de se estar com alguém. Já a indiferença não aceita declarações ou reclamações: seu nome não consta mais do cadastro.

Para odiar alguém, precisamos reconhecer que esse alguém existe e que nos provoca sensações, por piores que sejam. Para odiar alguém, precisamos de um coração, ainda que frio, e raciocínio, ainda que doente. Para odiar alguém gastamos energia, neurônios e tempo. Odiar nos dá fios brancos no cabelo, rugas pela face e angústia no peito. Para odiar, necessitamos do objeto do ódio, necessitamos dele nem que seja para dedicar-lhe nosso rancor, nossa ira, nossa pouca sabedoria para entendê-lo e pouco humor para aturá-lo. O ódio, se tivesse uma cor, seria vermelho, tal qual a cor do amor.

Já para sermos indiferentes a alguém, precisamos do quê? De coisa alguma. A pessoa em questão pode saltar de bung-jump, assistir aula de fraque, ganhar um Oscar ou uma prisão perpétua, estamos nem aí. Não julgamos seus atos, não observamos seus modos, não testemunhamos sua existência. Ela não nos exige olhos, boca, coração, cérebro: nosso corpo ignora sua presença, e muito menos se dá conta de sua ausência. Não temos o número do telefone das pessoas para quem não ligamos. A indiferença, se tivesse uma cor, seria cor da água, cor do ar, cor de nada.

Uma criança nunca experimentou essa sensação: ou ela é muito amada, ou criticada pelo que apronta. Uma criança está sempre em uma das pontas da gangorra, adoração ou queixas, mas nunca é ignorada. Só bem mais tarde, quando necessitar de uma atenção que não seja materna ou paterna, é que descobrirá que o amor e o ódio habitam o mesmo universo, enquanto que a indiferença é um exílio no deserto.

(Martha Medeiros)

Velhas roseiras

Por Padre Zezinho
Eu já tive milhares de companheiros e colegas.


Dentre eles, fiz centenas de bons amigos. Mas nem todas as amizades duraram.


Algumas pareciam sólidas como rochas, mas não resistiram aos tempos às circunstâncias.


Assim sobraram poucos amigos de infância, pouquíssimos amigos de escola, poucos amigos de adolescência, poucos amigos de juventude.


E pensar que a gente brincava todos os dias, via-se todos os dias e não saia da casa um do outro... De repente, outros afetos, outros amigos, outros interesses, outro tipo de vida, longos anos de distância e mil preocupações da vida nos afastaram totalmente.


Agora não sei onde andam e os que vejo aqui e acolá são amigos de "Bom dia"...Mas nada acontece. A gente se respeita e se admira, mas a amizade de infância, de juventude não volta. Mudaram eles ou mudei eu?


Ou foi a vida que nos mudou a todos?


Restam algumas amizades fiéis que resistem a tudo... O que sei é que fiz muitos amigos e não conservei aquelas amizades. De bons amigos que éramos, somos hoje bons conhecidos que se saúdam de passagem e se respeitam.


Às vezes nem isso. Crescemos e nossa amizade ficou lá no passado. E eu digo a mim mesmo:


"Feliz o homem que sabe cultivar sua roseira! Talvez não seja tarde... Roseiras velhas também produzem rosas lindas e viçosas. Basta recultivá-las..."

Paixão por caixas

Sou louca por caixas. Caixas de todos os tipos.
Elas podem ser feitas de madeira, papelão, tecido, plástico. Tanto faz o material. Além delas  facilitarem a organização da nossa casa, guardam as mais valiosas recordações.  
Então por que dispensar  este momento  de futilidade?   Que tal dedicar um espacinho  a uma das minhas manias(ou frescuras..rss)?
Taí, gente... Uma ótima sugestão de presente para uma mulher...


quinta-feira, 7 de abril de 2011

Afetos Integrais e Refinados

"No momento do sofrimento agudo, a gente fica meio burro... a gente não consegue refletir...
Nós ficamos muito à flor da pele, nós queremos as respostas fáceis...
E aí?! A resposta fácil não existe!

É o momento de você ter a possibilidade de conviver com aquela resposta que é mais dura...que leva mais tempo...

Todos nós estamos muito acostumados com os alimentos refinados.
Alimento refinado não dá trabalho nenhum pra sua digestão...por isso que eles engordam tanto...o organismo absorve rápido, por isso que você tem que comer tanto ao longo do dia, porque o alimento que você ingere não é integral.
O integral dá trabalho pro organismo.

A opção pelo alimento refinado é uma opção muitas vezes sem reflexão.
Na vida dos nossos afetos, a mesma coisa!

Nós estamos acostumados com os afetos refinados...Na hora, que vem pra ela um acontecimento integral... ela não sabe nem chorar... muitas vezes nós corremos atrás do afeto refinado, fácil...a paquerinha fácil..

Fico assustada em ver como tudo hoje é rápido... a digestão é na hora...não troca nem o telefone depois...
Imagina você uma pessoa de 14 anos de idade, que começa essa vida refinada, imagina quando ela tiver 20... quantas pessoas terão passado pela vida dela de maneira rápida, e o que que é ela fez com tanto sentimento?

Porque não é possível que com essa história de só beijar na boca, não fique nada um no outro...
Sempre fica aquele negócio...''será que ele vai me ligar?" ...
Aí a amiga pergunta... 'ele ligou?' e você responde....'não... também não queria que ele ligasse...'

Mentira!!! Tava louca que ele ligasse!

O afeto muito refinado não dá trabalho não...
Em outros tempos o processo da conquista era demorado...

Porque nós estamos tão estragados nos nossos afetos? Tão danificados? Tão sequestrados?
Porque há tantas marcas negativas?
Porque tá tudo muito cedo, tá tudo muito rápido!

As inúmeras marcas que estão em nós, desses afetos estragados, é porque nós nos expomos aos riscos muito cedo.

E o grande problema é que vai criando uma desilução...
O mito do amor romântico é uma das socializações culturais mais terríveis que nós temos, que é aquela idealização do homem perfeito, da mulher perfeita...
Porque neste tempo muito rápido, você vai ficar querendo o príncipe encantado... sai todos os dias, e todos os dias tem um príncipe... mas você vira abóbora, depois da meia noite...

A desilução vai aumentando... pode esperar...

O príncipe encantado não existe!
Existe aquele rapaz que entrega compras no supermercado, e ai você olha e...''opa!''

Qualquer que seja a oportunidade, você tem que olhar bem nos olhos dele, porque pode ser que ele vá chegar vestido de um jeito que você não espera, falando coisas que você não esperava, que o amor da sua vida ,ele pode até existir, mas ele vai chegar quando você menos imaginar...

Porque quando você imagina muito, você constroi pessoas que não existem, e quando você constroi pessoas que não existem, você não enxerga as que existem...

Às vezes a gente constroí a pessoa ideal, ela não existe...
A pessoa ideal não existe, existe a pessoa certa.... a mentalidade nos sequestra para esperarmos no outro a pessoa perfeita.
Às vezes nós nos machucamos muito com o outro, porque nós temos expectativas muito elevadas sobre o outro..

Para!!!!! Olha pra ele como ele é...

Se você fica imaginando demais, você corre o risco de não enxergar...
A idealização das pessoas, é um sequestro terrível!

Olha devagar para as pessoas que você encontra...e muitas vezes na busca desenfreada pelo amor refinado, rápido, nós permitimos que o outro faça o que quer com a gente, o que que sobra de você?

Quando nós somos encontrados por pessoas que nos imaginam, elas pecam duas vezes contra nós... ou porque elas nos imaginam piores do que somos, ou porque elas nos imaginam melhores do que somos.... isso é jaula! Gaiola!

Mascarados não podem se amar!
O outro não é a mascara, o outro não é apenas aquilo que você enxerga, o outro é muito mais, é muito mais do que seus olhos não podem ver.
O outro tem que gostar de você do jeito que você é... ele então que vá embora, ou então depois volte mais tarde quando aprender... você não é obrigado a se transformar num personagem!

E não se desespere porque sempre tem um 'chinelo velho' esperando pelo outro.
Tem mulheres que dizem que todos os homens são iguais... não é não... é você que olha pra eles do mesmo jeito...você olha e enxerga do mesmo jeito... não pode... tem que ter uma diferença nisso tudo!

Não posso ficar fazendo que o outro seja aquilo que eu quero que ele seja...isso não é amor...o amor é a capacidade de você olhar pra ele e reconhecer que ele tem defeitos, tem qualidades, e mesmo assim você nao desiste dele...caso contrário, a gente vai ter medo de dizer quem a gente é...

Olhe para ele e diga quem você... diga que você é solo santo, que você não é terreno baldio pra ele fazer o que ele bem entender não...

O que sobrou de você desses muitos relacionamentos que você viveu? Que foram desastrosos, que machucaram profundamente você...que o outro entrou na sua vida como você fosse qualquer uma? E você não é qualquer uma!

O que você fez com aquele afeto?
Um conselho eu lhe dou....JOGA FORA!!!

Joga fora pra que ninguém mais perceba que aí dentro existe um ''lixo'' pra encorajar jogar lixo também, porque as vezes o outro joga lixo em nós, porque o outro percebe que aí dentro tem lixo também...

Quantas vezes esse coração já se deixou aprisionar?
Quantas vezes esse coração aceitou a mascara que o outro colocou nele?
Quantas vezes você se subjulgou...viveu a condição de território baldio...terreno sem dono...e o outro olhando pra você assim, achando que você era terreno baldio, e se encorajou pra jogar em você tudo que não prestava nele?

Você não é obrigada a levar isso pra sua vida a fora! Renuncie!

Há relacionamentos lá do seu passado, de muitos anos, que você nem encontra mais, mas as raizes estão aí dentro, ainda provoca afeto ruim dentro de você quando você se recorda...expulse!

Renuncie todos os afetos que lhe machucaram, que lhe desordenaram, que lhe desequilibraram, todas as palavras que foram grosseiras, que lhe machucaram, todos os relacionamentos que foram fragilizadores...

Seja livre! Não permita que o outro lhe sequestre, lhe aprisione, lhe escravize... quem fica amarrado é cachorro! Você nasceu para ser livre!


♫ "Antes de você entrar na minha vida, de se decidir por mim, por minha história, haverá de ter clareza de saber bem quem eu sou...pra depois não me dizer ter se enganado...

Eu não posso ser o que você quiser, sou bem mais do que seus olhos podem ver...Não pode um só momento se esquecer.... sou consagrado ao meu senhor, solo sagrado eu sei que sou..."♫




(Pe. Fábio de Mello)

Angel - Cidade dos Anjos

Que romântico...