segunda-feira, 30 de junho de 2014

Quando somos jovens aprendemos. 
Quando ficamos velhos entendemos. 
Marie von Ebner-Eschenbach

domingo, 29 de junho de 2014

Somos seres enigmáticos, estamos cheios de códigos. Para conhecer melhor alguém é preciso decifra-lo. 
Anilice Schwarzer

sábado, 28 de junho de 2014

Como falar da morte com meus filhos?

A saudade é amarga e as lágrimas não podem deixar de rolar quando perdemos uma pessoa querida. Cristo chorou quando perdeu o amigo Lázaro.
Fé não é insensibilidade e dureza de coração. Você pode chorar, até diante dos filhos, mas chore como quem tem fé na ressurreição. Veremos os mortos na eternidade.
Diante da dor da morte gosto de me lembrar de Nossa Senhora aos pés da cruz do seu Amado. Ela perdeu o Filho Único…, Deus, morto de uma maneira tão cruel como  nenhum de nós o será. Ela perdeu muito mais do que nós e não se desesperou. Certamente chorou muito… mas nunca se desesperou e nunca perdeu a fé. Aos pés da cruz de Jesus estava de pé (stabat!). Podemos chorar os mortos; as lágrimas são o tributo da natureza, mas sem desespero e sem desilusão.
Até o céu; lá nos voltaremos a ver, ensinam os santos. Que grande felicidade será para nós poder encontrá-los, depois de ter chorado tanto a sua ausência! Não nos deixemos levar ao desespero quando alguém parte; não somos pagãos. Lá não haverá mais pranto, nem lágrimas e nem luto.
São Francisco de Sales disse: “Meu Deus, se a boa amizade humana é tão agradavelmente amável, que não será ver a suavidade sagrada do amor recíproco dos bem-aventurados… Como essa amizade é preciosa e como é preciso amar na terra, como se ama no Céu!”
São Tomás de Aquino garante que no Céu conheceremos nossos parentes e amigos. Diz o santo doutor:
“A contemplação da Essência Divina não absorve os santos de maneira a impedir-lhes a percepção das coisas sensíveis, a contemplação das criaturas e a sua própria ação.
Reciprocamente, essa percepção, essa contemplação e essa ação não os podem distrair da visão beatífica de Deus.” (S. Teológica, 30, p. 84).
A morte não é o aniquilamento estúpido que pregam os materialistas sem Deus, mas o renascimento da pessoa. A Igreja reza na Liturgia que “a vida não é tirada mas transformada”.
Só o cristão valoriza a morte e é capaz de ficar de pé diante dela. Deus não nos criou para o aniquilamento estúpido, mas para a sua glória e para o seu amor. Fomos criados para participar da felicidade eterna de Deus.
Santa  Teresinha disse ao morrer: “não morro, entro para a vida”.
A árvore cai sempre do lado em que viveu inclinada; se vivermos inclinados ao Coração de Jesus, nele cairemos.
É preciso saber educar os filhos também diante da morte; a psicologia recomenda, por exemplo, que os pais deixem os filhos verem os mortos, se assim eles desejarem, embora não devam forçá-los. Fale da morte com naturalidade aos filhos, e aproveite o momento para ensinar sobre o céu e sobre a ressurreição. Não se pode permitir que as crianças assistam cenas de desespero diante da morte, mesmo que se possa manifestar a dor e sofrimento diante delas.
Prof. Felipe Aquino

sexta-feira, 27 de junho de 2014


“Quando sinto saudade não é porque a pessoa está longe, mas porque ela está dentro.”

Marla de Queiroz

quinta-feira, 26 de junho de 2014


"Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Afinal se o que não era tão bom se vai é para que coisas melhores possam vir. Esqueça o passado, desapego é o segredo."
Fernando Pessoa

terça-feira, 24 de junho de 2014

É triste pensar que a natureza fala e que o gênero humano não a ouve. 
Victor Hugo

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Piadas do Pe. Léo

Quais são os dias santos de guarda?

Os “dias santos”, em que todos os católicos são obrigados a assistir a Santa Missa, são:

1 – Todos dos domingos do ano;
2 – O dia de Natal;
3 – A Epifania, festa dos reis magos, dia 06 de janeiro, mas que no Brasil passou para o domingo seguinte;
4 – Ascensão de Jesus ao Céu;
5 – Corpus Christi, sempre numa quinta feira após a oitava de Pentecostes;
6 – Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus, dia 1 de janeiro;
7 – Festa da Imaculada Conceição de Nossa Senhora, dia 8 de dezembro;
8 – Assunção de Nossa Senhora, dia 15 de Agosto; no Brasil passou para o domingo mais próximo;
9 – São José, dia 19 de março e 1 de maio;
10 – São Pedro e São Paulo, dia 29 de junho; passou no Brasil para o domingo seguinte;
11- Festa de Todos os Santos, dia 1 de novembro, no Brasil passou para o domingo seguinte. (cf. Catecismo §2043 e Código de Direito Canônico, cânon 1246,1).
Prof. Felipe Aquino
assessoria@cleofas.com.br

sábado, 21 de junho de 2014

Orações do Padre para a vestição dos paramentos

O padre se paramenta na seguinte ordem:

Orações ao colocar:
O amito
Colocai, oh Senhor, o capacete da salvação sobre minha cabeça para que eu possa resistir ao demônio .
A alva
Fazei-me limpo, oh Senhor, e purificai meu coração, para que purificado no Sangue do Cordeiro, mereça gozar do premio eterno.
O cíngulo
Cinge-me, oh Senhor, com o cíngulo da pureza e extingue em mim o fogo da concupiscência para que a virtude da Constância na castidade habite sempre no meu coração e assim, eu possa servir-Vos melhor.

O manipulo
Que eu mereça, oh Senhor, portar este manipulo de penitencia e dor para que, um dia, eu possa ser premiado pelo meu trabalho.

A estola
Restaurai em mim, a estola da imortalidade que perdi pelo pecado do meus primeiros pais, para que apesar de indigno de aproximar-me dos Vossos sagrados mistérios, eu possa alcançar a felicidade eterna.


A casula
Oh! Senhor, que desceste: “Meu jugo é suave e minha carga é leve”, concedei-me levá-lo de tal forma que mereça a Vossa graça.

sexta-feira, 20 de junho de 2014

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Significado da Festa de Corpus Christi

Hoje, a Igreja Católica, em todo o mundo, comemora o dia de Corpus Christi. Nome que vem do latim e significa “Corpo de Cristo”.
A festa de Corpus Christi tem por objetivo celebrar solenemente o mistério da Eucaristia – o Sacramento do Corpo e do Sangue de Jesus Cristo.

Acontece sempre em uma quinta-feira, em alusão à Quinta-feira Santa, quando se deu a instituição deste sacramento. Durante a última ceia de Jesus com seus apóstolos, Ele mandou que celebrassem Sua lembrança comendo o pão e bebendo o vinho que se transformariam em seu Corpo e Sangue.
"O que come a minha carne e bebe o meu sangue, tem a vida eterna e, eu o ressuscitarei no último dia. Porque a minha carne é verdadeiramente comida e o meu sangue é verdadeiramente bebida. O que come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. O que come deste pão viverá eternamente" (Jo 6, 55 – 59).
Através da Eucaristia, Jesus nos mostra que está presente ao nosso lado, e se faz alimento para nos dar força para continuar. Jesus nos comunica seu amor e se entrega por nós.
Origem da Celebração
A celebração teve origem em 1243, em Liège, na Bélgica, no século XIII, quando a freira Juliana de Cornion teria tido visões de Cristo demonstrando-lhe desejo de que o mistério da Eucaristia fosse celebrado com destaque.
Em 1264, o Papa Urbano IV através da Bula Papal "Trasnsiturus de hoc mundo", estendeu a festa para toda a Igreja, pedindo a São Tomás de Aquino que preparasse as leituras e textos litúrgicos que, até hoje, são usados durante a celebração. Compôs o hino “Lauda Sion Salvatorem” (Louva, ó Sião, o Salvador), ainda hoje usado e cantado nas liturgias do dia pelos mais de 400 mil sacerdotes nos cinco continentes.
A procissão com a Hóstia consagrada conduzida em um ostensório é datada de 1274. Foi na época barroca, contudo, que ela se tornou um grande cortejo de ação de graças.
No Brasil
No Brasil, a festa passou a integrar o calendário religioso de Brasília, em 1961, quando uma pequena procissão saiu da Igreja de madeira de Santo Antônio e seguiu até a Igrejinha de Nossa Senhora de Fátima. A tradição de enfeitar as ruas surgiu em Ouro Preto, cidade histórica do interior de Minas Gerais.
A celebração de Corpus Christi consta de uma missa, procissão e adoração ao Santíssimo Sacramento.
A procissão lembra a caminhada do povo de Deus, que é peregrino, em busca da Terra Prometida. No Antigo Testamento esse povo foi alimentado com maná, no deserto. Hoje, ele é alimentado com o próprio Corpo de Cristo.
Durante a Missa o celebrante consagra duas hóstias: uma é consumida e a outra, apresentada aos fiéis para adoração. Essa hóstia permanece no meio da comunidade, como sinal da presença de Cristo vivo no coração de sua Igreja.
http://noticias.cancaonova.com/

quarta-feira, 18 de junho de 2014

terça-feira, 17 de junho de 2014

A profanação da obra-prima de Deus

A Obra-Prima de Deus, por excelência, é a pessoa humana. A única “criada à imagem e semelhança de Deus” (Gn 1,26). Esta  revelação bíblica, meditada devidamente, deveria levar-nos ao êxtase. É nos atributos da alma imortal, dada ao homem por Deus no instante da sua concepção, que se encontram os aspectos dessa “imagem e semelhança” com o Criador. Aí estão, perenes, a inteligência, a liberdade, vontade e consciência; atributos esses que só o homem possui, exatamente por  ser só ele “imagem e semelhança” de Deus.
Tal “semelhança” com a natureza divina tornou possível a maior novidade debaixo do sol: a Encarnação de Deus em forma humana. “E  o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1,14).
Jesus pôde assumir a natureza humana, sem abdicar a divina, porque o homem fora criado à Sua semelhança. E assim, Ele pôde assumir a nossa natureza e restaurá-la dos estragos do pecado original. A obra prima de Deus estava salva, ao preço do sangue e da vida do seu próprio Criador.
Tal é o amor de Deus ao homem que, além de tudo isso, ainda quis que a pessoa humana fosse o Seu Templo. É o que São Paulo nos revela, quando escreve aos Coríntios:
“Não  sabeis que sois o templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós? “Se alguém destruir o templo  de Deus, Deus o destruirá. Porque o templo de Deus, que sois vós, é sagrado” (1 Cor 3,16-17).
“Não sabeis que vossos corpos são membros de Cristo? Tomarei, então os membros de Cristo, e os farei membros de uma prostituta?” (1 Cor 6,15).
Dessas palavras é fácil compreender quão sagrada é a pessoa humana, e também o seu corpo, por ser “templo” de Deus e “membro” de Cristo (1Cor 12,28).
Confrontando essa realidade sagrada do homem, com o modo com que hoje ele vive, profanando o seu corpo, fica-se estarrecido.
Não é preciso descer a detalhes para que se possa conhecer a que nível de aviltamento a pessoa humana se impôs. Primeiro ela é aviltada quando os seus sagrados direitos não são respeitados, e ela se acha massacrada pela exploração gerada pela ganância; e segundo, pior ainda, quando ela impõe a si mesma tal degradação. Basta entrar hoje em um cinema, ou em uma banca de revistas, locadora de filmes, ou ligar a televisão, ou ler os jornais, para se notar com que frieza e cinismo, revoltantes, se profana a sagrada criatura de Deus, em cujo corpo a Santíssima Trindade veio habitar no Batismo.
Os mais sofisticados meios de explorar o sexo comercialmente são usados, desrespeitando-se a tudo e a todos, sem que se possa oferecer resistência a este “mar de lama” impulsionado pelos meios de comunicação.
Por mais que  queiramos fugir desta pergunta, ela se nos coloca: ficará Deus inerte perante tal profanação da Sua obra prima, a qual, para salvá-la, Ele entregou à morte bárbara, o seu Unigênito? Creio que não. Creio que Deus não pode assistir impassível a destruição e profanação da Sua criatura predileta, e do seu templo. Jesus “expulsou os vendilhões do Templo…” (Mt 21,12).
Sabemos que “Deus é Amor” (1Jo 4,8) e rico em misericórdia, mas corrige os que ama:
“O Senhor educa a quem ele ama, e castiga todo filho que o acolhe” (Hb 12,6).
Deus não é o autor do mal, e não ama castigar ninguém; entretanto, algumas vezes, por não ter outra saída, Ele “permite” que a dor atinja a sua criatura, para salvá-la. Por amor. Algumas vezes, como pai, tive que segurar nos braços os meus filhos, ainda pequenos, para que o farmacêutico lhes aplicasse uma injeção. E o fiz por amor; para que a doença não os levasse à morte. Deus, como o melhor dos Pais, não quer que a doença do pecado mate a alma dos seus amados filhos; por isso, permite que a dor cure o coração do homem, que não quer ouvir a  voz suave do seu amor. É a história do filho pródigo.
Será que as mazelas de nossos tempos – como no passado – não trazem a marca dos dedos de Deus? Temos visto catástrofes dolorosas. Será que Deus não tem permitido estas coisas para que os homens e mulheres acordem? É difícil dizer, absolutamente não!
Prof. Felipe Aquino

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Depois de cada momento de fraqueza, meu coração prepara, em silêncio, uma nova fornada de coragem. 
Ana Jácomo

domingo, 15 de junho de 2014

Diácono Eurici da Silva Pereira

Hoje me solidarizo com este grande homem. Pela sua grande dor eu claro a Misericórdia Divina, que não o deixeis sozinho neste momento de dor profunda. Que o manto de Nossa Senhora o cubra e proteja. Maria, medianeira de tantas graças, acolhe-o em seus braços. Espírito Santo Consolador, não afasteis dele e de sua família. 

Diácono Eurici: Dizem que se leva um minuto para conhecer uma pessoa especial, Uma hora para apreciá-la, Um dia para amá-la e Mais do que uma vida inteira para esquecê-la.
Uma pessoa especial é aquela que faz nascer dentro da gente um novo sentimento.
Pessoas especiais, talvez a gente confunda com anjos, que aparecem em nossas vidas nos ensinando através de atitudes e exemplos.
Olham diretamente em nossos olhos.
Com poucas palavras, alguns gestos e um forte abraço nos fazem felizes. 

Estas são poucas pessoas, é verdade, mas elas existem.
Diácono Eurici é uma delas.
Procure por elas.
Colecione-as, guarde-as para sempre em sua alma.
Elas farão a grande diferença em sua caminhada pela vida!

sábado, 14 de junho de 2014

Eu tentei chorar, mas roubaram minhas lágrimas. Eu queria gritar, mas calaram a minha voz. Por isso escrevo.

sexta-feira, 13 de junho de 2014


"Viver é isto:
Ficar se equilibrando,
o tempo todo,
Entre escolhas e consequências."
Jean-Paul Sartre 

quinta-feira, 12 de junho de 2014


"E a gente segue assim. Aprendendo a silenciar aprendendo a perdoar a reinventar sorrisos. Coração sendo lapidado moldado. Até que dentro dele só caiba a delicadeza do amor."
Arnalda Rabelo 

quarta-feira, 11 de junho de 2014


"Não confunda jamais conhecimento com sabedoria. Um o ajuda a ganhar a vida; o outro a construir uma vida."
Sandra Carey

terça-feira, 10 de junho de 2014


"Não se agarre a nada. Se você começar a se desprender, uma tremenda liberação de energia acontecerá dentro de você. A energia que estava envolvida no apego às coisas, trará um novo amanhecer ao seu ser, uma nova luz, uma nova compreensão, um tremendo descarregar." 
Osho

segunda-feira, 9 de junho de 2014



"O mais terrível não é termos nosso coração partido (pois corações foram feitos para serem partidos), mas sim, transformar nossos corações em pedra."
Oscar Wilde

domingo, 8 de junho de 2014


"A sabedoria de um homem não está em não errar, chorar, se angustiar e se fragilizar, mas em usar seu sofrimento como alicerce de sua maturidade."
Augusto Cury

sábado, 7 de junho de 2014


"Perdoa, amigo, a quem deu um passo em falso: pensa que também tens um pé que pode resvalar."
Friedrich Ruckert

sexta-feira, 6 de junho de 2014

A Mulher de Lot transformada em estátua de sal

(Gn 19, 15-26)
Diz o texto sagrado (Gn 19, 15-26) que, tendo o Senhor resolvido destruir pelo fogo a cidade de Sodoma prevaricadora, mandou que um sobrinho de Abraão nela residente, o justo Lote, com sua esposa e suas filhas, se retirasse da mesma, a fim de não ser punido com os pescadores. Eis, porém, que, durante a fuga, a mulher de Lote, desejosa de verificar se  cumpria a promessa divina, lançou para trás um olhar curioso e inoportuno, olhar que contradizia diretamente as instruções dadas pelo Senhor.2 Em conseqüência, “tornou-se uma estátua de sal”, refere o autor bíblico (v. 26).
Como se há de entender a narrativa?
A transformação de um corpo de mulher em estátua de sal não implica absurdo que a Onipotência Divina não possa efetuar. Contudo não parece ser isto o que o texto sagrado quer dizer. Com insistência advertem os exegetas que, para compreender o episódio, é preciso Ter visitado as regiões do Mar Morto (ao Sul ou Sudoeste do qual ficava Sodoma) e convivido um pouco com os beduínos habitantes da região.A “transformação de indivíduos humanos em estátuas de rocha por efeito de castigo divino” é tema não raro nas tradições árabes palestinenses. Eis algumas destas. Tais como têm sido relatadas por recentes exploradores do Oriente:
Jaussen narra que certo dia, na zona de Maã, ao atravessar uma planície cercada por montanhas de estranha silhueta, lhe disse o guia:
“Vê esta planície? Outrora era coberta de arrozais. Essas rochas são jovens que, ao dançar, se mostraram inconvenientes; Alá as transformou em pedra e amaldiçoou a região”.
O mesmo refere que no território de Durah, ao Sul de Hebron, se encontra uma rocha de configuração mais ou menos fantástica, a propósito da qual o guia lhe contou a história seguinte: jovem senhora, montada sobre um camelo, atravessava a região com o marido; não longe de Durah, acometida pelas dores do parto, deu à luz. Não tendo, porém, pano a fim de enxugar o recém-nascido, usou para isto o pão que levava como provisão de viagem. Alá, porém, o percebeu, e irritou-se de tal modo que transformou em rochedo a mulher, a criança, o marido com a espingarda e os camelos.
No folclore árabe relata-se que Ahmud era oficial muito conceituado junto ao seu xeque Kerak. Certo dia, porém, em viagem foi caluniado por dois homens, contra os quais o jumentinho de Ahmud tomou a palavra a fim de o defender. Depois do incidente, prosseguiu a estrada. Ao voltar, o oficial encontrou os dois malvados imóveis como pedra; estavam fixos ao solo, tendo-se tornado semelhantes a rochedos: “Perdoa-nos, pecamos”, disseram-lhe eles com voz surda análoga ao tinir da pedra. Ahmud, de boa índole como era, perdoou-lhes. Os dois árabes, então, restituídos à natureza humana, narraram a todos os vizinhos o prodígio que com eles cpa_ci_ncia_e_f_se dera.4O conto das “Duas Irmãs Ciumentas”, na série das Mil e Uma Noites, alude também a dois príncipes metamorfoseados em rocha negra.
Entre os gregos, as histórias de Niobe, Cadmos e Harmonia incluem semelhante tópico.5
Estas averiguações levam a concluir que, entre os antigos semitas, falar de petrificação de um indivíduo era o mesmo que afirmar haver sido castigado, e severamente castigado, pela Divindade. A expressão tinha sentido meramente metafórico e parece Ter entrado como tal na Escritura Sagrada. Na realidade, pois, dever-se-á dizer que a mulher de Lote foi fulminada pela morte em castigo da sua incredulidade e desobediência ao Senhor; é isto o que o texto sagrado quer incutir em primeira linha. Tendo sido assim punida, é possível que uma crosta de sal haja em breve recoberto o seu cadáver, como costuma recobrir árvores e demais objetos postos à margem do Mar Morto.6 Independentemente, porém, deste outro fenômeno, a fulminação da esposa de Lote já era fato suficiente para que o Autor Sagrado, recorrendo à imagem comum na literatura de seu tempo, falasse de “petrificação” da criatura renitente.Na região de Djebel Sudum ou Usdum, hoje correspondente à antiga cidade de Sodoma, ainda se vê em nossos tempos extensa colina de sal-gema semelhante a uma baleia; é mina inesgotável, da qual se abastecem as famílias de Jerusalém. Ora aí as erosões e outros fenômenos geológicos produzem constantemente a formação de blocos rochosos, de configuração estranha, aos quais a fantasia popular facilmente atribui o aspecto de mulher; tais blocos podem conservar por tempo notável a sua aparência. Não é, pois, para admirar que, no decorrer dos tempos. A imaginação do povo tenha associado entre si o episódio da mulher de Lote, “petrificada” conforme o modo de falar antigo, e uma ou outra dessas pedras às quais a erosão dava aspecto feminino. Assim, pouco antes da era cristã, o autor do livro bíblico da Sabedoria (10, 7) aludia a uma “coluna de sal, monumento de uma alma incrédula” existente na região de Sodoma;7 no séc. I d.C., o historiador judeu Flávio José dizia ter visto um bloco salino que era comumente identificado com a mulher de Lote (Ant. 1, 11, 4); sabe-se, porém, que em fins do séc. IV, quando a peregrina Sílvia Etéria, das Gálias, visitou a Terra Santa, não se apontava estátua da esposa de Lote. Em nossos tempos, indicam os beduínos um bloco de aproximadamente 15 m de altura, que eles dizer ser “a mulher” ou também “a filha de Lote” (bint Lourt)!
Em conclusão: uma exegese atenta do episódio da mulher de Lote leva a distinguir entre o “fato” e a “maneira literária ou popular” de exprimir o fato. “Petrificação” e identificação de rochas com os vestígios da criatura incrédula são expressões de mentalidade e linguagem dos povos do Oriente e da tradição israelita. Estas expressões, na Sagrada Escritura, recobrem um fato certamente histórico, muito sóbrio, porém, em pormenores: a esposa de Lote foi fulminada pela morte sobre a estrada, quando fugia de Sodoma.
Não toca aos homens ponderar os motivos por que o Senhor procedeu tão severamente no caso. Não foi para isto que o Espírito de Deus nos quis transmitir o episódio, mas, sim, em vista de uma admoestação salutar dirigida a cada fiel. Jesus mesmo se fez para nós o
intérprete da história, deduzindo o seu significado perene:
No dia solene do juízo sobre Jerusalém, “quem estiver nos campos não volte atrás. Lembrai-vos da mulher de Lote. Quem procurar conservar a vida, perdê-la-á; e quem a perder, conservá-la-á”. (Lc 17,31-33).
Com estas palavras, Cristo incutia aos discípulos total desprendimento para poderem salvar a sua alma. Na admoestação do Senhor, a mulher de Lote vem a ser o tipo de todos aqueles que, ao empreenderem uma tarefa importante ou a máxima tarefa de salvação eterna, olham para trás, isto é, procedem fútil ou levianamente, movidos por fé tíbia, nutrindo ainda a nostalgia do que abandonaram e permanecendo apegados a prazeres e bens que não lhes são de utilidade para a vida eterna. Para estes pode-se recear castigo análogo ao que fulminou a desgraçada mulher, ou seja, a morte, a morte ao plano espiritual.
Prof. Felipe Aquino
assessoria@cleofas.com.br

quinta-feira, 5 de junho de 2014


"Depois que cansei de procurar aprendi a encontrar.
Depois que um vento me opôs resistência, velejo com
todos os ventos."
Friedrich Nietzsche

quarta-feira, 4 de junho de 2014

"Toda saudade é uma espécie de velhice. É por isso que os olhos dos velhos vão se enchendo de ausências."
Rubem Alves

terça-feira, 3 de junho de 2014


"Cada situação que você passou teve grande valor,
cada lágrima, cada sorriso, foram essenciais para a
composição do seu ser. Não se amargure pensando
que poderia ter sido de outro jeito. Filtre de todas as
experiências vividas, a melhor parte, construa com
elas asas fortes, e voe. Voe e alcance seus objetivos
com gratidão e paz."

Gi Stadnicki

domingo, 1 de junho de 2014