Apesar da Festa de Todos os Santos acontecer no dia 01/11,
liturgicamente a sua comemoração é transferida para o domingo imediatamente
posterior àquele dia, de modo que, a missa dominical seja o espaço comum de
celebração de uma festa para qual todos nós somos convidados. Celebrar a Festa
de Todos os Santos é celebrar a festa do céu, que pode ser refletida aqui na
terra através desses exemplos de vida, que só nos trazem a certeza de que nós
também podemos fazer de nossas vidas santas.
O que leva alguém a ser santo?
Precisamos assumir o nosso ser
cristão. E o que significa trazer no peito o nome de cristãos? Ser cristão não
é somente um título bonito, ou uma foto no álbum, ou uma data a ser recordada,
mas é algo que caracteriza o nosso modo de viver, de dialogar, de ser e agir na
sociedade, na família, na comunidade.
Trata-se de um chamado divino: “Sede santos, porque o vosso Deus é santo”. Mas,
em que consiste esse ser santo?
Para alguns significa algo
ultrapassado que nem
cabe refletir.
Para outros, talvez, seja algo tão distante
que não é possível atingir e, por isso, desistem e continuam conformados
com uma vida cristã mais acomodada, marcada pela rotina.
Outros acreditam que ser santo está
intimamente ligado a um desenfreado esforço humano, caracterizado por jejuns
exagerados, horas prolongadas de oração, e especialmente, por um afastamento
quase total de tudo o que esteja ligado às “coisas do mundo”.
Ser
santo não é nada
extraordinário; é simplesmente viver
profundamente o nosso ser batizado com suas implicações. Quais? Ser
cristão é um dom e tarefa, por isso, ao mesmo tempo em que é uma graça recebida
de Deus, este conta também a nossa colaboração: a nossa constante conversão e o
nosso desejo renovado de responder ao projeto que Deus tem para nós e para
nossos irmãos e irmãs.
Ser santo é viver a liberdade dos filhos de Deus e, não
como escravos/as de interesses mesquinhos, na luta pelo poder, na discriminação
das outras pessoas, no individualismo, na falta de perdão, deixando - nos guiar
pelas nossas paixões (rancor, ódio, egoísmo).
Antes, ser santo é entregar-se
totalmente à vivência do amor mútuo, no total acolhimento do outro, na
misericórdia, na solidariedade. Tais gestos e atitudes reproduzem em nós as
atitudes de Deus, que é Amor, Justiça, Vida, Solidariedade. É exatamente nisso
que consiste a santidade. Trata-se, pois, de algo possível. É um ideal que
corresponde ao desejo mais profundo de todo ser humano, de refletir em sua vida
a imagem do seu Criador e Senhor.
Os santos foram
pessoas como nós, com qualidades e defeitos também. Mas, com um grande desejo
de perfeição que os impeliram a praticar virtudes heróicas e por isso foram
canonizados, declarados santos pela Igreja. O amor que eles tinham por Deus fez
com superassem seus defeitos.
Muitos foram
perseguidos e torturados. Muitos foram excluídos da sociedade. Muitos,
martirizados. Todos, contudo, traziam em seu coração a certeza, a alegria e a
paz só conhecidas por aqueles que amam a Deus.
Ainda hoje
encontramos santos no nosso meio. Santos que fazem parte de uma história
recente quer já tenham nos deixado ou não. Podemos encontrar nessas pessoas o
mesmo ardor que encontramos naqueles santos já reconhecidos. São santos de
nossos dias...
A intercessão dos santos: "Pelo
fato de os habitantes do Céu estarem unidos mais intimamente com Cristo, eles
intercedem por nós ao Pai, apresentando os méritos que alcançaram na terra pelo
único mediador de Deus e dos homens, Cristo Jesus. Por conseguinte, pela
fraterna solicitude deles, nossa fraqueza recebe o mais valioso
auxílio".
Como os Santos e Anjos ficam sabendo de nossos pedidos?
Eles não são oniscientes; somente Deus
sabe tudo. A resposta é: através de Deus. Uma vez que eles estão em comunhão
com Deus, participam de sua natureza divina, podem através de Deus conhecer
nossos pedidos. Mal comparando é com se Deus funcionasse como uma fantástica
“central de informações” a todos eles. Por causa dos méritos dos santos Deus
ouve as suas preces em nosso favor. Os Santos, mesmo sem serem oniscientes,
recebem, através de Deus os nossos pedidos, e nos atendem.
FINADOS
_ A celebração de Finados é um convite a pensar sobre a vida e no ato
de entrega da mesma, que iremos fazer um dia;
_ Recorda a fragilidade e ajuda-nos a trilhar os caminhos do
essencial. Nada levamos, apenas fica o bem que fazemos.
Conforme a
promessa, na
casa do Pai há muitas moradas, diz Jesus (Jo 14, 2-7).
De volta a
casa paterna
A morte coexiste com a
vida e consiste num dos grandes mistérios que ao ser humano não é possível
desvendar. O depois da morte não sabemos, porque nossos ancestrais, amigos e
familiares nunca voltaram e nem deram sinais. Há um silêncio abissal,
angustiante e a saudade se prolonga pelo tempo com a esperança do encontro.
Então, o conceito de vida pós-morte, não seria apenas um subterfúgio, uma
metáfora ou um eufemismo para nos livrar da dura realidade que é a morte? Não,
conforme os ensinamentos da fé cristã! A verdade é que a nossa fé arremessa-nos
para a crença na vida nova, de modo que a morte não passa a ser o abismo
intransponível, mas o desvelamento de um novo ser humano habitante em Deus e
que tem nele uma vida nova.
De fato, a morte faz-nos
refletir sobre a vida, e quanto mais intensamente vivermos, mais teremos uma
existência autêntica perante o mundo que habitamos. Do ponto de vista da fé
cristã, viver autenticamente consiste em valorizar a vida como dádiva e vivê-la
dignamente, bem como compartilhá-la com o próximo, na sua profunda totalidade.
A existência inautêntica é a banalização da vida, desvalorizada, sem sentido,
legada ao vazio existencial.
Se afirmamos crer na vida
pós-morte e isso professamos, devemos perguntar-nos como estamos preparando-nos
para a ressurreição. Caímos no risco de deixá-la para o amanhã e esquecermos
das experiências de ressurreição em nosso cotidiano: o sol que a cada dia
levanta no horizonte, o despertar de cada dia, a flor que desabrocha, a vida
que nasce, o sorriso que se abre, a doença curada, a esperança de um dia
melhor, a utopia do amor que dispensamos a quem amamos e perdoamos. Assim, a
ressurreição acontece, em primeiro lugar, na simplicidade das pequenas coisas
da vida (Fr. Rogério
Gomes).
Ler: Mt 25, 1-13.
Resta-nos a
espera e a prudência das virgens,
pois quando o noivo chegar seremos chamados a ir com ele para caminhos
desconhecidos, mas de coração tão alegre, porque vivemos tão intensamente a
vida nesta terra que agora podemos entregá-la como um grande tesouro ao
Criador, que nos criou e, por nos amar incomensuravelmente, nos quer novamente
junto Dele.
Por que foi escolhido o dia 02 de novembro?
Parece que por causa da
festa do dia primeiro. Tendo a Igreja celebrada a recordação de todos os que já
estão no céu, Festa de Todos os Santos, era natural que logo no dia seguinte os
cristãos se lembrassem dos irmãos que ainda se purificam no Purgatório.
Em muitas
paróquias continua um costume bastante antigo, de se consagrar cada segunda-feira
à oração pelos mortos. Sabe por quê? É que antigamente havia a crença popular
segundo a qual, no domingo, as almas do Purgatório não sofriam. Em honra da
Ressurreição de Cristo, as pobres almas teriam esse dia de descanso. Mas,
segunda-feira pensava o povo, recomeçavam a sofrer. Por isso os sufrágios
especiais.
No Dia de Finados
os cemitérios cobrem-se de FLORES.
As flores são um modo carinhoso de demonstrarmos a nossa saudade,
o amor que ainda nos une àqueles que Deus já chamou a si.
As flores, com sua beleza são também um símbolo da vida. Da vida
eterna que todos esperamos. A flor nasce mesmo entre as pedras.
A flor, sobre uma
sepultura, é proclamação de fé: acreditamos, temos certeza que da morte iremos
desabrochar também para uma vida nova. Como diz S. Paulo, nosso corpo é
sepultado como semente confiada a terra.
VELAS ao pé do Cruzeiro, velas
junto aos túmulos. Por quê?
_ A luz afasta as trevas, é sinal de vida, é sinal de verdade, é
sinal de esperança.
_ A vela é símbolo usado em nosso:
Batismo:
símbolo da fé para a qual renascemos;
Na primeira
comunhão: ela está presente na demonstração de crescimento da fé;
No leito da
agonia: antigamente, colocava-se uma vela na mão do agonizante, numa
recomendação de que, com o corpo, entregasse também sua alma a Deus. Nos dias
de hoje, elas permanecem, durante o velório, ao lado do morto.
_ No cemitério, a vela continua sendo um modo de mostrarmos nossa
fé, nossa esperança.
ORAÇÕES: A Bíblia Sagrada nos orienta sobre a importância de
rezarmos pelos que partiram, chamando esse procedimento de piedoso, belo e
santo 2Mc 12.
Ú
E nossa Igreja também orienta que o
modo eficaz de rezar por eles é através da Santa Missa, orações, esmolas e
outros atos religiosos.
ù A união entre os santos do céu, as almas do purgatório
e os fiéis da terra e chamada “Comunhão dos Santos”.
ù
Lembremo-nos
de que a Santa Igreja de Deus, considerada como um todo está composta de três
segmentos:
ù
A Igreja
Militante (na Terra), a Igreja Triunfante (no Céu) e a Igreja Padecente (no
Purgatório).
ù
Essa
tríplice Igreja constitui o Corpo Místico de Jesus Cristo, e as almas do
Purgatório não são menos seus membros do que os fiéis na Terra e os eleitos no
Céu.
U O estado das almas do purgatório é de absoluta impotência.
U A Igreja, querendo que não nos
esqueçamos das almas, consagrou um dia inteiro todos os anos à oração pelos
finados.
U Determinou que em todas as missas
houvesse uma recomendação e um momento especial pelos mortos.
U Como são esquecidos os mortos! Nos
funerais: lágrimas, soluços, flores. Depois, um túmulo e o esquecimento.
Morreu... Acabou-se!
U Se cremos na vida eterna, cremos no
purgatório. E se cremos no purgatório, oremos pelos mortos.
Somente Maria
encontra-se com seu corpo ressuscitado no céu. Todos os outros corpos estão na
terra esperando a ressurreição. Só a alma está no céu.
A Comunhão
dos Santos – Intercessão dos Santos: Tb 12,12; 2Mc 15,14; Ap 5,8; 8,4.
Milagres operados por intermédio de relíquias: At 5,15; 19,11-12. Orar uns
pelos outros: Jr 15,1; At 12,5; Rm 15,30; 2Cor 13,7; Ef 6,18; Cl 4,3; 1Ts 5,25;
2Ts 3,1; Hb 13,18; Tg 5,16. Os Santos estão nos céus: 1Ts 3,13; Hb 11,40;
12,23; 1Pd 3,19; Ap 6,9. Somos rodeados pelos Santos: Hb 12,1. Todos são
chamados a serem santos: Ef 1,4-6.12.14. Unidade de todos os cristãos: Jo 15,5;
Rm 12,4; 1Cor 6,12-20; 10,17; 12,4-27; Ef 2,19; 5,30; Cl 1,18.24; 2,19; 3,15.
A Alma e sua
Imortalidade - A salvação: Tg 1,21; 5,20; 1Pd 1,9. A tentação durante a
vida sujeita a alma: 1Pd 2,11; 2Pd 2,14. As almas dos justos herdam os céus: Sb
3,1; Ap 6,9; 8,3; 20,4. Confiada aos cuidados de Deus após a morte: Sl 31,5; At
7,59; 1Pd 4,19. É distinta do corpo material: Mt 10,28; At 2,27; 1Ts 5,23; Hb
4,12. Foi criada à imagem de Deus: Gn 1,26-27; 1Cor 11,7; Cl 3,10. Foi criada
por Deus: Gn 2,7; Ecl 12,7; Is 57,16; Zc 12,1. Nada compensa a perda da alma:
Mt 16,26; Mc 8,36. Se separa do corpo na hora da
morte: Gn 35,18; Ecl 12,7; Lc 12,20. Sobrevive à morte do corpo: Gn
35,18; 1Sm 28,19; 1Rs 17,22; Mt 10,28; Lc 8,55.